As balsas que transportam combustível de Manaus, AM, para Rondônia, Acre e norte do Mato Grosso viajam com 60% da carga devido ao baixo nível do Rio Madeira em Porto Velho. A profundidade em alguns pontos do rio não atinge os três metros em virtude do longo período de estiagem na região. A alternativa encontrada pelos revendedores de combustível foi buscar o produto via terrestre em São Paulo, fator que aumenta o valor para o consumidor. A Marinha e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já mapearam 32 pontos críticos de navegação.
De acordo com Volmir Ramos, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Devirados de Petróleo e Lubrificantes do Estado de Rondônia (Sindipetro-RO), o transporte via terreste deixa o frete mais caro e eleva o valor para o consumidor. “Certamente encarece, porque já tivemos um repasse de R$ 0,10 na gasolina para os revendedores e para o consumidor houve um repasse de R$ 0,05”, afirma Volmir.
Paulo César Machado, capitão de portos da Amazônia Ocidental, explica que neste ano a seca está mais rigorosa. “Os pontos críticos estão mais assoreados. Os navegantes reclamam e temos comprovado em virtude do maior número de encalhes que os pontos críticos estão bem mais difíceis”, alerta o capitão.
Pelo Rio Madeira são transportados por ano três bilhões de litros de combustível e cinco toneladas de outros produtos, principalmente soja. A existência de vários bancos de areia e troncos de árvores tornam o transporte mais difícil também para mais de 40 mil pessoas por ano.
Manoel Torquato de Souza, piloto fluvial há mais de 30 anos, comenta a dificuldade da navegação: “É preciso conhecer o rio. Mesmo assim, todos os anos a praia aparece em um lugar diferente. Esse ano está desse lado, no outro está no meio, depois do outro lado. Mas nós localizamos”, diz o piloto.
*Com informações do G1