Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com
Quem assiste as matérias e peças publicitárias apresentadas pelo Governo do Acre, chega a imaginar que não existam problemas de infraestrutura na cidade de Rio Branco.
Não muito distante do centro da capital, a dura realidade dos moradores do Ramal Bom Jesus, joga por terra os projetos mirabolantes e a quantidade de dinheiro que os gestores estaduais afirmam investir todos os anos, na recuperação de ruas e ramais.
Os moradores da pequena comunidade localizada as margens da Via Chico Mendes, a pouco mais de quatro quilômetros do centro de cidade, são obrigados a fazer malabarismos para saírem de suas residências, em busca de atendimento de saúde e educação.
Sem manutenção há mais de 11 anos, segundo os moradores, o Ramal Bom Jesus, já foi palco de invasões e ficou por longos meses na mídia local, mesmo assim os responsáveis pela recuperação dos ramais não atentaram para a pavimentação do local.
“Sou um militar da reserva do Exercito, um cidadão com o dever cumprido com o Estado e a União. Mais uma vez, quero denunciar o descaso do poder publico com o nosso ramal. Em 11 anos, nunca vi uma máquina do governo trabalhando neste local”, diz Francisco Oliveira.
Na localidade residem 30 famílias, que sustentam as denúncias de abandono. Um dos casos flagrante é o da jovem Maria Julia, cadeirante que precisa cruzar quintais e percorrer dezenas de metros para chegar ao local, onde um veículo espera para leva-la a fisioterapia.
Totalmente dependente de familiares, Maria Julia estuda na Escola Dom Bosco. Mesmo com todas as limitações a jovem é medalhista de Bocha. Para ir aos treinos, estudar e fazer a fisioterapia. O único problema é o acesso a estes benefícios.
Na companhia do pai, a jovem enfrenta uma aventura diária ao sair de casa, atravessando quintas de vizinhos e as poças de água fétida, já que o local não oeferece condições para o tráfego do veículo, que fica esperando na Via Chico Mendes.
“Não temos só o caso de Maria Julia. Outras pessoas que não conseguem se locomover dentro da lama, passam pela mesma dificuldade”, desta Francisco Oliveira ao lembrar-se de uma senhora que sofre de osteoporose, na travessa Boa Vontade, dentro do Ramal Bom Jesus.
“A senhora Neuza também moradora da esquecida travessa Boa Vontade, sofre de osteoporose. A grande quantidade de lama, não a deixar sair de casa. Existem ainda, moradores vítimas de derrame e que passaram por cirurgias que não podem voltar as suas casas”, enfatiza Oliveira.
Os moradores reclamam ainda, que seus filhos chegam sujos de lama, nas escolas. “Sabemos que o inverno amazônico é rigoroso, porém, o descaso é maior. O Governo do Acre não colabora tampouco faz sua parte”, desabafa a moradora Maria da Silva.
Os serviços de manutenção são feitos pelos próprios moradores, que afirmam varar madrugadas carregando concreto para tapar os buracos, na tentativa de amenizar a situação. “Fizemos cotinhas para pagar gasolina para levar o material ao local”, diz Oliveira.
“Quantas e quantas noites fizemos esses serviços que não é nosso. Chega! Cansamos! Vamos procurar nossos direitos, se preciso for vamos fazer manifestações para ter o que nos é negado”, dizem os moradores que vão levar a denúncia ao Ministério Público Estadual.
Desabafo
“As pessoas provavelmente irão comentar porque esperaram tanto tempo para fazer esse desabafo? Outras irão falar que época de eleição e queremos denegrir a imagem de A, B ou C. Não é isso. Há mais ou menos um mês entrou no bairro, o programa Ruas do Povo, ficamos felizes que iríamos sair dessa vida de lama. Fui procurar o pessoal da empresa que estava fazendo um trabalho, mas fui informado que nós não teríamos beneficio algum, só seriam as ruas que estão marcadas pela topografia. Por que não fomos contemplados? Nós também pagamos nossos impostos e somos eleitores”, questiona o ex-militar Antonio Francisco de Oliveira.
Diretor do Deracre afirma que pavimentação do ramal está é fase de projeto
O diretor do Deracre, Marcus Alexandre informou que a pavimentação do Ramala Bom Jesus e da Travessa Boa Vontade estaria em fase de projeto. Alexandre disse ainda, que não existe previsão para o início das obras nas duas localidades.
O gestor negou que o projeto Ruas do Povo tenha entrado na comunidade. “Foi feita apenas uma manutenção no local, mas não foi nenhum tipo de intervenção do Programa Ruas do Povo. Queríamos garantir exatamente o acesso que os moradores reclamam”, diz Marcus Alexandre.
Segundo o diretor do Deracre, as localidades vão ser contempladas com recuperação e pavimentação, “mas temos que elaborar o projeto e fazer a dotação orçamentária, só a partir destas etapas é que as obras serão iniciadas”, finaliza.
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