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Acreano fica preso por nove meses no lugar do irmão, acusado de tráfico de drogas, no DF

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Gustavo Frasão, do R7


Elessandro e Elidângelo de Pinho Silva são irmãos. Elissandro é salgadeiro e mora no Rio Branco, capital do Acre. Elidângelo estava em Brasília quando foi preso em flagrante acusado de tráfico de drogas.

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Quando foi detido, Elidângelo cumpria pena em liberdade por outro crime e, por conta disso, no momento da prisão, apresentou aos policiais a certidão do irmão, Elissandro, que não tinha nada a ver com a situação.


Ele foi condenado e chegou a cumprir quatro anos de pena no presídio da Papuda em São Sebastião, região administrativa do DF, mas por bons comportamentos, conquistou o direito do saidão em dezembro do ano passado. Depois que saiu do presídio, Elidângelo não voltou mais.


Por conta disso, o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) emitiu um mandado de prisão para buscar o homem no Acre, mas como ele apresentou a certidão do irmão ao ser detido, quem foi preso desta vez foi Elissandro.


Ele foi preso e trazido para Brasília, onde ocupa o lugar do irmão desde janeiro deste ano. Quem descobriu o problema e demonstrou comoção com a situação foi a amiga da família, Nina Barros. Ela contou que o filho também cumpriu pena por tráfico de drogas no mesmo presídio e reconheceu Elessandro em um dia de visitas.


— Passei a visitar os dois na prisão e continuo vendo Elessandro uma vez a cada 15 dias, mesmo depois que meu filho foi solto.


Atualmente, Nina é a ligação entre Elessandro e a mãe dele, que mora no Acre. Mesmo sem se conhecer, as duas ficaram amigas.


— A gente se fala todos os dias por telefone.


Na última semana, uma decisão da justiça deixou a família de Elessandro mais animada. O juiz Ângelo de Oliveira determinou que o nome de Elidângelo passe a constar como condenado e, ao mesmo tempo, mandou que Elessandro seja levado de volta para o Acre, uma vez que não existe vínculo nenhum com a justiça do DF.



No Acre, a juíza Luana Campos quer, “com urgência”, uma audiência entre os dois para resolver todas as dúvidas sobre a “real identidade” do condenado.

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O advogado João Paulo Todde Nogueira, da comissão de Direitos Humanos da OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil no DF), afirma que essa decisão deveria ter sido tomada há mais tempo e que os problemas gerados podem ser irreversíveis.


— Tinha que ter acontecido lá atrás, quando o homem errado foi para a cadeia. As digitais deveriam ter sido colhidas na hora para sanar qualquer tipo de dúvida.


Elessandro, que tem esposa e seis filhos no Acre, que voltar para casa. Nina afirma que o rapaz está ansioso, triste e com esperanças.


— Tudo ao mesmo tempo. Qualquer um na situação dele ficaria confuso.


Porém, para Nogueira, ele vai voltar para a terra natal e continuará preso até que tudo fique devidamente esclarecido.


— A Justiça do DF não passa nenhum detalhe sobre o trajeto e datas. Ninguém sabe como e quando a viagem será feita, mas de um jeito ou de outro a gente sabe que essa história começa a ser esclarecida.


 


 


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