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Situação na fronteira do Acre virou uma “bomba relógio”

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Roberto Vaz

Jairo Carioca – especial para ac24horas
Da cidade de Brasileia


Na mesma semana em que o Secretário de Segurança Pública do Estado anunciou investimentos na área de comunicação dos militares, prometendo incrementar a vigilância nas fronteiras do Estado, a prisão de mais um brasileiro em território boliviano, Eronildo da Silva Lopes, traça uma radiografia nada animadora para a segurança ao longo dos 11.627 quilômetros de faixa fronteiriça com países produtores de cocaína e maconha (Colômbia, Peru, Bolivia) como a reportagem vem chamando atenção desde a semana passada. A situação de conflitos entre brasileiros e bolivianos está fugindo do controle e ativistas brasileiros, como Wide Amorim, afirmam que essa “bomba relógio” pode estourar a qualquer momento.


Rocha está ouvindo e recebendo documentos de famílias vitimas da violência na fronteira

Um diagnóstico vem sendo elaborado por um Policial Rodoviário Federal que atua na área e deverá ser entregue na próxima semana ao deputado Major Rocha, do PSDB, que visitou no final de semana a faixa de conflito, ouvindo famílias de brasileiros, entre elas, parentes de Eronildo da Silva Lopes e de estudantes brasileiras estupradas na Bolívia. O deputado tucano juntou vasta documentação e imagens de tratamentos a brasileiros que devem engrossar processos já apresentados ao Itamaraty.


“A situação de vulnerabilidade de brasileiros que estudam no território boliviano é preocupante”, disse o deputado. Semanalmente um em cada dez sofre algum tipo de violência desde simples assalto a mão armada, a estupro. O caso envolvendo 03 estudantes brasileiras que segundo denuncias foram estupradas pelo médico Walter Herbert Palenque Gonzalez, professor da Universidade Amazônica de Pando chama atenção das autoridades brasileiras.


Depois de estuprar a menor R.C.F.S., 17 anos e ser acusado ainda da tentativa de violência contra as estudantes Liliane Queiroz Soares e outras vitimas


Sofrimento das famílias vitimas é grande

que não tiveram a coragem de denunciar o caso na Bolívia, o médico transita livremente pela Universidade, enquanto as vitimas sofrem problemas psicológicos provocados pelo atentado.


O caso chegou à Corte de Justiça da Bolívia e Walter Palenque chegou a ficar preso alguns dias na prisão de Vila Bush, mas acabou ficando em prisão domiciliar. O vice-cônsul, o diplomata Luciano Cabral, acompanha o caso e já enviou relatório ao Itamaraty.


O Itamaraty já investiga outros dois casos em que brasileiros foram queimados vivos. Rafael Max Dias e Jefferson Castro Lima eram acusados de triplo assassinato e estavam detidos em uma delegacia da cidade quendo foram retirados à força do local e assassinados diante de uma multidão.


Em nota, o Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty, diz que o governo brasileiro recebeu a notícia dos assassinatos “com consternação” e que irá tomar medidas para evitar novos casos como esse. Além de cobrar respostas das autoridades bolivianas, o Brasil vai enviar uma missão à cidade onde ocorreram os assassinatos.


O recente caso de Eronildo Lopes é outro que chama atenção. Depois de uma chamada a trabalho, o mototaxista com oito anos de ficha limpa no Brasil,


Secretário de Segurança, Renir Greabner tem agido de forma fundamental

passou a ser considerado pelo Ministério Público Boliviano como um elemento perigoso, acusado de ameaça, extorsão e organização criminosa.


A reportagem teve acesso ao documento de instrução cautelar expedido pelo fiscal Juan Carlos Cuellar Zurita, da Capital del Departamento de Pando que baseado em depoimentos de Francisco Divico Oliveira, afirma existir elementos suficientes para sustentar que o Eronildo Lopes é o autor dos delitos. O fiscal sustenta ainda como motivo de prisão preventiva, a situação de fronteira “donde existe la facilidade de poder abandonar el país”, relata.


A política de tratamento de brasileiros na Bolívia e o combate de drogas é alvo de uma auditoria entregue ao ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União, que exigiu um plano de ação para mudar a situação, no prazo de noventa dias [vencido em maio deste ano]. Entre as deficiências apontadas no relatório, está a falta de equipamentos de comunicação, embarcações e até a falta de qualificação de policiais federais que atuam nas delegacias de fronteira.


 


 


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