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Governo do Acre é omisso, dissimula dados e alicia índios

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Enquanto nas aldeias acreanas alunos abrem guarda-chuva na sala de aula e crianças morrem por diarréia, em Brasília líderes indígenas são constrangidos


“O governo do Acre tem dissimulado informações, omitindo os problemas e construindo uma imagem de que o estado atende as demandas dos povos indígenas, sobretudo na área da saúde e educação”. A crítica foi levada a Brasília, na última semana, por uma delegação de 40 indígenas do Acre que pretendia usá-la em tons de denúncia junto ao Ministério da Saúde, à Fundação Nacional do Índio (Funai), ao Ministério da Educação e à Procuradoria Geral da República (PGR).

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De acordo com os indígenas, a situação forma um mosaico de tragédias. Ressaltaram também que o governo Sebastião Viana segue tentando aliciar as comunidades indígenas a aceitar os projetos de comércio de carbono e REDD, baseados em acordos entre o Poder Público acreano e o governo da Califórnia, Estados Unidos.


As informações constam no site do CIMI (Conselho Indígena Missionário). Eles, no entanto, demonstraram indignação com a indiferença dos órgãos do governo, que simplesmente não os receberam e, de acordo com a publicação, obtiveram a “estranha constatação de que o governo federal também descumpre as obrigações fundiárias, de saúde e educação”.


Diz ainda a nota publicada no site do Cimi: vindos direto da ocupação da sede regional da Funai em Rio Branco, que começou em 18 de abril, as lideranças representam dezenas de povos com reivindicações relativas a problemas fundiários, de educação e saúde.


A ocupação parece não sensibilizar o governo federal, tampouco o governo estadual. Mesmo com a ruidosa realidade vivida pelos indígenas, onde entre outubro de 2011 e abril deste ano 24 crianças morreram de diarreia no Alto Rio Purus e alunos são obrigados a abrir os guarda-chuvas dentro da sala de aula em dias de tempestade, nenhuma medida concreta de resolução das dificuldades foi tomada pelos governos.


Ao contrário, a resposta dos gestores públicos ficou em promessas e a elaboração de programas que nunca se efetivaram – como a histriônica campanha anunciada em janeiro deste ano, pela Sesai e Secretaria de Saúde do Acre, para combater as mortes por diarreia no Purus. Hospital de campanha, voadeiras (barcos rápidos), helicóptero e equipes de saúde percorrendo as aldeias, além da distribuição de 600 filtros de barro, não passaram de medidas nunca cumpridas – conforme atestou equipe que percorreu o rio Purus.


Em Brasília, porém, as reuniões não ocorreram. Na Funai, a presidenta Marta Azevedo não pôde recebê-los alegando não ter agenda. Na Sesai a situação foi constrangedora: as lideranças foram informadas de que não havia ninguém para atendê-los. Ao ameaçar um protesto, foram recebidos pelo secretário Antônio Alves e toda sua equipe. Alves alegou não ter sido encaminhado nenhum pedido de reunião. Ao receber o protocolo comprovando a solicitação, mudou o discurso e informou aos índios que eles tinham entrado por outro anexo do Ministério da Saúde.


Da redação 


 


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