MPE encontra idosa que vivia trancada e sozinha em casa no bairro da Conquista

Uma denúncia anônima feita por vizinhos ao Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (CEDI), encaminhada ao Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC), salvou a vida da aposentada Raimunda da Silva, de aproximadamente 80 anos, que vivia trancada e sozinha em casa, no bairro da Conquista, em Rio Branco.

Nesta quarta feira (24), a Promotoria Especializada de Defesa da Cidadania enviou uma equipe técnica à residência da idosa. A Polícia Militar, que acompanhou a visita, teve que arrombar a porta, já que apenas as janelas laterais estavam abertas.

Quando os profissionais conseguiram entrar na casa, encontraram a aposentada deitada em uma cama de solteiro colocada na sala, com um balde ao lado que era usado para necessidades fisiológicas. A idosa usava um pano molhado sobre o rosto para aliviar o calor.

Apesar de morar com familiares, Raimunda Silva passava o dia inteiro sozinha e trancada na casa. Os vizinhos relataram que é comum a idosa ser deixada em casa, pois os netos que residem com ela saem para trabalhar. “Ela passa a maior parte do tempo gemendo”, contou o vizinho.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (SAMU) realizou os primeiros atendimentos. De acordo com o laudo inicial, a anciã apresenta quadro de forte desidratação, desnutrição, além de ser portadora de tuberculose – uma doença infecciosa, que afeta principalmente os pulmões. Ela foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento do Segundo Distrito, onde permanece internada.

O promotor de Justiça Rogério Voltolini Muñoz, titular da Promotoria Especializada de Defesa da Cidadania, disse que a idosa poderá ser encaminhada para o Lar dos Vicentinos, caso não seja encontrado nenhum familiar que tenha condições para cuidar dela.

Até agora, apenas uma pessoa, que se identificou como neta de Raimunda, foi localizada. Ela informou que cuida da avó, mas que ontem havia saído para fazer o almoço. Os responsáveis poderão ser indicados por três crimes: cárcere privado, maus tratos e abandono material. A soma final da pena pode chegar a dez anos de cadeia.

Com informações do MPE