Governo diz que fábrica de gelo foi fechada porque os pescadores ignoraram as notificações

A Vigilância em Saúde, ligada à Secretaria de Estado de Saúde, emitiu uma nota para esclarecer os motivos pelos quais a fábrica de gelo da Colônia de Pescadores de Cruzeiro do Sul foi interditada. Segundo o governo, a medida foi adotada porque foram encontradas inúmeras irregularidades e todas as notificações feitas não foram atendidas.

A nota diz ainda que, a decisão visa zelar pela saúde da população e que não tem o objetivo de prejudicar os comerciantes.

Nota de Esclarecimento

Sobre matéria divulgada neste site “Pescadores de Cruzeiro do Sul amargam prejuízos com interdição da fábrica de gelo”, a Vigilância Sanitária Estadual da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) esclarece que no período entre 19 a 22 de junho do corrente ano, uma equipe técnica do Setor de Produtos desta divisão se deslocou para os municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima. As ações tinham como objetivo a inspeção nas fábricas de gelo e na Associação dos Pescadores de Mâncio e a interdição da Associação dos Pescadores de Cruzeiro do Sul e de Rodrigues Alves por não atenderem às inúmeras notificações de adequação.

A Associação dos Pescadores de Cruzeiro do Sul, assim como qualquer estabelecimento que comercializa alimento foi alvo de fiscalização porque lida com produto para consumo humano. Desde 2009 o estabelecimento vem sendo notificado sobre a necessidade de adequação de equipamentos para seu funcionamento e possui relatório emitido pela Vigilância Sanitária Estadual com orientações sanitárias identificando todas as irregularidades para adequação do ambiente, não atendendo nesse período (2009 a 2012) a nenhuma exigência da legislação vigente.

As notificações têm em média um prazo de 30 a 60 dias para adequação e nesse caso alguns anos se passaram sem que nenhuma providência fosse tomada. Ao contrário do que foi dito na matéria, a Associação de Rodrigues Alves também foi interditada, mas os responsáveis pediram a liberação do espaço para se adequarem ficando apenas a máquina lacrada que embora seja nova, não pode funcionar até que o local esteja adequado.

Algumas exigências da Vigilância Sanitária Estadual descumpridas, notificadas e não cumpridas há anos pelo estabelecimento:

– O estabelecimento funciona sem Alvará Sanitário;

– Ausência de controle de qualidade da água utilizada para produção do gelo (poço mal localizado, sem nenhuma proteção e totalmente aberto);

– Ausência de manutenção da máquina de produção que está velha e enferrujada (esta Divisão possui as fotos que comprovam o estado de conservação);

– Ausência de Equipamento de Proteção Individual (EPI) (bota, luva, avental emborrachado). A falta desse equipamento utilizado pela pessoa que manipula o gelo pode ocasionar doenças como pneumonia, artrose nos ossos pelo contato direto como gelo e micose.

– A área de produção sem estrutura física, funcionando com acesso livre;

– Produto sendo comercializado sem embalagem;

– Desorganização e falta de higienização em toda a área de produção;

– Utilização de equipamentos inadequados para retirada de gelo da máquina.

Também foi constatado pela Divisa que a Associação estava comercializando gelo para picolezeiros e vendedores de “raspadinha” colocando em risco a saúde do consumidor por se tratar de gelo sem controle de qualidade da água.

O consumo de alimento conservado com gelo de qualidade evita adquirir doenças transmitidas pela água, tais como hepatite A, verminoses e diarréias.

A Vigilância Sanitária Estadual tem o compromisso de zelar pela saúde da população, e não é de interesse prejudicar os comerciantes, mas sim alertá-los quanto à manipulação correta do produto para que não cause prejuízos à saúde de ninguém, inclusive dos próprios pescadores e funcionários da Associação.

Sem mais para o momento, nos colocamos à disposição para prestar outros esclarecimentos.

Assessoria de Comunicação- Sesacre