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Em artigo, pastor diz que líderes cristãos do Acre estão vendendo o rebanho para os políticos

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Luciano Tavares, da redação de ac24horas
lucianotavares@ac24horas.com


Polêmico por causa de suas declarações públicas contra o casamento gay e o aborto, o pastor Paulo Machado, teólogo da Igreja Assembleia de Deus de Madureira, exortou as comunidades cristãs sobre a venda do voto, através de um artigo intitulado: “Por um Prato de Lentilhas”.

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No artigo, o líder espiritual baseado em fatos insinua que há pastores barganhando com políticos colocando em xeque seu rebanho.


– Materiais de construção, dinheiro de fraudes, entre outros, são a moeda utilizada pelos aliciadores da corrupção para chegar ao coração daquele que cheio de “boas intenções”, pretende levar algum tipo de “benefício” à sua comunidade. Chegamos ao absurdo de ouvir nas eleições passadas nos bastidores, a declarações daqueles que financiam a corrupção neste país em dizerem que era fácil comprar, segundo eles, uma igreja de porteira fechada por qualquer R$5 ou R$10 mil. É triste ter de comentar isso. Ao bem da verdade, as propostas com que seduzem a alguns, chegam a ser até obscena de tão vergonhosa.


“Tá dominado”, diz o penúltimo parágrafo do artigo.


Para fundamentar sua opinião, ele utiliza alguns versículos bíblicos, como a 2ª epístola de Paulo a Timóteo, que alerta os cristãos sobre acontecimentos  apocalípticos. A barganha de líderes com o poder é um desses sinais. Diz o texto escrito por paulino: “(…) SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.(2 Tm 3.1-5)


Quando se refere ao prato de lentilha, o pastor lembra a antiga história da família de Izaque e seus filhos Jacó e Esaú.


Conta-se que Esaú era um grande caçador e preferido de seu pai, enquanto Jacó, mais novo e pacato, favorito da mãe, Rebeca. A tradição dava ao mais velho o direito de receber a bênção do pai, portanto, a condição de primeiro na linha sucessória, o que incluía herança material e espiritual.


A história relata que certo dia Esaú chegou faminto do campo e encontrou Jacó pronto para saborear um prato de lentilha. Pediu ao irmão que lhe desse o alimento, mas a sagacidade de Jacó o fez aproveitar da situação. Respondeu que lhe daria o prato em troca do direito de primogenitura. Esaú respondeu: “Está bem. Eu estou quase morrendo; que valor tem para mim esses direitos de filho mais velho? Então jure primeiro – disse Jacó. Esaú fez um juramento e assim passou a Jacó os seus direitos de filho mais velho”. Foi assim, por um simples prato de lentilha,  que Esaú vendeu o que tinha de mais valioso, que era sua primogenitura.


Leia a íntegra o artigo do pastor Paulo Machado


Por um Prato de Lentilhas


Quanto vale um voto? – Em tempos de eleição a conquista pelo voto é tão selvagem que as pessoas chegam ao ponto de perderem a dignidade ao venderem o seu voto por uns trocados.

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Esse negócio de dizer que pastor tem de tomar conta do rebanho e separar Igreja do Estado tem sido mal interpretado, pois tanto o Pastor como o rebanho pagam seus impostos, tem seus filhos na escola, precisam de serviços públicos tais como: segurança, saúde e educação, que, diga-se de passagem, é dever do estado fornecer tais serviços, portanto, é dever do pastor orientar o rebanho quanto a conscientização política; “em quem votar e porque votar”. Contudo o pastor não deve se ater a atacar a nenhuma personalidade, mas, deve se dedicar à discussão no campo das ideias, e como pastor tem a obrigação de orientar a qualquer um acerca das melhores opções políticas segundo o pensamento cristão. Ideologia é o que debatemos. Portanto, as manifestações do pensamento devem ser produzidas no momento oportuno. Falamos de Natal em Dezembro, falamos de Pascoa em Abril, falamos de política em época de eleição.


A apologética cristã, (e quando digo cristã não me refiro somente aos evangélicos, mas também aos católicos, que são uma massa considerável nesse país e comunga com os princípios da ética e da moral defendida pela Igreja), invoca uma postura baseada nos princípios dos ensinamentos de Jesus, contra a corrupção que atinge e deforma o caráter do ser humano, que em sociedade manifesta sua cultura e padrões morais.


O contraste que esses ensinamentos apresentam, chocam quem anda desordenadamente e são os únicos que se ressentem dessa exposição. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus”. (Jo 3.19-21)


Uma lição de ética nós temos no passado. Quero lembrar que os fatos da história são sombras das coisas futuras (Cl 2.17). Esaú (seu nome significa Edon – vermelho) mantinha a benção da primogenitura, benção essa que lhe garantiria alguns direitos de herança e que repercutiriam em seu futuro e de sua família. Por causa de interesses mesquinhos, vendeu-a, por um prato de lentilhas, a seu irmão Jacó (seu nome significa enganador Gn 25.27-34). Essa atitude de Esaú revelou seu caráter deformado, corrupto, não sabendo valorizar o dom de Deus, e utilizando-se desse privilégio, barganhou para atender sua concupiscência. Desse modo, Esaú perdeu a sua primogenitura.


Esse defeito de caráter, podemos observar ainda hoje em todos os que se dão a prática da venda de seu voto. Materiais de construção, dinheiro de fraudes, entre outros, são a moeda utilizada pelos aliciadores da corrupção para chegar ao coração daquele que cheio de “boas intenções”, pretende levar algum tipo de “benefício” à sua comunidade. Chegamos ao absurdo de ouvir nas eleições passadas nos bastidores, a declarações daqueles que financiam a corrupção neste país em dizerem que era fácil comprar, segundo eles, uma igreja de porteira fechada por qualquer R$5 ou R$10 mil. É triste ter de comentar isso. Ao bem da verdade, as propostas com que seduzem a alguns, chegam a ser até obscena de tão vergonhosa. “Tá dominado” pensam eles.


Assim como Esaú, vendem sua primogenitura e comprometem o conteúdo da herança a eles prometida. É profético essa situação, o Apóstolo Paulo já havia prevenido contra essas pessoas em nosso tempo: “SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.(2 Tm 3.1-5)


A Igreja em sua concepção teológica não é uma organização. A Igreja é um organismo, um único corpo e vivo, regido por uma cabeça, Cristo. A mão da corrupção é grande e tem alcançado a muitos, mas, ainda que, muitos membros do corpo de Cristo esteja dispersos em seus pensamentos, a mão de Cristo é muito maior para resgata-los de sua vã maneira de viver. Esaú perdeu a primogenitura, gerou o povo chamado Edom, os edomitas deixaram de existir. Jacó que significa enganador, depois de se converter à Deus, teve seu nome mudado para Israel (porque como príncipe lutou com Deus), teve sua sorte mudada, e as bênçãos garantidas.


Esperamos que esses que se tem corrompido por um prato de lentilhas, venham a se converterem e recuperarem sua benção, e ensinem o rebanho a ser politicamente corretos.


Bel.Pr Paulo Machado – Profº de Teologia


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