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Em artigo “A ditadura da flanela”, leitor relata o risco de ação dos chamados flanelinhas

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Caro jornalista, estou enviando este texto porque sei que uma das finalidades de seu Blog, além de manter o acesso à informação alternativa e democrática, é ajudar as pessoas.


Era para esse texto parecer um conto de ficção, mas não parece, ele faz parte do real, ou do que mais temos de real na cidade de Rio Branco, as suas ruas. As ruas que comportam turistas e espaços públicos aconchegantes e que são as mesmas que servem de palco para uma situação de exploração e coerção que há muito tempo existe e que se alastra pelos espaços públicos e, principalmente, às portas do quartel da Polícia Militar no centro da cidade, apesar de existir em toda a cidade.

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       Falo dos “flanelinhas”. Isso mesmo. E não me venha dizer que há em tudo isso uma inclusão social, que estamos fazendo um favor ou coisa do tipo. Não sejamos hipócritas a tal ponto. Não sei se perceberam, mas os que exercitam tal ofício não chegam a se enquadrar nos modelos de necessitados sociais. Pelo contrário, o que vemos nas ruas são jovens desocupados, muitos com irregularidades na justiça e que não perdem uma oportunidade para tomar nosso dinheiro mediante a ameaça física e ao patrimônio. Tudo isso acontecendo com o consentimento daqueles que deveriam nos proteger. O mais interessante é pagarmos para que os flanelinhas nos protejam das ameaças que eles mesmos podem nos causar.


       O fato é, que se você parar o seu carro, por mais que seja por um breve período, já aparece alguém com a mão por sua janela exigindo dinheiro, e não pouco, já que se foi o tempo em que um real bastava, poucas moedas geram protestos de “fica me devendo”, “depois paga tio”, entre outros.


       O mais absurdo ainda, é que muitos utilizam esse “dinheiro suado”, fruto do nosso trabalho para comprar drogas. Pode parecer estranho a muitos, ou uma mentira, mas já vi os mesmo fumando um cigarro que exalava um cheiro não característico aos cigarros comuns, dando longas tragadas no centro da Praça da Revolução.


       O centro e seus lugares públicos tradicionais e históricos tornam-se espaço de pedintes. Eu mesmo já evito muitos lugares por esse motivo. Creio que muitas pessoas fazem isso também, é só prestar atenção como fica deserta a Praça da Revolução pela noite. Ou como as pessoas se sentem incomodadas ante as ameaças. Ali na Praça da Revolução já vi de tudo, mas o que mais me impressionou foi um homem pedindo dinheiro a uma mulher. Ele chegou, sentou-se ao seu lado e a intimou. A mesma ficou nervosa e trêmula tentou retirar umas moedas da bolsa, como não achou, entregou ao homem uma nota de 20 reais. O homem se foi a mulher começou a chorar.


       Diante de tudo isso eu me pergunto o que pode ser feito? Que atitudes podem ser tomadas pelo poder estatal e por nós mesmos ante essa situação que foi descrita. Por nós, creio que temos que abrir os olhos para nossas atitudes, já que também somos parte conivente dessa situação. Por parte do Estado, é preciso que haja um olhar mais atencioso via seus agentes de ação de assistência social, numa busca por solucionar de fato o problema.


       Agora mesmo, quando finalizo este texto, há poucos minutos fui ameaçado em frente ao Banco do Brasil, em frente à Praça dos Tocos, junto aos engraxates, por um flanelinha que me disse que “tava devendo na praça a taxa de ontem”. Agora, pensando bem, a que ponto chegamos, isso é um extremo absurdo, temos que pagar pedágio em pleno centro da cidade, literalmente “pagar o arrego” para não ter o carro danificado.


       Isso tem que acabar. Já passou da hora. A sensação de segurança da população já não é mais a mesma. Hoje vivemos sob a Ditadura da Flanela.


Dionísio da Silva Brasil <[email protected]>


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