Luciano Tavares – da redação de ac24horas
lucianotavares@ac24horas.com
Quando marcaram uma reunião na escola Josefa de Queiroz, com a comunidade do Pé da Serra, na Serra do Divisor, para às 9 horas, o deputado Gladson Cameli (PP) e o senador Sérgio Petecão (PSD) não sabiam que o horário daquele povoado não é o mesmo em vigor no resto Acre. Enquanto no relógio dos parlamentares o ponteiro marcava 9 horas, para o povo do Pé da Serra ainda eram 8 horas.
A comunidade nunca aceitou o fuso horário imposto a partir de um projeto de lei do então senador Sebastião Viana (hoje governador do Acre, pelo PT), aprovado em abril de 2008, a pretexto de facilitar a integração do Acre com os demais estados, sobretudo das regiões sul e sudeste do país, por meio do transporte aéreo, comunicações e do sistema financeiro nacional.
No resto do Acre os relógios marcam nesta época, devido ao horário de verão, duas horas a menos em relação a Brasília. No Pé da Serra, porém, os ponteiros marcam três horas a menos em relação à capital federal. Tudo como antes de o horário de Sebastião Viana ser aprovado.
A explicação da comunidade para não adotar o horário em vigor está na ponta da língua do morador mais antigo do povoado.
“O governador nunca veio aqui. Só ouço falar dele pela rádio. Ele nunca esteve aqui e nunca perguntou pra ninguém aqui se a gente queria que mudasse essa nossa hora. Eu moro aqui há 68 anos, desde que nasci nessa serra. Como é que eu vou mudar agora de horário? A gente sempre viveu naquela hora velha e vamos continuar com ela”, disse Nuca
Segundo o deputado federal Gladson Cameli, é necessário que se respeite a opinião das pessoas.
“A maioria do povo nunca quis esse atual horário e provou isso no referendo, que infelizmente até hoje não teve seu resultado respeitado. Um povo como esse, que vive no isolamento, merece sempre todo nosso respeito. Infelizmente não é isso que ocorre”, opinou o parlamentar.
O deputado e o senador estiveram na fronteira do Brasil com o Peru no final da semana passada para se reunir com a comunidade do Parque Nacional da Serra do Divisor, na beira do Rio Môa.
O “horário de Sebastião” ainda vigora, apesar da rejeição da maioria dos acreanos em referendo.
O projeto de lei do então senador Sebastião Viana, que foi aprovado em abril de 2008, mudou o horário que estava em vigor no Estado desde 1913.
A mudança, no entanto, não foi bem aceita pelos acreanos, e a Câmara decidiu por um referendo.
Na consulta popular, decorrente de um projeto do deputado Flaviano Melo (PMDB), realizada em outubro de 2010, junto com o segundo turno das eleições presidenciais, a maioria dos acreanos (56,8%) disse não à mudança imposta por Sebastião Viana.
Porém, quase cinco meses depois da consulta, a Câmara concluiu que o referendo não foi válido porque os moradores de parte do Amazonas e Pará, onde a Lei de 2008 também vigora, não foram consultados.
Mas em junho de 2012, após inúmeras análises e debates sobre o tema, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara aprovou o Projeto de Lei 3078/11, do Executivo, que restabelece o fuso horário do Acre, atendendo o referendo realizado em 2010.
O projeto foi encaminhado ao Senado e deve entrar na pauta ainda este ano, após o recesso.
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