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Mensalão pode respingar em Jorge Viana

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Tão misterioso como o rico patrimônio do ex-governador do Acre e Senador da República, Jorge Viana (PT/AC), é o envolvimento dele com o maior escândalo de corrupção da atualidade brasileira. A evolução patrimonial de Viana chegou a R$ 2,32 milhões, até 2010 –um salto de 1.466% em relação a 1998, de acordo com levantamento da Folha de São Paulo, com base em dados da Justiça Eleitoral. Além de ex-lobista da maior fabricante de helicópteros da América Latina , o petista acreano ganha uma invejável aposentadoria por ter sido ex-governador do estado, que eleva sua renda para cerca de R$ 50 mil/mês.


No inicio da semana o analista político da Folha Online, Fernando Rodrigues, disse que Viana agiu como bombeiro para acalmar o setor publicitário de Minas Gerais evitando que mais pessoas falassem a imprensa sobre o escândalo do Mensalão que começava a vir à tona 2005, após a entrevista bombástica do ex-deputado Roberto Jefferson. Segundo Rodrigues, o senador acreano na época conhecia o meio publicitário de Minas Gerais e tinha certa influência na principal Agência de Publicidade envolvida no rolo: a Asa Comunicação.

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Mero engano pensar que ocorreu apenas isso. O que o jornalista da Folha não revelou foi que Viana aumentou em 585% a verba de publicidade em relação ao contrato original. Os primeiros aditivos ocorreram no ano da campanha que reelegeu Viana governador do Acre, e os maiores quando o petista Raimundo Angelim conquistou a prefeitura da capital do Estado. Os contratos publicitários subiram de R$ 4 milhões para R$ 27,4 milhões, com 13 termos aditivos. A empresa diretamente beneficiada pelo contrato e por seus aditivos foi a Asa Comunicação, com sede em Belo Horizonte, a mesma responsável por acalmar o denuncismo dos mensaleiros.


Jorge Viana não teve tanto sucesso, e mesmo com o presidente Lula dizendo, “que não sabia de nada”, o esquema de corrupção revelado em 2005 se materializou comprovando a compra de apoio parlamentar. A ação penal 147 tem 50 mil páginas, centenas de relatórios e diligências da Policia Federal e do Ministério Público, além dos depoimentos de 394 testemunhas, envolvendo os 38 réus. O Ex- Ministro José Dirceu aliado dos irmãos Vianas, que por diversas vezes pisou em solo acreano, é apontado como “chefe da quadrilha”. Nesta quinta-feira, 02, após sete anos de expectativas o Supremo Tribunal Federal dará inicio ao mais emblemático julgamento da história política do país. De quebra o PT ainda ganhou a participação do ministro José Antônio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento, é isso vem sendo contestado pelo Congresso e o Senado, já que ele tinha ligações próximas com os camaradas e foi indicado por Lula.



Apesar de não haver tantas evidencias criminais, Jorge Viana agiu praticamente como receptador do mensalão. Protegeu sua sigla partidária e seus comparsas de partido em troca de apoio financeiro federal, político e a presença do popular ex-presidente Lula em visitas constantes ao Acre, inclusive para inaugurações de obras públicas e fizeram poses de braços dados para a imprensa, e declarações afetivas. Jorge usou sua proximidade e prestígio com o presidente Lula para atrair dinheiro internacional e investidores, muitos deles desistiram do Acre e abandonaram empreendimentos.


Nunca um governador do Acre recebeu tantos recursos da União como no mandato de Jorge Viana. Foram liberados milhões de reais e dólares que acabaram aumentando a divida pública local. Números do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) mostram que no Acre, as famílias mais pobres nas áreas urbanas têm renda ainda inferior aos pobres de outros estados do País. A miséria se propagou e a distribuição de renda não foi igualitária.


Esse é o mesmo grupo político acreano que tenta se manter no poder e usa tentáculos para arquivar ações na justiça que podem resultar na cassação de vários deles. Em razão de episódios registrados na campanha de 2010, o Ministério Público Eleitoral acionou Sebastião Viana (PT), o irmão dele, o senador Jorge Viana (PT), e outros seis políticos da chapa sob acusação de uso da máquina pública na eleição. O processo tramita no TSE e a Procuradoria já se manifestou pela cassação do mandato do governador.


FRANCISCO COSTA  fsc_neto@hotmail.com


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