Apesar de a Amazônia Legal registrar o menor índice de desmatamento desde que foram iniciadas as medições, em 1988, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Estado do Acre, famoso por se o expoente do desenvolvimento sustentável e meio ambiente, desmatou mais que os estados do Maranhão (267 km²), Roraima (114 km²), Tocantins (53 km²) e Amapá (31 km²).
O estado administrado pelo governador Sebastião Viana desmatou 308 km², entre agosto de 2011 e julho de 2012.
De acordo com dados do sistema conhecido como Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), no mesmo periodo houve o desmatamento de 4.656 km² de floresta, área equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade São Paulo.
As informações foram divulgadas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, nesta terça-feira (27).
Ainda de acordo com dados do Inpe, o Pará foi o estado que mais desmatou a Amazônia. Em um ano, foi responsável por devastar mais de um terço da área desmatada registrada pelo sistema Prodes (1.699 km²). Mato Grosso foi o segundo estado que mais degradou a floresta (777 km²), seguido de Rondônia (761 km²), Amazonas (646 km²) e o Acre.
Ações combativas
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram realizados 3.456 autos de infração na região da Amazônia Legal.
A ministra argumentou que o governo tem realizado ações, o que teria contribuído para a queda na taxa de devastação da Amazônia. “Há um equívoco dizer que a União não vai intervir contra as práticas do desmatamento. Vamos pegar [as irregularidades] sim, de todo mundo” disse Izabella.
Ela disse ainda que ações ilegais na florestas têm sido realizadas com o uso de táticas de camuflagem. Segundo a ministra, tratores têm sido pintados de verde para que possam ser confundidos com a vegetação, impossibilitando que agentes encontrem os materiais.
Fiscalização eletrônica
O governo anunciou ainda que a partir do próximo ano o Ministério do Meio Ambiente vai utilizar um sistema eletrônico para auto de infrações, que será ligado a um banco de dados central. Segundo a ministra, a fiscalização, que deverá ser feita pelo Ibama, vai ser utilizada em todo o Brasil.
O sistema poderá ser utilizado para controle ambiental, combate a incêndios, licenciamento ambiental, além do Cadastro Ambiental Rural (CAR), criado a partir do novo Código Florestal, e que concentra dados de todos os imóveis rurais do país, a partir de imagens de satélite.
Da redação ac24horas
Com informações do G1