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Tribunal de Justiça reclamado no CNJ está entre os que têm menor congestionamento de processos

Por
Roberto Vaz

Jairo Carioca


Ao mesmo tempo em que administra uma das maiores crises com os servidores [uma greve que dura mais de 30 dias], o Tribunal de Justiça do Acre aparece entre os que têm menor congestionamento de processos. O fluxo foi retratado na publicação Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça. Os dados mostram que Amapá (19,7%), Acre (31%), Maranhão (49,3%) e Rondônia (46,2%) têm os menores congestionamentos.


Utilizando como critério, além dos números de magistrados e de sentenças, as médias nacionais de ambos, o órgão colocou no topo do ranking as cortes de Roraima (48 magistrados e 636 decisões para cada um), Acre (65 magistrados e 1.392 decisões para cada um) e Rio de Janeiro (790 magistrados e 2.913 decisões por cada). Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Espírito Santo, que têm número de julgadores abaixo da média nacional (1.392), registraram produção de sentenças por magistrado acima da média. Já Ceará, Bahia e Minas Gerais, com número de magistrados maior que a média nacional, produziram abaixo dela.


Para o presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), Marcelo Carvalho, o excelente desempenho é fruto do trabalho e dedicação dos magistrados e servidores que atuam no Acre. O relatório é referente à atuação dos magistrados no ano de 2011.


Marcelo Carvalho destaca ainda que apesar do número de magistrados que atuam no Estado do Acre ser inferior a média dos demais Tribunais do Brasil, quando comparado o número de juízes divido pela população do Estado, os magistrados conseguiram obter excelente desempenho quanto à avaliação individual, fazendo a Justiça do Acre ser a 5º mais produtiva do País.


A Justiça Estadual também julgou mais processos do que os ajuizados em 2011, ou seja, julgou o mesmo número dos casos novos e ainda significativa parcela do estoque, totalizando 116%.


Ao analisar a taxa de congestionamento, que é a medida do tempo da tramitação de processos, o CNJ destaca o desempenho do judiciário acreano, com apenas 31% de acúmulo de processos, conferindo o 2º lugar nacional. Para o 1º grau, a taxa foi medida em 40,1%, e para os Juizados Especiais, a taxa foi de 8,6%.


Outro destaque foram os avanços nos processos baixados, ou seja, aqueles que foram concluídos. No Acre, cada magistrado baixou em média, no ano passado, 1.501 processos, o que confere o 7º lugar no ranking nacional. Por outro lado, sem a aprovação do Plano de Cargos e Salários do Judiciário, o servidor da justiça no Acre está entre os três piores pagos do Brasil.


O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (SINSPJAC), Rangel Araújo, falou por telefone à nossa reportagem. Ele disse que os números mostram a dedicação e o papel do servidor no funcionamento da máquina do judiciário, ele continua afirmando que o Tribunal tem sido incapaz de reconhecer esse trabalho.


“A Justiça que promove conciliação é incapaz de resolver os conflitos internos de sua própria casa”, acrescentou Rangel.


As maiores taxas de congestionamento de processos na Justiça Estadual são as de Pernambuco (84,2%), Amazonas (82,5%), Mato Grosso (81,3%) e Piauí (81,1%), apesar da pequena quantidade de casos recebidos em comparação com outros tribunais.


Em recomendações aos tribunais, o relatório do CNJ afirma que os juízes mineiros precisam quase dobrar sua produção para dar conta da demanda, passando de 1.041 decisões por magistrado para 2 mil. O órgão registra queda de eficiência nos últimos três anos das cortes de Goiás, Pará, Pernambuco e Ceará.


 


 


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Roberto Vaz