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Em desabafo público, professor da Ufac denuncia burocracia da saúde do Acre para obter medicamento de uso continuo

Por
Roberto Vaz

O Professor de Lingua Inglesa da Universidade Federal do Acre, José Janilson, usou a sua conta no facebook para relatar o seu drama nas redes sociais. Tendo a necessidade de tomar um medicamento de uso continuo por causa de problemas em seu coração, o professor afirma que recebeu uma receita medica de um cardiologista pedindo para que ele buscasse um determinado remédio. Ao procurar o sistema publico de saúde a medicação não estava disponível.


Janilson faz um apelo as autoridades do Estado do Acre: “O medicamento é de uso contínuo. Explicando mais claramente – é para eu tomar até o fim da minha vida. Tem mais: é para ajudar meu coração e meu cérebro continuarem funcionando até eu morrer. Alguns ainda não sabem, mas alguns seres humanos nascem com apenas UM CORAÇÃO. Outros não têm. Rins são dois; pulmões são dois. Mas, coração é só um”, explica o professor.


Confira o relato do professor na integra:


“Imagine que você é uma pessoa que precisa de assistência médica, social, e judicial porque você tem marca-passo e tem problemas cardíacos serríssimos.


Do lado médico, você recebe uma receita – Ato Médico – do cardiologista (com mais de 30 anos de trabalho) determinando que você tome um remédio para o seu coração continuar batendo ainda razoavelmente bem;


Do lado social, você procura auxílio das autoridades do estado do Acre, e percebe a má vontade de lhe ajudarem, e até a disposição para embargarem o seu acesso a algo garantido pela Constituição de 1988 – a Saúde; ainda, nesse campo, uma profissional farmaceutica, com menos tempo de atividade do que o médico, no ramo saúde, ignora o Ato Médico, seus 30 e poucos de atividades, e sugere mudar o medicamento sem saber minimamente o comparativo entre os medicamentos; de forma irresponsável ainda colhe dados de um portal não especializado, da rede mundial de computadores;


Do lado judicial, você não obtém êxito por conta da interpretação da magistrada em, também ignorar o Ato Médico – a Receita – e determinar a extinção do processo por achar que o Juizado não tem ‘competência’ para julgar que o estado deva fornecer o medicamento sem questionamentos, nem julgamento do mérito.


O medicamento é de uso contínuo. Explicando mais claramente – é para eu tomar até o fim da minha vida. Tem mais: é para ajudar meu coração e meu cérebro continuarem funcionando até eu morrer. Alguns ainda não sabem, mas alguns seres humanos nascem com apenas UM CORAÇÃO. Outros não têm. Rins são dois; pulmões são dois. Mas, coração é só um.


É muito mais interessante ao Estado do Acre me manter vivo. Tenho um salário razoável – sou professor de língua inglesa na UFAC. Se eu morrer, o estado do Acre perde uma fonte de receita maior do que me concedendo o remédio.


Mas, eu sou Ateu. Não tenho mais fé em coisa alguma.


Não sou do PT. Aliás, eu odeio esses imbecis presunçosos, e metidos a besta.


Eu já não sei a quem recorrer.


Eu espero que leiam, mas não preciso que tenham dó de mim. Há muitas pessoas nesses estado do Acre – mais de 250 – que usam marca-passo e precisam de ajuda.


A hora de ajudar é agora. Depois de morto, nada mais serve”.


Solidariedade


De: Suráia <suraia_kallid@hotmail.com>
Assunto: solidariedade


Corpo da mensagem:
venho manifestar solidariedade ao meu colega de Faculdade Janilson. Estudamos juntos na Ufac mais ou menos uns vinte anos atrás e estou passando um problema semelhante ao dele, só que no meu caso de fornecimento de medicamentos a justiça responsabilizou o Estado que não cumpriu a decisão judicial há algum tempo. De lá prá cá padeço sem a devida medicação e se pudesse ajudaria materialmente meu colega, mas como estou nessa situação venho me solidarizar a ele e dizer que todo o nosso Rio Branco está padecendo com esse caos na saúde. Está na hora de tirar esses irresponsáveis do pt do domínio do nosso Estado e assim esperarmos que melhore em outras mãos.
Suráia


 


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Roberto Vaz

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