Sob forte clamor de familiares e amigos, o corpo da estudante de medicina Ítala Matos foi sepultado no início da noite de quinta-feira (1), no Cemitério São João Batista, em Cruzeiro do Sul (AC). A estudante havia morrido no domingo, 28 de outubro, em Cochambamba na Bolívia, onde estudava numa instituição privada.
O corpo foi velado por cerca de três horas e meia na casa dos pais da estudante, antes de seguir em cortejo para o cemitério. O valor exorbitante cobrado pelo hospital para a liberação do corpo e os trâmites burocráticos das instituições de saúde e da polícia boliviana dificultaram o translado.
O laudo médico aponta que a jovem morreu de asfixia por broncoaspiração, ou seja, insuficiência respiratória e anoxia cerebral, que é falta de oxigênio no cérebro. Os problemas teriam se apresentado depois da ruptura de uma úlcera em seu intestino.
O também estudante de medicina Eucimar dos Reis da Silva, 35 anos, esteve com a colega quando ela passou mal e disse que houve dificuldade para acionar o socorro. De acordo com ele, Ítala morreu na ambulância.
“Ela reclamava de dores, mas quase todo mundo que vai daqui tem gastrite. A gente come mal, muita batata frita e refrigerante”, disse o estudante que acompanhou o translado até Cruzeiro do Sul.
A estudante de 24 anos sonhava em ser médica, ela ainda fez cursinhos durante um ano em Goiânia para tentar um ingresso numa universidade federal, mas como não conseguiu, resolveu estudar na Bolívia. Faltavam apenas dois meses para o sonho ser realizado. Ítala se formaria no fim de dezembro. Após a morte, ela ainda foi homenageada pela instituição onde estudava que lhe ofereceu o diploma de médica.
*Com informações do Juruá Online