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Documentário mostra real situação de indígenas no Acre

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Um trabalho pioneiro e arriscado realizado em uma pequena base Xinane, da Fundação Naciona do Índio (Funai), próximo ao Paralelo 10º Sul, oeste do Acre, na fronteira entre Brasil e Peru. Esse é o tema do documentário Paralelo 10, que tem estreia prevista para sexta-feira (4). O protagonista é um dos mais destacados sertanistas do país, José Carlos Meirelles.


Trata-se de um convite a imersão ao pensamento de um indigenista e à realidade de uma região da Amazônia. José Carlos Meirelles teve uma atuação decisiva na Funai para a implantação da atual política de respeito à escolha dos índios que não querem contatos com não-índios. O Brasil é o país com o maior número de índios que vivem isoladamente.


Foi também o criador da Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira, no Acre, próximo à fronteira com o Peru, área do Paralelo 10 Sul. Em 2010, ao fim de um longo período de afastamento (um ano e meio), Meirelles retornou ao alto rio Envira, junto com seu colega de longa data, o antropólogo Txai Terri Aquino.

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Lá, ministraram oficinas e reuniram-se com índios aldeados e moradores da região, para tentar minimizar os conflitos e preconceitos com relação aos índios “brabos” que vivem nas redondezas. Paralelo 10 é um river movie que embarca com eles e segue rio acima durante três semanas, colhendo memórias do sertanista e observando a atualidade da questão indígena no Acre.


Conflito


O sertanista José Carlos Meirelles e o antropólogo Txai Terri Aquino enfrentam vários tipos de obstáculo, como negociações permanentes com populações ribeirinhas e traficantes e posseiros que tentam invadir as terras. Eles se aproximam cada vez mais das malocas de índios isolados. Nessa jornada, Meirelles rememora experiências, expõe contradições de seu ofício e discute com índios Madijá e Ashaninka a melhor forma de se relacionar com os índios “brabos”, sem tentar amansá-los nem exterminá-los. Mas os índios ditos “civilizados” querem fechar o cerco na região e civilizar os “brabos”.


“Eu queria lembrá-los que vocês estão num país chamado Brasil. Se por acaso um grupo indígena resolver exterminar o outro, o Estado vai intervir”, afirma Meirelles a um grupo de “civilizados.


Sobre o diretor


Silvio Da-rin foi jornalista no início da carreira e faz documentários desde 1979. Dirigiu 14 filmes e vídeos, vários deles premiados em festivais brasileiros e internacionais, como Fênix (1980), Príncipe do Fogo (1984), Igreja da Libertação (1986), Nossa América (1989) e Hércules 56 (2006). Gravou o som de mais de 150 filmes, entre os quais inúmeros documentários e os longas de ficção Quase Dois Irmãos, Onde Anda Você, Viva Voz, Avassaladoras, Separações, Bellini e a Esfinge, Amores Possíveis, Mauá – o Imperador e o Rei, Amores e Pequeno Dicionário Amoroso.


Fonte: Vermelho.org.br


 


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