Em meio a notícias de eliminações, liminares, suspensões de campeonato e imbróglios jurídicos, o fato é que as Séries C e D do Campeonato Brasileiro seguem sem data para começar, e nos bastidores da Confederação Brasileiro de Futebol (CBF) já amadurece a ideia de não haver disputas neste ano das duas últimas divisões nacionais. Apesar de radical, o assunto tem feito parte da pauta de reuniões na entidade.
Liminares na Justiça Comum de clubes como Treze/PB, Brasil de Pelotas/RS, Araguaína/TO e Rio Branco/AC têm dado bastante trabalho à CBF, que através de seu departamento jurídico pode até desistir de levar adiante esta batalha. Sem esses campeonatos, a CBF economizaria cerca de R$ 30 milhões, deixando de pagar as despesas dos clubes com viagens, hotéis e alimentação.
Enquanto isso, os clubes que não estão diretamente envolvidos nesta briga judicial tentam novas medidas, e a principal delas seria uma ação de perdas e danos contra os clubes que conseguiram as liminares na Justiça Comum, o que resultou na suspensão das Séries C e D, por determinação do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Rubens Approbato, depois de pedido do Santo André. As duas competições deveriam começar no dia 27 de maio, e os clubes seguem arcando com salários dos jogadores. A briga entre clubes seria uma sugestão da própria CBF.
Diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio destaca as mudanças ocorridas paras as duas últimas divisões do futebol brasileiro, e que não puderam ser colocadas em prática por conta desse imbróglio.
“Nós fizemos essa mudança de começar logo (as competições), que caiu como uma luva, todo mundo percebeu a importância, agradou em cheio. Você está saindo do Estadual embalado, não tem que desfazer elenco, refazer elenco, sai reforçando aqui e ali com os outros clubes que não vão estar mais disputando nada. E quando você tinha tudo isso pronto, veio esse festival de liminares, e obviamente que acatamos, mas ficamos agora inteiramente aguardando as definições da Justiça. Hoje, as definições para o início do campeonato dependem 100% de ações que correm na Justiça, e não dentro da CBF”.
Sobre o futuro das duas competições, o dirigente não soube dar nenhuma nova informação. “Nesse momento não (tem previsão). Temos que ver se alguma movimentação nova surge. Nesse instante, honestamente, não há como fazer previsão. Qualquer previsão, nesse momento, é em bases falsas”, concluiu Virgílio Elísio.
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