Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com
O Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou com uma representação eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), pedindo a cassação do diploma e a inelegibilidade do prefeito eleito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT) e de seu vice, Márcio Batista (PCdoB), por abuso de poder político na concessão de títulos definitivos aos moradores do bairro Caladinho.
Segundo o promotor eleitoral, Rodrigo Curti, “foi tudo casado. Nós identificamos que a solenidade de entrega dos títulos juntamente com a campanha da Frente Popular, foi um evento casado, onde houve inclusive, a propaganda eleitoral, com a distribuição de panfletos que faziam alusão aos candidatos da Frente Popular”, enfatiza.
As denúncias teriam sido formuladas pelos moradores do bairro Caladinho, que procuraram o Ministério Público Eleitoral, quando descobriram que os documentos distribuídos pelo Governo do Acre, não teriam validade para fins de aquisição de financiamento junto a instituições financeiras. O processo depoimento de populares que receberam o documento.
“Os moradores revoltados nos procuraram, porque os títulos não tinha validade. Eles vieram ao MPE e formalizaram a denúncia. Com base nisso, instauramos um procedimento preparatório, para fins de investigar possíveis pratica de abuso de poder político, e constatamos que houve abuso de poder político, voltado a favorecer a obtenção de votos para os candidatos da Frente Popular”, diz Rodrigo Curti.
Panfletos de campanha teriam sido distribuídos no local do evento. O material foi anexado aos autos de processo. A concessão dos documentos foi realizada em período eleitoral. Informativos com fotos do deputado Edvaldo Souza (PSDC), adesivos de campanha e material gráfico de apresentação dos candidatos da FPA, também foram distribuídos aos moradores.
Questionado se haveriam pessoas ligadas ao MP Eleitoral, observando a distribuição de títulos patrocinada pelo Governo do Acre, o procurador Rodrigo Curti disse que não, mas as provas testemunhais e o material apresentado pelos denunciantes deixava claro que o crime eleitoral foi cometido pelos gestores do governo, em favor da chapa majoritária do PT.
CRIMES ELEITORAIS RELATADOS NA AÇÃO DE CASSAÇÃO
De acordo com o procedimento preparatório nº 006/2012 (PP nº 0062012), “no dia 23 de agosto de 2012, pela parte da manhã, em frente à Escola Pedro Martinello, no bairro Montanhês , nesta cidade, os requeridos Sebastião Viana (governador do Estado do Acre), Glenilson Araújo Figueiredo (diretor-presidente do Iteracre), Edvaldo Souza (deputado estadual), acompanhados do superintendente da Caixa Econômica Federal, demais autoridades e servidores do Governo Estadual, lideraram uma solenidade que tinha por objetivo a entrega de “títulos definitivos” para os moradores da “invasão do caladinho”, que se configurou em evidente prática de abuso de poder político para obtenção de votos com a utilização inadmissível e intolerável da estrutura governamental em favor dos candidatos a prefeito e vice-prefeito de Rio Branco pela “Frente Popular”, Marcus Alexandre e Márcio José Batista, respectivamente”.
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