Patrimônio histórico e cultural se transforma em antro de marginais

Abandonado há anos pela prefeitura, o Cacimbão da Capoeira, localizado na Rua Manoel Cezário, transformou-se em um antro de marginais. O que no site turístico do governo é anunciado com um local de visitações, como direito a fotos da época do então prefeito Jorge Viana, na realidade é um grande matagal, com lixo, escuridão e animais peçonhentos. Por abrigar diuturnamente usuários de crack, vários moradores já foram assaltados. “Vamos fecham a rua até que providências sejam tomadas”, ameaçou o revoltado morador Luiz Antonio de Freitas.

O vereador Alysson Bestene (PP) disse que fez indicações para revitaliza o local, no entanto, jamais obteve respostas da prefeitura. “Sabíamos de uma emenda parlamentar, de projetos encaminhados para o governo federal, masaté o momento nada foi feito. Esse descaso acontece no centro da cidade”, declarou o parlamentar, anunciando que vai denunciar a “omissão” no Ministério Público Estadual (MPE).

O Cacimbão da Capoeira é reconhecidamente um dos primeiros locais de abastecimento de água de Rio Branco. Um bem cultural e ambiental de valor incalculável, o que o levou a ser tombado como patrimônio histórico e cultural Municipal (Lei n° 458 de 01 de Novembro de 1983). Sua visibilidade na história rio-branquense ocorreu na segunda metade da década de 20, do século passado, quando o então governado Hugo Carneiro, do Território Acreano, transformou a pequena cacimba, construída pelos moradores das proximidades, em um cacimbão público. Eles usavam a água para beber, fazer almoço, lavar a casa, lavar roupas e tomar banho.

Com a chegada das obras de saneamento básico  no bairro, o Cacimbão foi perdendo a função de abastecedor de água e, conseqüentemente, isto levou a comunidade a gradualmente se afastar do local.Nos finais de semanas era comum os moradores utilizarem  o espaço como área de lazer. Crianças, jovens, adultos e donas de casa se reuniam para tomar banho, conversar, tocar violão, cantar, contar histórias e namorar.