Gleydison Meirelles,
da redação de ac24horas
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Três dias após perder o marido José Lima Carneiro, 34, assassinado a tiros de pistola disparado por um policial militar, a dona de casa Maria Inês Vieira Freitas, 41, resolveu falar e pedir justiça das autoridades.
Segundo a viúva (que não estava no local do crime na hora do ocorrido), seu marido foi executado friamente por um sargento da Polícia Militar, identificado pelo nome de Robson, que disparou duas vezes contra a vítima que estava dentro de casa.
De acordo a esposa da vítima, há cerca de sete meses seu marido vinha sofrendo com problemas psiquiátricos e por isso estava fazendo uso de medicamentos controlados. Na sexta-feira (1º), ela saiu de casa por volta das 11h com destino à casa de seu pai, no Bairro do Taquari, e quando estava saindo seu marido estava bebendo cachaça e já havia tomado os remédios, a mistura álcool e remédios fez com que José Carneiro tivesse uma crise de descontrole emocional e surtasse.
Passava das 18h, quando vizinho acionaram a PM através do 190, porque José Carneiro estava quebrando tudo dentro de casa. Rapidamente uma viatura chegou ao local e os policiais tentaram entrar no local.
A partir deste momento há duas versões para os fatos. A primeira consta no Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar de que a vítima, José Carneiro recebeu os militares armado com duas facas e teria investido contra a guarnição que teria se defendido efetuando os disparos.
A segunda versão, apresentada pela esposa da vítima, que teve como base relatos de vizinhos que acompanharam a ocorrência, foi de que José Carneiro apareceu na porta de casa com uma faca em punho e disse que se a polícia se aproximasse ele cometeria suicídio, e quando tentou fechar a porta foi alvejado duas vezes. As marcas dos disparos estão nas portas da casa.
Emocionada, Maria Inês desabafou e disse que seu marido foi morto num ato covarde de pura perversidade e maldade.
“Meu marido foi morto por maldade, por perversidade; eles atiraram em um homem honesto, trabalhador, pai de família e que estava naquela situação por está passando por problemas de saúde”, disse a viúva.
Maria Inês apresentou os exames neurológicos que seu marido havia feito e que seriam apresentados a um especialista nesta segunda-feira (4).
A dona de casa fez questão ainda de desmentir a versão apresentada pelo militares durante o registro do Boletim de Ocorrência na delegacia de que atiraram porque ela estava sendo mantida como refém do marido. “O Boletim de Ocorrência registrado pela PM na delegacia é mentiroso; os policiais disseram que reagiram porque meu marido estava me fazendo refém, isso é uma grande mentira, no momento em que eles mataram meu marido eu estava na casa de parentes, em outro bairro”, afirmou Maria Inês.
Ainda de acordo com a dona de casa, nem sequer a perícia foi realizada no local onde seu marido foi assassinado.
O Sub-comandante da Polícia Militar, Coronel Paulo Cesar, informou a reportagem que independente da denuncia feita pela esposa da vítima, o policial envolvido na ocorrência (e que teria realizado os disparos que mataram José Carneiro), foi afastado de suas funções e encaminhado a uma equipe de ação social para avaliação psicológica. A arma do policial foi apreendida e passará por perícia, bem como um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar se a ação do militar foi ilegal.
“Independente que qualquer denuncia todo disparo de arma de fogo realizada por policiais militares em serviço é apurado pela Corregedoria da Polícia Militar, é instaurado um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos, o policial é afastado; nesse caso especifico todas essas medidas foram adotadas pelo Comando da Polícia Militar”, esclareceu Paulo Cesar.
Veja o vídeo da entrevista de Maria Inês feita pelo repórter Willamis França.