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Mensalão: STF começa a acertar últimos detalhes

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Depois de quatro meses, o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, entra hoje (5) na fase de últimos ajustes no Supremo Tribunal Federal (STF). Após a fixação geral das penas, os ministros ainda precisam refinar os resultados e definir questões fundamentais para o cumprimento da pena pelos 25 condenados.


O relator do processo e presidente da Corte, Joaquim Barbosa, ainda não informou qual será o primeiro assunto da pauta, mas já sinalizou priorizar a questão da perda de mandato parlamentar por condenação criminal. Estão nessa situação os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). A discussão é se a decisão sobre perda de mandato cabe ao STF ou é privativa da Câmara dos Deputados. A decisão pode afetar também o prefeito José Borba, de Jandaia do Sul (PR).

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O ministro Marco Aurélio Mello também deve apresentar tese sobre a redução de penas para crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção. Na hipótese, conhecida como continuidade delitiva, entende-se que um crime deu origem aos outros e só é considerada uma pena, agravada em até dois terços. Além de Marco Aurélio, pelo menos três ministros já se mostraram abertos ao debate: Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Celso de Mello.


Lewandowski, que é revisor do processo, também adiantou que vai apresentar um novo cálculo para as multas. Em várias ocasiões, os ministros seguiram a pena de prisão proposta por Lewandowski e a pena de multa de Barbosa, sempre mais grave. Lewandowski disse que revisou as multas com um padrão para que elas sejam proporcionais à pena de prisão.


Após o recálculo de penas e multas, os ministros ainda devem analisar se há incongruências nas decisões. Atualmente, o valor da multa aplicada ao publicitário Marcos Valério, considerado o principal articulador do esquema, é inferior ao do publicitário Ramon Hollerbach, que teve participação menor nos fatos.


Também chamam a atenção as penas dos ex-sócios da corretora Bônus Banval: Enivaldo Quadrado, condenado a cinco anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, tem pena menor que o sócio, Breno Fischberg, condenado a cinco anos e dez meses por lavagem de dinheiro.


Outro assunto que deve ser retomado pelo ministro Celso de Mello é a possibilidade de cobrar dos réus o ressarcimento do dinheiro desviado do Erário. A tese já foi lançada pelo ministro, mas devido à polêmica, a discussão foi suspensa e Barbosa prometeu revisitar a tese no fim do julgamento.


A última questão que deve ser julgada é o pedido do Ministério Público para a prisão imediata dos condenados, sem esperar os recursos. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já disse que deve reforçar o pedido em plenário assim que a fixação das penas terminar. Segundo o procurador, caso a execução não comece agora, pode ficar apenas para 2014.


PENAS DO MENSALÃO


Núcleo Político


RÉU


CRIME


PENA


José Dirceu


ex-ministro Casa Civil


Formação de quadrilha


Corrupção ativa


10 anos e 10 meses


José Genoino


ex-presidente do PT


Formação de quadrilha


Corrupção ativa


6 anos e 11 meses


Delúbio Soares


ex-tesoureiro do PT


Formação de quadrilha


Corrupção ativa


8 anos e 11 meses


Núcleo ligado ao Congresso Nacional


João Paulo Cunha


deputado federal (PT-SP)


Corrupção passiva


Peculato


Lavagem de dinheiro


9 anos e 4 meses


Roberto Jefferson


ex-deputado federal (PTB-RJ)


Corrupção passiva


Lavagem de dinheiro


7 anos e 14 dias


Pedro Corrêa


ex-deputado federal (PP-PE)


Formação de quadrilha


Corrupção passiva


Lavagem de dinheiro


9 anos e 5 meses


Pedro Henry


deputado federal (PP-MT)


Corrupção passiva


Lavagem de dinheiro


7 anos e 2 meses


Valdemar Costa Neto


deputado federal (PR-SP)


Corrupção passiva


Lavagem de dinheiro


7 anos e 10 meses


Romeu Queiroz


ex-deputado federal (PTB-MG)


Corrupção passiva


Lavagem de dinheiro


6 anos e 6 meses


Bispo Rodrigues


ex-deputado federal (PL-RJ)


Corrupção passiva


Lavagem de dinheiro


6 anos e 3 meses


José Borba


ex-deputado federal (PMDB-PR)


Corrupção passiva


2 anos e 6 meses, substituída por restrições de direitos


João Cláudio Genu


ex-assessor do PP


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Corrupção passiva


7 anos e 3 meses


Jacinto Lamas


ex-secretário do PL


Lavagem de dinheiro


Corrupção passiva


5 anos


Emerson Palmieri


ex-tesoureiro informal do PTB


Corrupção passiva


Lavagem de dinheiro


4 anos, substituída por restrições de direitos


Núcleo Publicitário


Marcos Valério


publicitário


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Corrupção ativa


Evasão de divisas


Peculato


40 anos, 2 meses e 10 dias


Ramon Hollerbach


publicitário


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Corrupção ativa


Evasão de divisas


Peculato


29 anos, 7 meses e 20 dias


Cristiano Paz


publicitário


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Corrupção ativa


Peculato


25 anos, 11 meses e 20 dias


Simone Vasconcelos


ex-diretora financeira da SMP&B


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Corrupção ativa


Evasão de divisas


12 anos, 7 meses e 20 dias


Rogério Tolentino


advogado ligado a Marcos Valério


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Corrupção ativa


8 anos e 11 meses


Núcleo Financeiro


Kátia Rabello


ex-presidenta do Banco Rural


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Gestão fraudulenta


Evasão de divisas


16 anos e 8 meses


José Roberto Salgado


ex-vice-presidente do Banco Rural


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


Gestão fraudulenta


Evasão de divisas


16 anos e 8 meses


Vinícius Samarane


ex-diretor do Banco Rural


Lavagem de dinheiro


Gestão fraudulenta


8 anos e 9 meses


Demais condenados


Henrique Pizzolato


ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil


Lavagem de dinheiro


Peculato


Corrupção passiva


12 anos e 7 meses


Enivaldo Quadrado


ex-sócio da corretora Bônus Banval


Formação de quadrilha


Lavagem de dinheiro


5 anos e 9 meses


Breno Fischberg


ex-sócio da corretora Bônus Banval


Lavagem de dinheiro


5 anos e 10 mese


Agência Brasil


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