Eletrobrás corta rabichos e deixa moradores da invasão do Caladinho no escuro

Os moradores da invasão do Caladinho estão no escuro há mais de 24 horas. A Eletrobrás resolveu jogar duro e cortou todos os rabichos que forneciam energia a localidade.

Em protesto, os atingidos pela medida da estatal bloquearam várias ruas do bairro Tancredo Neves, na tarde desta terça-feira, 10, para chamar a atenção das autoridades.

Além do fornecimento de energia, os moradores reivindicam água tratada, rede de esgoto e ruas. “Também somos filhos de Deus”, diz o braçal Manoel Vieira, 48.

Os manifestantes prometem acampar na sede da Eletrobrás se não houver uma solução para o fornecimento de energia, além de continuar impedindo o tráfego de veículos no bairro.

Revoltado, o auxiliar de serviços gerais, Francisco Bezerra, 41, disse que o governo só lembra-se dos moradores quando querem fazer suas peças de mídia estatal.

“O governo só lembra-se dos moradores do Caladinho, quando quer aparecer bonito na televisão. Estamos cansados de sermos usados pelos políticos”, dispara Francisco Bezerra.

Os populares dizem ainda, que ao procurar os diretores da Eletrobrás tiveram como resposta que o Caladinho não teria prioridade nenhuma, já que é uma área de invasão.

“Estamos com carne e os alimentos que trabalhamos com sacrifício se estragando. Onde está a humanização deste governo que diz que é do povo?”, questiona Maria aparecida, 34.

Com a presença de policiais, os manifestantes enfatizam que fizeram o movimento para chamar a atenção dos governantes, não da Polícia Militar.

“Eles mandam a polícia, mas não queremos discutir nossa situação com a PM. Se prender um, terão que prender todos os moradores. Não somos bandidos”, protesta o pintor Luiz Amorim.

Os moradores dizem ainda, que os políticos petistas souberam convida-los para a convenção do partido na localidade, mas não aparecem para atender suas reivindicações.

“Quando a festa é para o PT, somos convidados, mas quando os problemas atingem os pobres, eles não dão as caras. Querem votos e não assumem responsabilidade”, diz Francisco Bezerra.

Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com