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Policia Militar sabia dos riscos de acidente na catraia do Rio Acre

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Uma criança de quatro anos foi salva pelo pai às 15 horas, praticamente seis horas antes do segundo naufrágio que vitimou três pessoas


O acidente de catraia que tirou a vida de três pessoas (dia 03/06) foi o segundo ocorrido no mesmo domingo, no Rio Acre, próximo do bairro Sibéria, na cidade de Xapuri. Por volta das 15 horas o senhor Raimundo Ribeiro e o filho de apenas quatro anos, F.A.F.F. escaparam do primeiro naufrágio da embarcação. Na tentativa desesperada de salvar o filho, Ribeiro fraturou uma das mãos do menor. “Foi uma sensação que não desejo para nenhum pai”, disse por telefone Raimundo Ribeiro.

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O caso foi avisado à dona das embarcações, uma senhora identificada como Duda e para o policial militar Orlando, que estava de plantão no último domingo (10). As autoridades nada fizeram para evitar o segundo acidente que aconteceu no mesmo local, por volta das 22h30 e que foi provocado por troncos de árvores que dificultam a navegação nesta época do ano nos rios acreanos.


– Eu disse a ela [Duda] o que tinha ocorrido e da necessidade de salva vidas na embarcação. Depois avisei o caso ao policial Orlando – acrescentou Ribeiro.


A mãe do menor, Erinelda F. da Silva, conversou com a reportagem no final da tarde de ontem (11). Ela disse que até agora não recebeu a visita de nenhum assistente social e nenhuma outra autoridade ligada ao Conselho Tutelar do município. Os custos com a medicação do garoto foram arcados pela própria família. Ainda assustado F.A.F.F. brincava na Pousada Xapuris, onde a mãe trabalha.


A reportagem não localizou a dona das embarcações, uma senhora conhecida como Duda e nem o catraieiro que conduzia a embarcação no momento do acidente. O clima é de comoção na cidade.


A Promessa da ponte que liga o bairro Sibéria


No próximo final de semana, o Projeto Cidadão do Tribunal de Justiça se prepara para realizar mais um atendimento no bairro Sibéria. O local abriga 42% da população de Xapuri, mas sofre pela falta de uma ponte que interligue os distritos.


A balsa do Deracre que faz o transporte dos passageiros funciona apenas até às 19 horas. A partir dai, todas as noites, entram em ação os chamados catraieiros que trabalham até às 23 horas.


O senhor Edimar Gomes da Silva mora há seis anos na Sibéria. Ele transporta cargas entre as regiões e disse que está cansado de assistir acidentes na travessia da balsa.


– Nesta segunda mesmo um caminhão perdeu o freio e quase cai dentro do Rio. Isso aqui é uma vergonha, os nossos governantes poderiam ter construído essa ponte – desabafou o comerciante.


Ainda de acordo as informações de Edimar, apenas uma catraia fica na travessia noturna do Rio, o que contribui para a superlotação que no último domingo, acabou tirando a vida de Gilberto Alves do Nascimento, 58 anos, Valderir Ângelo dos Santos e Natanael da Silva Aragão, de apenas 17 anos.


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