Luciano Tavares – eleições 2012
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A ex-petista Marina Silva chegou ao Acre para votar e pedir votos para o candidato do PT à prefeitura de Rio Branco, Marcus Alexandre.
Depois de ter duas coletivas canceladas na tarde desta quinta-feira, 25, por causa da chuva, finalmente, a ex-militante do Partido dos Trabalhadores falou à imprensa na manhã desta sexta-feira, 26.
O encontro, ocorrido num Buffet, no Conjunto Procon, reuniu num mesmo lugar, a “velha guarda” do PT: Toinho Alves, Julia Feitosa e Lhé, além dos caciques Binho Marques, Jorge Viana, Aníbal Diniz, Raimundo Angelim. E o novato Marcus Alexandre.
No encontro depois de todas as falas, Marcus Alexandre assinou com Marina Silva um termo de compromisso com a sustentabilidade.
Em conversa com jornalistas, Marcus Alexandre disse que “é muito importantes o apoio de Marina nesse momento decisivo. Apresentamos nosso compromisso com o meio ambiente. Nossa responsabilidade de cuidar da cidade de forma sustentável. Ela recebeu nosso programa de governo. Gravou para o nosso programa eleitoral e agora firma o pacto”, disse o candidato do PT.
Marina chega para apoiar o candidato a dois dias da eleição. Veio a Rio Branco para votar no domingo, na sede do Incra, bairro do Aviário.
Ao local do evento, a ex-petista chegou ao lado do senador Jorge Viana, Relator do Código Florestal, que a criticou no auge do debate sobre o Código, aconselhando-a descer do palanque.
O contrataque de Viana se deu em função de críticas da ambientalista ao texto da matéria. Nos bastidores é sabido que na verdade Marina e Viana só suportam. E vão continuar se suportando, num palanque de dois dias (a eleição termina domingo), para apoiar Marcus Alexandre.
Em entrevista ao ac24horas, ainda no local do evento, Marina fala sobre sua volta ao palanque da FPA, conta porque nunca fez críticas ao projeto de governo que administra o Acre há 14 anos e revela, se acha ou não, ser Marcus Alexandre o “novo” apregoado pelo marketing petista.
Ac24horas- No auge do debate sobre o Código Florestal, o senador Jorge Viana, por causa das críticas que a senhora fez a matéria, disse que a senhora teria que descer do palanque. A senhora desceu do palanque, continua no palanque ou voltou ao palanque ao lado senador?
Marina Silva- Em primeiro lugar eu tenho muita tranquilidade naquilo que eu estou fazendo. Há muito tempo eu decidi que não queria fazer política com o viés da polarização. O Brasil infelizmente tem essa… É a quase que uma maldição da polarização. Era império, republica. UDN e os partidos que faziam oposição. Era Arena e MDB. Depois PT e PSDB. Eu não faço política dessa forma. Eu faço política por ideais. E são os meus ideais que estarão comigo em cima ou embaixo do palanque. Eles vão sempre estar comigo. Estou fazendo uma política que aonde eu chego eu não preciso ficar falando mal dos meus adversários. Porque as pessoas que estou escolhendo têm tantas qualidades, que porque que eu vou ficar agredindo os adversários. Ainda mais na minha cidade. Na minha cidade, eu há mais de 16 anos, eu tive uma doença muito grave, que estive a beira da morte e aprendi que o mais importante é dignidade com as pessoas. E eu quero me encontrar com você (Luciano Tavares, repórter de ac24horas), com o Bocalom, com o Flaviano, com o Nabor Junior, com quem quer que seja e poder cumprimentar essas pessoas olhando no olho. Sabendo que temos ideias diferentes, mas de mim eles jamais terão palavras que desrespeitem a dignidade humana pela forma como eu faço política. Eu não faço política de circunstâncias. Se eu fizesse política de circunstâncias talvez eu até me omitisse pra não ter que ouvir esse tipo de pergunta que você me fez, para me proteger.
Ac24horas- A senhora fez críticas aos projetos de Serra e Haddad, em São Paulo, por causa do discurso de antecipação das eleições presidenciais de 2014, mas nunca criticou abertamente o projeto político da FPA, que governa o Acre há 14. O acre vive essas mil maravilhas como prega o governo?
Marina Silva- É muito simplismo a gente reduzir assim a mil maravilhas, ou não. Aonde teve essa antecipação da disputa presidencial eu não me envolvi. Aqui no Acre não há essa antecipação. Talvez a crítica mais profunda que eu fiz ao PT como um todo, não só do Acre, mas do Brasil inteiro se revelou na minha saída do próprio PT. Mas quando eu saí do PT eu disse a seguinte palavra: as vezes a gente tem que sair de casa pra continuar próximo. No mesmo bairro, na mesma rua, no mesmo estado. É isso que eu sou hoje em relação aos partidos. Nesse segundo turno eu estou próximo à candidatura do PT, mas não é um apoio partidário. É um apoio programático e em função da pessoa do Marcus. Ele representa uma nova geração de políticos. Espero que isso também possa ajudar nos outros partidos. Vamos e venhamos, eu, o próprio Jorge, o Bocalom, o Flaviano já somos de gerações que tem muita quilometragem. É preciso abrir o espaço para novas gerações.
Ac24horas- O Marcus Alexandre é o novo?
Marina Silva- O Marcus Alexandre é um jovem que está aprofundando os compromissos já conquistados e se comprometendo com uma nova maneira de caminhar. Que é essa questão da sustentabilidade.