Menu

Pesquisar
Close this search box.

A 39a Expoacre. O debate ambiental no Brasil (I)

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Ildefonso de Sousa Menezes
(Nota do autor: no AC24horas, artigo, A Missão é (de) debater (31.05.12). O debate ambiental no Brasil (I) foi enviado a este espaço semana antes de ser publicado em 23.06.12. Entrementes fatos novos relevantes e, lógico, no texto não abordados. Além deles outras emendas, em razão de atualização, reflexão e evolução de convicção. É Oração e Pregação: de Coração!


Escrito a ter continuidade, após a 39a Expoacre entre 21/29 de julho (28, dia do agricultor!). O evento, iniciado em 1973 no memorável governo Dantas (1971/1974), tem tido crescente apelo popular neste meio século de emancipação política do Acre. Ano passado, artigo, O Brasil na 38a Expoacre (ORB). Dada sua atualidade, ora é repetido.

Anúncios


O Brasil na 38a Expoacre


A 38a Expoacre é a mais badalada festa da gente acreana, em todos os tempos. A que mais brilha nesses meados de ano, e de “verão”, no primeiro ano da segunda década de novos século e milênio, nesse promissor rincão do Brasil.


Atração à parte a tão festejada cavalgada. Ao amanhecer de sexta-feira, 22, chegou “friagem”. Pouco intensa; ao meio da tarde, já desanuviava. Sábado, 23, dia fresco (vento sul) e de sol.


A alegria é tanta que é aguardada e comentada o tempo e o ano todo. A farra é dez ou filé – diz a moçada. À “friagem”seca e intensa a folia é agradável. Como de costume, foi um colosso de comitivas sociais, de animais, e tudo o mais, ao som da música sertaneja.


De longe, é o evento mais popular do Acre: é diversão no auge! Ano passado, na 37a Expoacre a caudalosa caravana fluía; e sorria – mesmo sob sol a pino. Na Via Chico Mendes não há sombreamento. No asfalto quente a canícula inclemente judia ainda mais dos animais e da gente.


Palmeiras imperais e outras que tais; árvores exóticas, silvestres, dentre as quais as tradicionais e, logo, sentimentais: seringueira e castanheira; por igual, não são apropriadas ao sombreamento. As espécies frondosas, as mais adequadas.


A Floresta – Flora e Fauna – é fonte, e não meio de vida. Urge preservar, cuidar da Biodiversidade, valorizar os conhecimentos das populações tradicionais, sem jamais olvidar de priorizar o núcleo dessa mesma fantástica diversidade: o Homem!


Mas, agora…, constaria que a floresta filtraria gases estufa que destroem a camada de ozônio, de modo a elevar a temperatura do planeta e o nível dos oceanos: um desastre ecológico anunciado!


Em outras palavras: a selva, mata virgem; enfim a vegetação nativa combateria o aquecimento global, de conseqüências catastróficas ao Meio-Ambiente.


As perguntas movem o mundo…


A preservação da vegetação nativa nacional, qual seja, a silvestre, ou campestre em geral, conviria ao Brasil na medida em que gera crédito de carbono? Filtro ou seqüestro de gases estufa esse se potencializa através do reflorestamento e/ou da silvicultura? E a produção em larga escala de crédito de carbono? Um conjunto arbóreo em fase de crescimento, de maturação, filtra ou seqüestra mais gases estufa que outros maduros, a exemplo da floresta primária (nativa)? Qual o perfil arbóreo ideal ao seqüestro de gases estufa? O cultivo de variedades silvestres e/ou exóticas é mais evoluído que a produção/extração (extrativismo) do produto nativo (e primitivo)? Capim/cana, etc. filtram?


Instigante o debate. O atual governo sugere, além da seringueira, o cultivo do ótimo paricá. Há outras excelentes opções silvestres amazônicas. Uma delas, o mulateiro. Inova frente ao eucalipto. Não se resume ao aprumo deste. Ao corte, brota; tal banana e cana.


Acresce. Tem âmago. É madeira nobre. De lei! Tal as exóticas eucalipto e pinus é reto. Correto…

Anúncios


A retidão/correção tão relevante ao caráter do Homem é ótima característica à madeira!


De modo a preservar e cuidar do Meio-Ambiente urge incentivar a produção agropecuária no Acre. Mais que induzir o desenvolvimento econômico-social regional é eloqüente e gritante evolução democrática!


O setor madeireiro, notadamente o de reflorestamento, produção, industrialização, comercialização e prestação de serviços; enfim, o agronegócio de papel/celulose é um gigante no agronegócio nacional.


A cada ano a Expoacre mais se difunde e se diversifica. A agropecuária é um dos atores importantes ao lado de parceiros nem sempre afins da indústria, comércio, prestação de serviços; vieses multifacetados da sociedade civil organizada não só estadual, regional, e até de países vizinhos.


Nesse vasto cenário o ator principal e, com a chave do cofre, não é o econômico-social, mas político-estatal, via agentes públicos, à frente o governo do momento – ora de década e meia (haveria uma “Escola de Governo” …(sic)). Rio Branco e municípios vizinhos merecem um palco mais sertanejo, onde os protagonistas sejam os trabalhadores e produtores rurais – cavaleiros e boiadeiros!-; os expositores da vasta cadeia produtiva da agropecuária local, regional, nacional e internacional.


Esses atores rurais – a agroindústria, o agro-comércio, agro-serviço; enfim o agronegócio, em conjunto – com o apoio da sociedade civil e dos governos, hão de viabilizar aquela que um dia será a 1a Exposição Agropecuária de Rio Branco. E outras hão de vir nas demais regiões do Acre.


O homem do campo acreano há de se conscientizar de seu valor. Apear da timidez e montar a altivez. Tarda a sua vez!


O debate ambiental no Brasil (I)


Renomados cientistas concluiram a absoluta impropriedade de propaladas e alarmantes hecatombes em face as causas e efeitos do aquecimento global; e, que, sob pena de sequelas ao Planeta, não há mais tempo para adiamentos dos atuais e insustentáveis padrões de produção e consumo da Humanidade – muito embora dados das Nacões Unidas atestem progressivo aumento da população mundial e, óbvio, da demanda de comida…


A Rio + 20: Conferência das Nacões Unidas sobre desenvolvimento sustentável (crescer, incluir, proteger), centrada na “economia verde”, reuniu expressivo número de chefes de Estado e Governo; ausentes os titulares de Inglaterra, Alemanha e EUA, três das maiores potências econômicas poluidoras do globo terrestre.


Quanto à redução de gases estufa, e crédito de carbono ou, em outras palavras, a fatura ambiental global, adiou-se a fixação de metas em dois anos.


O encontro mundial, de modo emblemático, deu-se no momento da comemoração de meio século da emancipação política do Acre.
Onde, nos idos de 15 de junho de 1962 imperava o marasmo econômico, haja vista a letárgica agonia da reedição do ciclo da borracha na II Guerra Mundial. Em meados da década a abertura da BR-364, Porto Velho-Rio Branco, e a integração rodoviária do novo estado ao Brasil.


Rubens Ricupero, diplomata de carreira (autor do livro “O Acre – Momento Decisivo de Rio Branco”, ainda sem editora), convidado pelo nobre prefeito de Rio Branco, a atividades da Escola de Gestão do município, em recente visita à Capital, foi entrevistado pelo repórter, Itaan Arruda (A GAZETA (10.06.12)).


O ex-ministro dos governos Sarney e Itamar, e, durante década, secretário geral da Unctad (Conferência das Nacões Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), salientou o Tratado de Petrópolis, a mais importante obra diplomática de José Maria da Silva Paranhos, o glorioso Barão do Rio Branco, ministro do presidente, Rodrigues Alves.


O brilhante intelectual, lecionou de circunstâncias assaz peculiares como a questão da fronteira com a Bolívia, a única em que o Brasil não reclamava sua soberania; o povoamento do Acre por brasileiros; o arrendamento de terras bolivianas ao Bolivian Sindicate (renião de investidores interessados no látex regional), o que arregimenta o inconformismo dos países vizinhos contra o imperialismo americano na região e fortalece a posição do Brasil, que passa a negociar; e as ameaças do presidente da Bolívia, General José Manoel Pando, de adiantar tropas, e o consequente reforço militar do Brasil na região – o que precipita os acontecimentos e faz o Barão declarar o território litigioso!


O deslinde da questão do Acre refunda a política externa do Brasil. No Império, período conflituoso, com intervenções no Uruguai, Argentina e Paraguai. A República rompia essa tradição e passaria cultivar o que os Positivistas definiam A Fraternidade das Pátrias Americanas. A Questão do Acre, ameaçava essa fraternidade.


O Acre, “talvez, o estado brasileiro mais internacionalizado, e na área da Cultura ou economia, vai ter a vocação de desenvolver os laços com a costa do Pacífico”.


Acesso em 05 (cinco) anos… Mais que um sonho, promessa do memorável governo Dantas (1971/1974); o titular, Brasil afora, no marketing do Acre: Um Paraná, sem geadas!


Em empate ao progresso, contra essa evolução político-social-econômico-cultural tão ansiada pela sociedade e à vista no horizonte, a iniciativa de Dantas é órfã nos governos Mesquita (1975/1978) e Macedo (1979/1982), que apoiariam os infelizes “empates” de derrubada e seus reflexos difusos.


Os “paulistas”, seriam “forasteiros” opressores de seringueiros… (e os seringalistas não teriam sido?)


Seringalistas e seringueiros, senhores e possuidores de terras, pioneiros produtores rurais da região; e muitos outros cidadãos brasileiros, acrianos ou não, de outras regiões do Brasil, mais e mais seringalistas e seringueiros, profissionais liberais, membros de poder, empresários, industriais, comerciantes, prestadores de serviço; enfim, patrões, empregados, autônomos, etc., etc., abraçariam o Trabalho no Campo.


A Gente torna-se boiadeira e/ou fazendeira; o ruralismo a nova identidade do povo acreano e os tais “empates” só peça de museu.


Em avanço do retrocesso para o Acre, com reflexos nocivos ao desenvolvimento da Amazônia, em meados dos anos 80, a onda de fatídico e inefável ambientalismo, provavelmente a “longa manus” alienígena e impatriótica do grande capital d’além mares, ligado ao agronegócio internacional, devastaria até a esperança de bravos cidadãos empreendedores neste promissor chão do Brasil. Artigo, O verdadeiro injustiçado (ORB, 31.05.11) – repercutiu, disse-o o editor (*).


Injustiçado o governo Dantas! É acusado – a exemplo de, pelo atual governador (PT), em debate na TV com seu opositor (PSDB) nas eleições de 2010 – de “importar” “paulistas” para cargos relevantes da administração estadual.


O governo Dantas e outros eram mais parcimoniosos com o erário que a tragédia do vianismo não só em projetos de construção de pontes sobre o Rio Acre. Na Capital, a de alvenaria e a metálica; no interior, outra desta, a Epitaçolância-Brasiléia. Obras de arte antigas. Pontes indestrutíveis!


Bem, caro leitor, o debate não versa de obras de “arte” na última década, e não só sobre o Rio Acre. Pontes destrutíveis.


E nem de eleições fraudadas…


Mas, no final dos anos 80, o fatídico assassínio de Chico Mendes por um “fazendeiro” faz a efervescente questão ambiental internacional entrar em ebulição no Brasil. O Acre a vitrine.


É criada a imensa Reserva Extrativista Chico Mendes, no vale do Rio Acre, terras com o perfil de excelência à plantação e criação; e, assim, destarte, em flagrante atentado aos mais legítimos anseios da poulação. Então, inimaginável o abate de árvores e a comercialização de suas madeiras. Mais de década depois, a falta de demanda no mercado global à tamanha produção florestal arbórea mundial (folhas, cascas, raízes, oleos, etc.) fomentaria a introdução do manejo florestal sustentável, com a recepção do “sacrifício” seletivo de paus.


Na Eco-92 o eco do desenvolvimento sustentável com desmatamento zero…


Desenvolvimento insustentável e incongruente ao satanizar a conversão de terras sob florestas à plantação e criação (mesmo em agroambiente sadio (sic)).


Em 1998, em propaganda eleitoral enganosa e populista o PT/FPA impingiam à nobre e milenar pecuária extensiva (precursora da agricultura moderna e, portanto, da agroindústria (fonte de renda e empregos)), a pecha de causar o inchaço da miséria na periferia de Rio Branco.


Na campanha estrondosamente vitoriosa, o slogan: a vida vai melhorar! No programa de governo, o extrativismo citado 33 vezes, a agropecuária nenhuma.


Ao assumir o governo, em 1999, em poluição intelectual, o fetiche: Acre, governo da floresta…


Veda-se ao INCRA a reforma agrária à expansão da fronteira agropecuária amazônida, se em terras de florestas, até de domínio público – o que, ainda subsiste.


A reserva legal (inexistente no resto do mundo) ampliada no pífio domínio privado da Amazônia (1/5) de brutais 50% para insanos 80%. Este, o mesmo percentual do opressor domínio público na região e no Acre. No estado quase 90% em florestas (sic).


O Acre, há tempão, é santuário ecológico internacional: um Bolivian Sindicate de seu tempo…


Desatinos?


Guru ambiental do governo do intelectual e sociólogo FHC (1995/2002), ex-senadora (PT/AC), da cozinha antropóloga do Planalto. Junto a ex-governador do Acre (1999/2006), os Chicos Mendes de saia e gravata de seu tempo.


O último, senador (PT/AC), há pouco, em dobradinha com seu colega Luiz Henrique (PMDB/SC) relator do Código Florestal. Foi membro da recente Comissão Mista do Congresso Nacional que, aos 12 de julho dos galopantes 2012, aprovou relatório de seu senador Luiz Henrique, que altera MP em face vetos do Executivo ao Código Florestal, especialmente, quanto à recomposição pelos ruralistas de Áreas de Preservação Permanente-APP’s. As discussões prometem e serão retomadas pelo após o fim recesso parlamentar que se avizinha. O senador acreano, de modo falacioso, intolerante e antidemocrático disse que os parlamentares que discordam das teses que defende querem destruir a legislação ambiental brasileira…


O ex-presidente FHC definia-o “o bom menino”. Em prol mais ética na política, o autor apoiou não só sua eleição pelo PT à governança da Prefeitura de Rio Branco (1993/1996), como ainda do candidato do PT à sua sucessão. Era convencido de que se tratasse muito mais que um bom menino…


A ex-ministra do MMA no triste governo Lula (2003/2010), junto a Palocci, entrou pela frente e saiu pelos fundos do Palácio do Planalto (o último repetiu o feito no atual governo). Nas últimas eleições gerais sua candidatura à Presidência da República, pelo PV, foi derrotada não só no Acre, mas, em toda a Amazônia. Por que?


Década e meia de vianismo e a vida não melhora, piora. Pouca produção e quase nenhuma industrialização. Calamidades não faltam. A pobreza e o desemprego inflam o caos social.


É pacífico que a silvicultura e/ou o reflorestamento, são mais ativos e produtivos que o manejo florestal (in)sustentável.


A lição, antiga, dada pelos ingleses, remonta século e meio na Malásia, mercê o cultivo de seringais, com sementes de seringueiras nativas do Brasil. Floresta é semente!


Manejar floresta é tão atrasado quanto seria, hoje, por hipótese, não explorar mais seringais de cultivo, mas somente os nativos.
Na extração de látex nos seringais nativos e de madeira no manejo florestal a produção e/ou renda é no menos e, o tempo, no mais…


Uma panacéia!


Panacéias abundam no Acre. Década atrás, na comemoração do centenário do Tratado de Petrópolis o JN da Rede Globo de Televisão, exibiu pé de abacaxi rente ao chão, evidentemente cultivado em área adredemente desmatada, mas “apresentado” aos brasileiros como produto florestal por ser um derivado da bromélia, vegetal nativo na floresta. Pode?


Agora, em tempo da Rio + 20, no mesmo noticiário (JN) a cena de produtor rural meio encantado na floresta do Pará com a elevada renda por ele obtida na extração e negociação de castanha do Pará, no mercado, a R$3,00 (três reais) o kg (50% do preço da arroba (@) do boi gordo).


O preço desse alimento de excelência vem se mantendo alto em face demanda elástica e oferta inelástica no mercado – oriunda de castanhais nativos da floresta. Se cultivados castanhais – assim como seringais, copaibais, açaizais e quaisquer outros produtos florestais – a tendência é a oferta superar a demanda e o preço baixar. É a lei da oferta e procura. Ou não?


O cultivo de vegetais, mesmo os nativos da floresta, é adensado, ao contrário dos nativos na floresta. Em consequência, no mesmo pedaço de chão, a lavoura produz muito mais que o extrativismo (algo primitivo). Dispensam-se outros comentários…
Algas marinhas sequestram gases estufa? Mais ou menos que as florestas? Florestas secundárias sequestram esses gases? Mais ou menos que as primárias? E os vegetais em geral?


Quanto ao combate ao aquecimento global: que países mais emitem gases estufa e os sequestram?


A plantação que substitui a floresta também é verde. E tal conversão pode e deve aposentar o uso de fogo, tecnologia milenar e barata cujos efeitos da fumaça e fuligem, muitas vêzes, além de danosos ao meio-ambiente, prejudicam a saúde pública.


O governo do Acre, na Rio + 20, teceu loas à “modernidade” do manejo florestal sustentável. Seu stand no Espaço Amazônia, com o tema “Floresta Habitada, Produtiva e Conservada”; os eixos centrados na economia verde, inclusão social, erradicação da pobreza e o desenvolvimento (in) sustentável; são apresentados videos e fotos da indústria verde acreana e distribuídos preservativos com látex de seringais nativos. O artefato feito com látex nativo acreano teria poderes afrodisíacos?


O Acre atual é mais virtual que real. A realidade sugere, além de preservar parte da floresta – em defesa da vida, do bioma e futuro das próximas gerações – o plantio de capim e/ou gramíneas ao pastoreio de gado, o cultivo de lavouras de grãos, mesmo a “exorcizada” soja – ótimo alimento humano, cuja ração animal é apropriada também na psicultura (a menina dos olhos do atual governo) – e outros, cana-de-açúcar, frutíferas, etc., etc.


E o cultivo de paus de todos os gostos e matizes. Sejam silvestres regionais como seringueira, castanheira, paricá; ou “parido” lá, como silvestres de outras plagas ou as exóticas pinus, eucalipto, etc.


Sugere-se a variedade silvestre regional mulateiro. Madeira de lei, é linheiro tal o eucalipto; floresce no espigão e na várzea e como a cana-de-açúcar e banana rebrota ao corte/abate.


No Acre, o clima, assemelhado a uma estufa, é previsível e exuberante; e há terras boas. Maximizar a verticalização da atividade rural não impede a horizontalização dos campos.


A fértil experiência de tantos brasileiros no labor campestre na Amazônia, principalmente, no Acre, há décadas e décadas, tem sido escamoteada ao Brasil; e é uma pena à Nação.


A “política” de preservação radical da floresta no Acre gera o cenário sombrio de desobediência civil e êxodo de cidadãos e investimentos a outros estados da Federação e países limítrofes como a Bolívia. Tem cabimento? (continua).


(*) O verdadeiro injustiçado


Dois dos mais renomados Advogados no Acre, atual e casualmente, o presidente e vice da OAB/AC, respectivamente, os Drs. Florindo Poersh e Marcos Vinicius Jardim, o primeiro pela Rede Globo de Televisão, o segundo pela família de Wilson Pinheiro, questionam na Justiça o uso de sua imagem na mini-série, Amazônia, de Galvez a Chico Mendes; roteiro elaborado pela consagrada escritora acriana Glória Perez.


Segundo os familiares de Wilson Pinheiro eles sequer foram consultados pela emissora e que, ademais, à época dos fatos narrados em litígio – o assassinato de Wilson Pinheiro e a execução sumária de Nilo Sérgio Oliveira, inocente do aludido crime, em julho de 1980 – ele era muito mais importante que Chico Mendes. E lhes assiste a razão.


De efeito, em meados dos anos 70 do século passado, Wilson Pinheiro – àquele tempo aguerrido presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, AC -, era o protagonista na comissão de frente dos “empates” de derrubadas no Acre. Chico Mendes, inexpressivo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, AC, e outros eram apenas coadjuvantes. Contudo o líder maior foi, João Maia, então delegado regional da CONTAG/AC; e o astro a brilhar na ribalta ou nos bastidores.


Desmobilizados os “empates” – à medida em que a pecuária se identificava ao cotidiano do povo acreano -, ele se tornaria cobra criada da desmoralizada política nacional. Não se elegendo deputado estadual pelo PT, consegui-lo-ia pelo PMDB, chegando ainda a deputado federal.


Ao depois, trocaria de partidos políticos diversas vezes até ser flagrado a negociar seu voto à aprovação da emenda da reeleição no governo FHC. Escândalo que o faria renunciar e se aposentar da vida pública. Teria sido latifundiário lá nas bandas de Assis Brasil, e há tempo é fazendeiro em Senador Guiomard.


Já Chico Mendes teve carreira política efêmera. Quis o destino que cacique político do manda-brasa, Rui Lino, candidato a deputado federal, o contratasse cabo eleitoral, em Xapuri; isso justamente no momento em que o futuro ícone internacional e símbolo tupiniquim da causa ambientalista d’além mares – liderada dentre outros pela ONG, WWF, à qual são $ervis não apenas as Organizações Globo… – estava de mudança para Porto Velho.


Eleito vereador pelo PMDB não conseguira se reeleger pelo PT. O ambientalismo viria tirá-lo do ostracismo. Desgraçadamente o seu assassinato empataria o progresso do Brasil, no Acre e na Amazônia.


Recente decisão judicial de primeira instância, de enorme repercussão nos meios de comunicação, especialmente em ORB, condenou a Rede Globo de Televisão ao pagamento de milionária indenização por danos morais à família de Wilson Pinheiro pelo uso indevido de sua imagem. Dr. Poersh pondera que sua cliente não teria maculado a imagem de Wilson Pinheiro, mas, ao contrário, enaltecido-a.


Nilo Sérgio Oliveira, companheiro de trabalho e preposto do autor, ainda jovem, de bom caráter e índole, mesmo inocente do crime de Wilson Pinheiro, tragicamente foi sacrificado. Seu “pecado” foi amar a vida e o seu honrado trabalho no campo. Contudo, na mini-série foi apresentado como mandante do assassinato de Wilson Pinheiro… E com o perfil de um fazendeiro “paulista” truculento: capitalista obeso, de meia idade, arrogante e opressor de seringueiros… Antes dessa sua imagem falsa vir a público o autor se encontrou com a novelista global Glória Perez – dias atrás, com inegáveis méritos guindada à uma das cadeiras da Academia Acreana de Letras – com quem, em vão, tentou agendar contato oportuno, no sentido de narrar senão à ela, quem sabe, ao menos à sua assessoria a tragédia que vitimou o saudoso Nilo – mártir da agropecuária acreana – a fim de evitar a famigerada farsa que se anunciava. A bem da verdade dos fatos, e não da nojenta versão deles trazida a público – provavelmente por influência de “repórter das trevas” apreciador de tripas de galinha, especialista em subverter notícias a seu bel-prazer -, o nobre leitor conclua quem de fato, teve a imagem denegrida na aludida mini-série.


Caso um dos colegas acima nominados ou qualquer outro se interesse pelo tema em comento, no sentido de lutar para repor a verdade e fazer prevalecer a Justiça que se habilite. (“O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerece” (Art. 2 do Código de Ética e Disciplinada OAB)).


Ildefonso de Sousa Menezes, 61; produtor rural, 38 no Acre. É Advogado do Brasil!


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido