Em artigo intitulado “O espanto foi banido”, jornalista Ruy Fabiano volta a questionar declarações de Jorge Viana
Blog do Ricardo Noblat
O ex-presidente Lula, segundo os jornais, teria protagonizado há dias mais um ineditismo: aconselhado a presidente Dilma Roussef a não comparecer à posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa.
Seria uma retaliação ao comportamento considerado hostil do relator do mensalão aos petistas. Como Lula não a desmentiu, a notícia, embora inimaginável, foi tida por verdadeira.
Felizmente, a presidente, ao que parece, não acatará o conselho – e nem pode: nem o cargo que ocupa, nem o que ocupará o ministro Joaquim Barbosa podem ser contaminados por idiossincrasias de qualquer espécie, em hipótese alguma.
Acima de ambos, há as instituições que presidem. Dilma chefia um Poder, o Executivo, e Barbosa outro, o Judiciário, que, segundo a Constituição, além de independentes, devem ser harmônicos.
Em circunstâncias normais, tal informação jamais seria publicada. Morreria nas mãos do diretor de redação, por absurda.
Mas, nos tempos que correm, não apenas é verossímil como acaba sendo publicada com destaque, lida e comentada até com certo tédio. O espanto foi banido da cena política.
O julgamento do mensalão expõe o desprezo institucional com que Lula e o PT se comportam diante de um Poder da República. O que já se declarou sobre a mais alta Corte de Justiça do país, desde o início do julgamento do mensalão, é inacreditável.
O STF já foi acusado de estar a serviço “de uma elite suja”, e de seus ministros estarem jogando para a plateia.
Até o televisionamento direto das sessões, antes considerado um gesto de transparência, foi tido por antidemocrático.
O PT confunde partido com governo – e governo com Estado.
Lula, quando assumiu a presidência, mandou desenhar na grama do Palácio da Alvorada – um bem público – a figura da estrela do PT e pintá-la de vermelho. Já não era mais um palácio do Brasil, mas de um partido. Essa visão distorcida explica o que ocorre.
No final de setembro, o senador Jorge Viana (AC) ocupou a tribuna do Senado para destilar sua verrina contra o Supremo. Considerou um absurdo que ministros nomeados pelo governo do PT “votassem contra o PT”, como se lá estivessem cumprindo missão partidária.
A declaração por inteiro é esta: “Só não vale nossos governos indicarem ministros do Supremo, e eles chegarem lá e votarem contra por pressão da imprensa”, disse ele.
Sobrou, como de costume, para os jornais.
Mesmo os réus já condenados tecem considerações críticas sobre a Corte que os condenou, esquecidos de que a condição de condenados, dentro do devido processo legal, lhes retira qualquer autoridade para se manifestar sobre o delito que cometeram.
Para tanto, dispuseram de advogados, aliás do primeiro time, que expuseram seus argumentos, mas, dentro do rito judiciário, não convenceram.
Mesmo assim, estabeleceu-se a inversão dos papéis: os réus passaram a julgar os juízes – e a condená-los. Os exemplos são muitos; vejamos alguns.
José Genoíno diz que seu julgamento não foi isento. Ora, se não foi isento, não há outra hipótese: foi desonesto. Não há meia gravidez.
Já José Dirceu escreveu em seu blog que “a sede” do STF em condená-lo “mostra total desconsideração às provas contidas nos autos e que atestam minha inocência”.
Ora, um tribunal que tem “sede de condenação” é um tribunal injusto – e, portanto, de exceção.
Mas não é só: o deputado Paulo Rocha, depois de declarar que “ninguém está negando que houve os empréstimos fraudulentos, os repasses” (e já podia parar por aí), protesta, indignado: “mas não teve compra de votos, foi para pagar conta de campanha.” Ah, bom.
O PT, por sua vez, anunciara que faria uma manifestação pública contra o Supremo. Foi desaconselhado por Lula, mas não por razões institucionais – e sim de ordem pragmática. Poderia não causar boa impressão ou agravar as condenações.
O que preocupa, em tal contexto, é a circulação de outro rumor: de que a próxima nomeação para o STF, na vaga do ministro Ayres Britto, que se aposenta semana que vem, recairia sobre um companheiro, que lá cumpriria missão partidária.
Fala-se no advogado Beto Vasconcelos, de 35 anos, que exerceu o ofício por apenas três anos e cuja maior credencial seria a de ser filho de um ex-companheiro de luta armada da presidente.
Beto pode até ser um gênio, mas não preenche o quesito de “notório saber jurídico”, até porque, até aqui, ninguém o notou, dentro ou fora da comunidade jurídica.
Notório saber não é uma abstração: implica reconhecimento público, um caminho já percorrido. Não é notoriamente o caso.
Ruy Fabiano é jornalista

O governador Gladson Cameli anunciou nas redes sociais na noite deste sábado, 25, que o Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional do governo Lula, Waldez Góes, estará em Rio Branco neste domingo, 26, para conferir de perto os estragos provocados pela enchente do Rio Acre e pelo transbordamento de igarapés e córregos na capital acreana.
No Twitter, Gladson afirmou que vai receber o ministro no Aeroporto de Rio Branco. “Estarei no Aeroporto para recebê-lo pessoalmente. Ele vem ao nosso estado pessoalmente para verificar a situação das famílias afetadas pela enxurrada”, disse.
Apesar do anúncio, Nayara Lessa, secretária de comunicação do governo acreano, afirmou que a agenda do ministro e a hora que Waldez Góes chega ao Acre ainda não foi definida.

A Defesa Civil Municipal tem atuado na contenção dos prejuízos causados pela enchente do Rio Acre, córregos e igarapés pela capital acreana. De acordo com o capitão Cláudio Falcão, neste sábado, 25, há cerca de 500 pessoas abrigadas e quase 2 mil desalojadas.
O nível do Rio Acre continua subindo em Rio Branco e marcou 16,31 metros por volta do meio-dia. A previsão é de mais chuva pelo menos até este domingo (26).
Em Rio Branco, escolas estão servindo de abrigo temporários às famílias atingidas pela alagação, bem como igrejas e centros de treinamento. Diversas campanhas de solidariedade estão sendo realizadas por organizações não-governamentais, órgãos públicos e empresas privadas na tentativa de arrecadar alimento, roupas, água mineral, produtos de limpeza e higiene.

Foto: Jardy Lopes
O governo do Acre, por meio da Defesa Civil Estadual, informa que às 12h deste sábado, 25, o nível de medição do Rio Acre, em Rio Branco, esteve em 16,31m, ultrapassando a cota de alerta (13,50m) e também a cota de transbordamento (14m).
Em Rio Branco, 48 bairros foram atingidos e sete igarapés permanecem em estado de transbordo. São eles: Almoço, Judia, São Francisco, Dias Martins, Batista, Fundo e Liberdade. Ainda na capital, foram instalados 26 abrigos, sendo 14 estaduais e 12 municipais.

Foto: Jardy Lopes
Até o momento, 23.356 pessoas foram atendidas pelas equipes mobilizadas pelo governo estadual por meio do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Secretarias, Polícia Militar, e Instituto Socioeducativo, composta por 404 pessoas que estão envolvidas nas ações de suporte às ocorrências.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, em Rio Branco, cerca de 221 famílias estão desabrigadas, são 805 pessoas atingidas, sendo 485 adultos, 286 crianças, e 34 idosos.
Brasiléia
A medição do Rio Acre, em Brasileia, esteve em 11,85m, ultrapassando a cota de alerta (9,80m) e também a cota de transbordamento (11,40m).
No município, oito bairros foram atingidos. Já foram retiradas 32 famílias, e 88 pessoas se encontram em abrigos, e 102 famílias estão em casa de parentes. A força-tarefa empregada é de 17 veículos da prefeitura; três viaturas do Corpo de Bombeiros; uma viatura da Defesa Civil Municipal; 12 militares em apoio a retirada de famílias; oito guarda vidas civis voluntários; cerca de 100 pessoas empenhadas pela prefeitura para execução de medidas paliativas; cinco barcos empregados do Corpo de Bombeiros; e um barco da Defesa Civil Estadual.
Assis Brasil
O relatório não apresenta as informações das 12h de Assis Brasil pois todas as réguas foram cobertas. No município 57 famílias já foram retiradas, e cerca de 253 pessoas foram afetadas. A informação do Corpo de Bombeiros é de que o nível das águas sobe 3,4 centímetros por hora.
Epitaciolândia
Em Epitaciolândia, 46 famílias estão em abrigos e 64 foram alojadas em casas de parentes ou amigos. Até o momento, 5 abrigos foram estruturados para receber as pessoas atingidas pela cheia. O trabalho de assistência está sendo realizado por uma embarcação do Corpo de Bombeiros e 3 militares atuam em apoio à Defesa Civil municipal.
Plano de Contingência e campanha Juntos pelo Acre
Em reunião na madrugada da última sexta-feira, 24, o governador Gladson Cameli esteve com representantes do governo estadual e da Prefeitura de Rio Branco, quando estabeleceram ações estratégicas conjuntas em apoio à população afetada pela forte enxurrada que atingiu a capital acreana e municípios vizinhos. Durante todo o dia foram realizados atendimento às ocorrências solicitadas por meio do Centro Integrado de Operações Públicas (Ciosp).
Ainda na última sexta, o governo lançou a campanha Juntos pelo Acre, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasd).
O intuito da campanha é arrecadar insumos, desde cestas básicas, água mineral, material de higiene pessoal, roupas tamanho adulto e infantil e fraldas para bebês. Também podem ser doados colchonetes, colchões, lençóis, cobertores e outras roupas de cama, além de água mineral e ração para animais.
As doações podem ser feitas, entre às 8h e 20h, no Colégio Estadual Barão do Rio Branco (CEBRB), em frente à Praça Plácido de Castro, no centro da capital.
Em caso de emergência ligue 193
Para solicitar atendimento em decorrência das chuvas, basta entrar em contato com o Centro Integrado de Operações Públicas (Ciosp), por meio do 193.

A Energisa informou neste sábado (25) que já foi possível restabelecer o fornecimento de energia para 57% dos clientes afetados pela cheia dos igarapés, em Rio Branco, desde a última quinta-feira, 23 de março.
Os bairros Conquista, Procon, Bairro da Paz, Transacreana, Distrito Industrial e Seis de Agosto ainda possuem clientes desligados. As tratativa para restabelecer o fornecimento de energia nos bairros afetados é feito em parceria com a Defesa Civil do município.
A empresa diz que monitora 24h por dia, em parceria com a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, e avalia os pontos críticos em que é preciso realizar o desligamento da rede de energia para garantir a segurança da população.
Se precisar falar com a Energisa, o usuário pode entrar em contato por um dos canais de atendimento aos clientes: aplicativo Energisa ON, Gisa (www.gisa.energisa.com.br) e callcenter 0800-647-7196.
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