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Câmara Temática de Culturas Ayahuasqueiras realiza Fórum para discutir políticas públicas

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Roberto Gaz

Por Cristiane Albuquerque (assessoria FGB)


A Câmara Temática de Culturas Ayahuasqueiras em parceria com a Fundação de Cultura Garibaldi Brasil realizam nos próximos dias 9 e 10 de novembro o I Fórum Setorial de Culturas Ayahuasqueiras, no Centro de Iluminação Cristã Luz Universal – Ciclo-Midã, no bairro Irineu Serra.


O objetivo dos organizadores do evento é retomar e atualizar as discussões do Seminário Comunidades Tradicionais da Ayahuasca – Construindo Políticas Públicas para o Acre, realizado em abril de 2010. Para tanto a programação foi estruturada a partir de temas referentes ao andamento das políticas publicas voltadas a esses grupos e sua relação com a sociedade mais abrangente.


As chamadas Culturas Ayahuasqueiras englobam, além das comunidades indígenas, as três linhas religiosas tradicionais originárias de Rio Branco: Santo Daime, Barquinha e UDV. Caracterizadas pelo uso ritual de uma beberagem amazônica milenar conhecida popularmente por ayahuasca, fazem parte do diversificado arcabouço cultural do povo acreano.


A história dessas comunidades começou ainda durante o processo de povoamento do estado do Acre, quando com o advento do Ciclo da Borracha levas de nordestinos desembarcavam na região para trabalhar na produção do látex, mesclando sua bagagem cultural, fincada em um catolicismo popular, ao universo nativo permeado pelo uso ritualístico de plantas regionais, entre elas o jagube e a chacrona que são usadas na feitura da ayahuasca.


A partir dessa junção cultural surgem em Rio Branco a Doutrina do Santo daime, fundada pelo maranhense Raimundo Irineu Serra na década de 30; a Barquinha cuja fundação, em 1945, também se deve a outro maranhense, Daniel Pereira de Mattos; e finalmente a União do Vegetal (UDV) fundada em 1970 por José Gabriel da Costa, um baiano de Feira de Santana.


Parte essencial no desenrolar desse processo histórico que alicerçou o território acreano, as tradições da ayahuasca foram finalmente reconhecidas como tal pelos governos municipal, estadual e federal que a partir de 1999 passaram a enxergá-las como autênticas vertentes culturais acreanas.


De acordo com dados da FGB em Rio Branco atualmente existem cerca de 21 centros com registros formalizados divididos entre as  três linhas doutrinárias.


A Câmara Temática de Culturas Ayahuasqueiras, que está inserida no Sistema Municipal de Cultura, foi criada em 2008 com o objetivo de avançar o debate com relação às Políticas Públicas voltadas ao seguimento. A partir daí passou a promover reuniões mensais para discutir questões de interesse comum.


A solenidade de abertura do I Fórum Setorial de Culturas Ayahuasqueiras acontece às 19h e conta com as presenças, além dos dirigentes e comunidades dos Centros de ayahuasca, com gestores e autoridades locais.


 


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