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Depois de fracasso com fogão gerador de energia, governo deve apostar em projeto milionário de motogerador VSE, fabricado pela Vale do Rio Doce

Por
Roberto Vaz

Luciano Tavares, da redação de ac24horas
lucianotavare@ac24horas.com


Depois do fracasso com os fogões geradores de energia Geralux, o governo do Acre pretende investir agora em uma nova tecnologia para levar eletricidade às comunidades de difícil acesso do Estado: trata-se do motogerador VSE a etanol, que sairá cada um aos cofres do estado ao preço de R$ 270 mil. A tecnologia brasileira é desenvolvida pela Vale do Rio Doce em parceria com o BNDES.


Com capacidade de abastecer uma vila com 380 famílias, o gerador possui um controle central do motor, um alternador que gera a energia, considerado o cérebro da máquina, além de um disjuntor.


Convencionalmente, o motogerador é utilizado com o etanol derivado da cana-de-açúcar, mas no caso do Acre há a intenção de usar a mandioca como matéria-prima. Isso seria possível de acordo com a Cecília Oliveira, representante da Vale através das ilhas de sustentabilidade.  “O diesel daqui vem de São Paulo, quer dizer você acaba gastando mais por causa do transporte. Com a ilha de sustentabilidade você tem a produção dispensada de estar usando diesel, porque você vai ter cana ou a mandioca. O diesel só vai ser usado no transporte da máquina. O que a gente tá fazendo neste momento é um estudo sobre que áreas de plantio de mandioca ou cana, que vai gerar uma quantidade de litros para alimentar o gerador que abastece a comunidade”, acrescenta Cecília ao reconhecer ainda os entraves ambientais para a aquisição de novas áreas de plantio. “Mas também estamos em contato com a Álcool Verde para saber da possibilidade de parceria”, informa.


Primeira promessa inovadora de energia alternativa do Acre fracassou


O fogão gerador de energia, o Geralux, criado pelo pesquisador paraense Ronaldo Sato foi financiado pelo governo do Estado em parceria com a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), no valor de R$ 620 mil, mas o projeto que surgiu com a meta de beneficiar mais de 25 mil famílias isoladas no Acre fracassou antes mesmo de completar um ano de criação, durante o último governo de Binho Marques.


Em 2009, Inicialmente, trezentas unidades do fogão foram distribuídas para famílias extrativistas que residem em locais de isolados, no interior do Acre, a começar pela Reserva Extrativista Chico Mendes. Mas o funcionamento do fogão não foi o esperado.


Ao contrário do motogerador, onde se usa álcool combustível para o funcionamento, no Geralux a energia é gerada pela queima da lenha em seu interior, que é armazenada em uma bateria. Na propaganda oficial, o governo informou que o fogão consegue manter acessas cerca de três lâmpadas, e cinco aparelhos eletrodomésticos por seis horas.


No Projeto Antimary, os fogões não resolveram a ausência de energia elétrica dos produtores e passaram a ser usados como galinheiros ou objeto de brincadeira para crianças. O fato foi denunciado pela bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Acre, mas até hoje o governo não admitiu publicamente o fracasso no projeto dos fogões.


Incêndio na base de pesquisadores brasileiros da Antártica que matou dois trabalhadores teria sido provocado por uma pane em motogerador VSE


A máquina considerada de uso ambientalmente correto passou a ser utilizada na base brasileira da Antártica Comandante Ferraz, a partir de 2011.


Porém, meses depois, em fevereiro deste ano uma pane elétrica em uma das quatro máquinas teria provocado o incêndio na Estação, que deixou dois militares mortos e outro ferido, além de destruir 70% das instalações da base brasileira.


As causas do incêndio ainda são investigadas.  Na época, a mídia nacional informou baseada em declarações do chefe da base, capitão de fragata Fernando Tadeu Coimbra que o incêndio começou em um dos quatro geradores de energia instalados na casa de máquinas da estação.


 


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