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Missa em Ação de Graça celebra os 90 anos de Frei André Ficarelli, um missionário italiano que ama o Acre e diz que aqui quer morrer

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Ray Melo,
da redação de ac24horas
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A igreja católica iniciou nesta sexta-feira, 12, uma programação especial dedicada aos 90 anos do padre André Ficarelli, missionário italiano que planejou a Catedral Nossa Senhora de Nazaré. A obra foi concluída em 1958.

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 Uma missão em ação de graças foi realizada na manhã de hoje, como parte das homenagens ao padre, que participou ativamente de outros projetos da igreja católica, como o Palácio do Bispo, o Colégio Nossa Senhora das Dores, o ex Colégio Meta, Centro de Treinamento.


Segundo o padre Mássimo Lombardi, a participação de André Ficarelli foi decisiva para as obras da igreja católica. “A retomada dos trabalhos da construção da catedral que ninguém conseguia dar continuidade, contou com a determinação de Ficarelli”.



Mássimo Lombardi disse que a obra da principal igreja da comunidade católica em Rio Branco, é considerada a “menina dos olhos do padre André Ficarelli”. A construção faz parte do complexo que construiu o palácio do bispo, um dos mais antigos prédios da capital.


“O que surpreendeu na missão do frei André tem sido a sua paixão e a sua dedicação à Igreja de Rio Branco no pastoreio deste povo. Entre a morte de dom Julho e a chegada de Dom Giocondo em 1963, foi nomeado Administrador Apostólico da Prelazia”, enfatiza Mássimo Lombardi.


De acordo com Lombardi, “como Servo de Maria ele (André Ficarelli) sempre foi um frei obediente  e teve que se ausentar do Acre, ir para São Paulo para assumir o cargo de Provincial da Ordem. Em seguida Conselheiro Geral em Roma até o ano de 1978”.


Agradecimentos


“Nós agradecemos frei André pelo seu amor à Igreja, que o levou a empenhar-se toda a vida pela justiça e a fraternidade, sempre sonhando com a transformação da sociedade, comprometendo-se com a falta de liberdade, principalmente no tempo da Ditadura por ter sido Pároco desta catedral, Vigário Geral, Administrador diocesano, Coordenador diocesano de Pastoral” detaca Mássimo Lombardi ao lembrar-se dos trabalhos de Ficarelli.


Para o padre Mássimo, o frei André Ficarelli também foi um símbolo na luta pela liberdade de expressão. “No início dos anos 80, greves e manifestações populares se revoltavam contra a falta de liberdade de expressão, o frei tinha consciência que a Igreja era a única Instituição que podia dar apoio e ser espaço de debates para as categorias sociais”, destaca.


Numa manifestação lembrada pelo padre Mássimo, como o dia D, Andrè Ficarelli, mais uma vez teria participado de forma ativa para defender os trabalhadores. “Estudantes e professores protestavam, quando a polícia começou a bater, todos correram para encontrar refúgio na catedral. O frei André abriu as portas desta catedral, mas não deixou entrar a polícia com palavras enérgicas: esta é a casa de Deus e a policia não entra”.


A vida do frei que mudou a direção da igreja católica em Rio Branco também foi marcada pelas tragédias. André Ficarelli foi vítima de um homem desequilibrado, que recebia ajudado da igreja católica para se recupera. Sem revelar o nome da pessoa, Mássimo Lombadi conta que o acusado “jogou álcool no frei André e ateou fogo. Foram quatro meses de sofrimento”.


Homenagem de Mássimo Lombardi

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O padre Mássimo Lombardi fez questão de prestar sua homenagem pessoal ao frei André Ficarelli. “Padre André, o senhor sempre nos surpreendeu pelo perdão oferecido, pela sua dedicação, humildade, paixão pela Igreja. O senhor sempre foi uma referência para nós padres e para todo o povo de Deus desta diocese. Não desanime, pois sua missão continua e o povo de Rio Branco ainda precisa de sua palavra amiga. Toda segunda e todo sábado, muita gente continua procurando o frei André para receber um conselho, uma palavra amiga, uma absolvição em nome de Deus. Que Deus redobre a sua saúde, pois nós todos continuamos precisando s de sua presença. Obrigado padre André”, finaliza.


MORRER NO ACRE – “Quero morrer no Acre. Me sinto acreano e dedico esta emoção a todos os acreanos”, disse o frei, que sobreviveu a um atentado cujo autor mais tarde foi identificado como um cidadão com sérios transtornos mentais. O rapaz à época jogou álcool e fogo no corpo do padre, que teve parte do braço e ombro queimados.


Numa fala rápida, o frei agradeceu a devoção de seu médico cardiologista e disse sofrer de problemas na visão e não consegue caminhar sozinho. Se tivesse saúde plena, disse ele, voltaria a atender os fiéis, como fez durante décadas, “levando a palavra de Deus e conforto às famílias acreanas”.


As obras levantadas por Ficarelli no Acre foram custeadas com recursos do povo e alguma ajuda enviada pela Igreja Católica sediada na Província de Régio Emília (ITA).



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