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Famílias que residem em conjunto entregue pelo governo no ano passado, pedem socorro e denunciam irregularidades nas obras do bairro

Morador de muletas atravessa ponte improvisada que os moradores usam como acesso
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Jairo Barbosa – jbjurua@gmail.com


Construído dentro do Programa Minha Casa Minha Vida, o conjunto habitacional Juarez Távora, localizado ás margens da rodovia AC 10, na saída de Rio Branco para Porto Acre, apresenta, quinze meses depois de entregue, problemas estruturais que demoram anos para aparecer em obras que são bem executadas.

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São duzentas e cinquenta e seis unidades repassadas para famílias de baixo pode aquisitivo, que mudaram para o novo bairro com a promessa de que iriam viver em um local tranquilo e não precisariam pagar nada por isso, mas foram surpreendidas com um contrato que tem a duração de dez anos e pagam mensalidades para permanecer nos imóveis.


Eles até concordam em pagar pela moradia, mas denunciam que as casas apresentam infiltrações, alagam com as chuvas e algumas, ameaçadas pelo desbarrancamento. Existem também no conjunto, quatro unidades abandonadas. Elas estão localizadas na Q 07, e são usadas, segundo os moradores, como motel.


“ A minha filha veio ocupar essa casa que estava fechada e mandaram ela sair. Ela ajeitou a porta, as pias e estava cuidando da casa, mas o pessoal da Secretaria veio e tirou ela de lá pra deixar assim, abandonada e sendo usada pelos marginais. Hoje tem três famílias morando lá em casa, enquanto essas estão sem ninguém”, disse Maria de Nazaré Ferreira, que reside no bairro desde sua inauguração.


 


Morador de muletas atravessa ponte improvisada que os moradores usam como acesso

Morador de muletas atravessa ponte improvisada que os moradores usam como acesso

Outros dois problemas tiram o sono da comunidade: o sistema de esgoto e uma “pinguela”, construída em madeira fina, que é usada como único acesso para quem precisa sair do bairro para pegar o ônibus ou ir para a escola no Conjunto Xavier Maia.


O caminho até ela é estreito e escorregadio, e passar pela ponte exige muito equilíbrio e coragem, porque a estrutura visivelmente não suporta muito peso.


“ Na semana passada uma mulher caiu dentro do igarapé ao tentar atravessar com a moto. A gente fica praticamente isolado aqui porque pra sair pela estrada de Porto Acre é complicado. A noite então, sem iluminação, só quem tem lanterna se arrisca a passar por aqui”, contou Júnior Pereira, eletricista quem também é morador do conjunto.


Uma rua lateral, que divide o conjunto de outro residencial em construção, está com meia pista coberta pelo bairro trazido pelas chuvas. A erosão avança em direção ás casas. Algumas apresentam rachaduras.


Segundo informou Guilherme Sales, que hoje atua como representante da comunidade, a obra foi executada pela empresa MAV Construções, que fechou o escritório que mantinha no bairro.

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Situação precária será denunciada em dossiê


A Superintendencia da Caixa Economica no Acre, que financiou a obra, e todos os órgãos cuja situação envolve a obra do bairro, irão receber um dossiê com fotografias do local. O documento está sendo elaborado pela vereadora Eliane Sinhasique (PMDB), que visitou o bairro a convite dos moradores.


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