O jornalista Manoel Façanha, editor de esportes do jornal O Rio Branco, lança na noite desta quarta-feira, 12, o “Jornalismo Esportivo no Acre na Era do Futebol Profissional”. O evento acontece a partir das 20 horas no Sesc Bosque.
Livro de Manoel Façanha enriquece a
bibliografia do jornalismo esportivo
Augusto Diniz
É ainda pequena no Brasil a bibliografia do Jornalismo Esportivo. O interesse em destrinchar melhor esse tema surgiu há pouco mais de uma década. Pela importância que tem na história da imprensa brasileira, notadamente por causa do futebol, o fato chama a atenção.
É por conta disso que livros como “Jornalismo Esportivo no Acre na Era do Futebol Profissional”, do jornalista Manoel Façanha, que acaba de ser lançado, tem enorme importância. Ainda mais quando se trata de um projeto em um Estado da federação onde os relatos de sua imprensa ainda encontram-se ainda bastante dispersos.
A busca de informações por meio de entrevistas e consultas no jornal O Rio Branco no qual Façanha é editor de esportes, indo além das pesquisas em outros livros já publicados no segmento, dá peso a obra no crescente grupo de impressos na área da mídia esportiva.
Relatos da atuação profissional de grandes jornalistas é peça chave para se escrever sobre jornalismo. E Façanha trata de fazer isso em sua obra, dando real valor para aqueles que contribuíram para o desenvolvimento da área no Acre – como José Leite e Albertino Chaves, por exemplo.
A transição do jornalismo para era digital e instantânea é amplamente exposta pelo jornalista em seu livro. Façanha é um jornalista que incorporou bem essa nova realidade da imprensa, tornando-se polivalente em suas funções no jornal. É por conta disso que suas descrições na obra nesse item ganham relevância.
O autor é bastante realista no que se refere a fórmula crescimento dos recursos tecnológicos e a quantidade e a qualidade dos profissionais na redação. Há passagens na obra que resumem muito bem isso: “Se por um lado a evolução dos meios tecnológicos facilitou as coberturas jornalísticas, com o advento do computador, máquina digital, celular e outras ferramentas, ela por outro lado, forçou o jornalismo impresso a começar a buscar outra forma de coberturas para fugir da concorrência do jornalismo on-line”; “Uma alternativa para mudar a nova realidade do jornalismo impresso pode não estar em nenhum teclado de computador ou programa de computação gráfica. A solução para equilibrar a concorrência entre a versão impressa e on-line pode sim estar na mente de quem irá elaborar a pauta, assim como na condução da matéria por parte de repórteres e e ditores”; e “No entanto, uma das dificuldades para a implantação dessa nova metodologia de trabalho está no número reduzido de profissionais… onde ele (o jornalista) é pauteiro, repórter, editor, fotógrafo, motorista e, muitas vezes, ainda o revisor”.
Por fim, Façanha expõe o papel da imprensa esportiva na vida de atletas e agremiações. Uma relação às vezes conturbada, mas que o jornalista prefere mostrar o quanto a informação pode mudar para melhor a vida de pessoas e também de práticas esportivas. Nada mais justo quando se quer fazer um bom livro sobre o papel do jornalismo.
