Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com
O procurador de Justiça, Sammy Barbosa fez na manhã desta terça-feira, 20, novas revelações sobre os casos de exploração sexual de menores apurados na Operação Delivery da Polícia Civil.
O procurador questionou ainda, os habeas corpus concedidos pelo desembargador Francisco Djalma, que colocou em liberdade os pecuaristas Assuero Veronez e Adálio Cordeiro, acusados de utilizar os serviços de uma agência de exploração sexual.
Em reunião com representantes de centrais sindicais e entidades representativas de direitos humanos, Sammy Barbosa esclareceu que não existe favorecimento do MPE, a qualquer um dos acusados de participação na rede de exploração sexual, montada no Estado, nos últimos 14 anos.
Mesmo informando que o processo corre em segredo de Justiça, o procurador apresentou alguns fatos dos autos do processo, que teria observado, quando analisou a questão dos habeas corpus concedidos aos acusados na Operação Delivery.
“Uma coisa precisa ficar clara: direito é uma coisa e moral é outra. O sigilo é para resguardar a intimidade das próprias garotas”, disse o promotor descartando que os acusados que possuem poder econômico elevado, não estariam sendo beneficiados.
“As menores eram retiradas de sala de aula pelos acusados de exploração sexual e pelos seus agenciadores, que utilizavam dinheiro para o convencimento. Eles esperavam na frente das escolas”, revelou o procurador.
CONTESTAÇÃO DOS HABEAS CORPUS
O procurador Sammy Barbosa questionou a questão da redistribuição dos habeas corpus dos acusados de exploração sexual de menores, na Câmara Criminal do TJ Acre. A desembargadora Denise Bonfim negou o pedido de liminar, e a reconsideração foi analisado pelo Desembargador Francisco Djalma, atitude que seria vetada pelo CNJ.
Sammy Barbosa acredita que aconteceu um erro proposital na redistribuição do processo. O advogado dos acusados teria destinado uma repetição do primeiro pedido de HC ao desembargador Francisco Djalma, sem acrescentar nenhum fato novo. O procurador diz ainda, que a concessão do salvo conduto para o terceiro acusado, aconteceu de forma irregular.
“O processo poderia ir para o Djalma, mas o que acontece é que o pedido de reconsideração teria que ser analisado pela Denise, que seria a plantonista. Para fazer a redistribuição seria necessário instaurar um incidente, recurso técnico para avaliar e redistribuir do processo”, diz Sammy Barbosa.
IMPRESSÃO SOBRE O PROCESSO
O procurador Sammy Barbosa tranquilizou os representantes das centrais sindicais e das instituições de direitos humanos. Para Barbosa, o processo estaria bem calçado com provas contundentes contra os acusados, o que garantiria que não haveria impunidade dos exploradores de menores.
“As coisas só não acontecem e são jogadas em baixo do tapete, quando não tem uma luz em cima. Quando existem evidências e provas, fica difícil de dar um jeitinho”, enfatiza o procurador.
A interferência política no processo também foi descartada por Sammy Barbosa. “A interferência política é usada como desculpa para quem não quer agir. Se existe este tipo de fato, porque nunca foi trazido a público?”, questiona.
Cópias de sua avaliação da concessão do HC dos acusados teriam sido enviadas as instâncias judiciais superiores, informou o procurador.
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