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Depois de denúncia de ac24horas, criança e pai desesperado são amparados pelo Estado do Acre

A reportagem de ac24horas, que contou o drama de Silvio Wladimir, 48, que depois de não conseguir ajuda do TFD, acampou no Aeroporto Internacional Plácido de Castro, pedindo ajuda para pagar uma passagem para tratar seu filho, Luiz Antônio, de cinco anos, em Brasília, repercutiu nos debates na Aleac, na manhã desta quarta-feira, 25.


Os parlamentares da base governista defenderam os métodos do TFD, na questão do agendamento das viagens, enquanto o bloco de oposição questionou o tratamento dispensado aos usuários do sistema. O bate boca se estendeu a questão da viagem à Itália, que teria parte das despesas de uma comitiva de 58 pessoas supostamente custeada pelo Estado.


Com o cartaz utilizado por Wladimir, nas mãos, o deputado Major Rocha (PSDB), cobrou da tribuna da Aleac, “uma postura mais humana. O estado gastou milhares de reais para uma comitiva ir a Milão, na Itália, mas não tem uma passagem para esta criança. Eu fico indignado e tenho que manifestar. Cadê o governo do povo do Acre? Isso é servir de todo coração?”


Segundo o parlamentar tucano, quando tomou conhecimento do caso ao abri o ac24horas, foi ao aeroporto, mas o cidadão não estava mais no local. Funcionários informaram ao parlamentar, que duas caminhonetes do governo levaram Silvio Wladimir e seu filho Luiz Antônio, no início da noite. Os dois estariam hospedados no Hotel Loureiro.


A deputada Marileide Serafim (PSD) destacou que não teve direito a UTI nem auxílio do Estado, quando esteve hospitalizada. Serafim disse ainda, que “a chefe do TFD destrata e não tem respeito pelos pacientes probres. Ela respondeu para o pai da criança, que a instituição não era uma agência de viagem e ameaçou tirar a guarda de seu filho”, denunciou ela.


O presidente da Aleac, Elson Santiago (PP) retrucou as afirmações de Marileide. “A senhora estava hospitalizada e não lembra, mas pelo que sei quem conseguiu a vaga (num hospital de São Paulo) para senhora foi o governador Sebastião Viana”.


A base governista destacou ainda, que Silvio Wladimir estaria acostumado a protestar contra o atendimento do TFD. Ele teria se acorrentado em ocasião anterior. “O argumento de que a pessoa é acostumada a fazer isso não justifica, porque se o cidadão está precisando tem que reivindicar. Nossa saúde está pífia, esta lá em baixo”, protestou Gilberto Diniz.


Tanto os deputados de oposição, quando os da base governista elogiaram a postura de ac24horas, que tornou público, o desespero de um pai para obter tratamento de saúde por conta do Estado, que é um direito constitucional garantido a todos os cidadãos.


Reação da base governista


O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) criticou o posicionamento do tucano Rocha, que fez acusações ao Governo do Acre, na tribuna da Casa. “A forma que o deputado Rocha reagiu aqui é como se o Estado estivesse abandonado. Uma indignação, como se só ele tivesse coração. A matéria é real do ponto de vista do cidadão”, destacou.


De acordo com Diniz, o pai, Silvio Wladimir teria pedido a passagem, mas teria que esperar que a vaga se abrisse no hospital, em Brasília. “Ele viajou duas vezes, neste ano, por conta do TFD. Há seis anos ele viaja por conta da instituição. O Estado garante a passagem desde 2007, mas o desespero do pai falou mais alto e ele queria embarcar imediatamente”.


Para o comunista, Rocha poderia se dirigir a um deputado federal de do bloco e oposição, para abrir uma vaga para o tratamento da criança, invés de criticar o TFD e o Governo do Acre. Eduardo Farias (PCdoB) disse que não concorda com as colocações dos deputados de oposição, que estariam fazendo firula com o sentimento das pessoas.


O governista Walter Prado (PDT) chamou os oposicionistas de mentirosos, na questão do TFD. “Não quero ser deselegante, mas isso é política. Não há cabimento para essa postura, porque é a postura da mentira. A formação humanística que tem o governador Tião Viana, não ia deixar uma criança ser abandonada”.


O líder da bancada do PT, Geraldo Pereira disse que “a imagem de uma criança, consterna a todos. A matéria do jornalista é bem feita, mas o comentário político é extremamente desastroso. Falar da falta de atendimento e fazer uma ligação com a viagem à Itália é um outro desastre. É não enxergar o desenvolvimento sustentável”.


Os governistas fecharam o debate afirmando: “se não há vaga no hospital, não teria como agendar a passagem da criança e de seu pai. A irresponsabilidade seria enviar o paciente sem o tratamento agendado”, os parlamentares de situação disseram ainda, que se existem falhas no TFD, elas serão corrigidas.


Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com


 


Nota de esclarecimento


Em resposta à reivindicação do senhor Silvio Wladimir Schwalbe, é preciso que se esclareçam alguns pontos.


No último domingo, a criança deu entrada no Hospital de Urgência e Emergência (HUERB) com um quadro de infecção e ficou internado até ontem, dia 24. Saindo de lá, o pai resolveu ir com o filho para o TFD no prédio da SESACRE, mesmo sem indicação médica para isso. Ele queria viajar ontem mesmo para Brasília antecipando assim um retorno ambulatorial previsto para seu filho no mês de junho.


A Gerência do TFD fez contato ontem, pela manha, com a médica que operou a criança em Brasília, que recomendou que se ele apresentasse qualquer problema poderia ser atendido aqui mesmo em Rio Branco. A médica alertou ainda que geralmente estas infecções ocorrem devido a falta de cuidados adequados pela família.


O filho do senhor Wladimir faz tratamento desde 2007, sempre viajou pelo TFD e recebeu o auxílio a que tem direito, o que pode ser comprovado por documentos. Ocorre que ele não pode viajar quando quer ou quando julgar necessário, mas sim quando o médico achar que é o momento e quando for efetuado o agendamento. A criança faz revisões periódicas em Brasília e este ano já viajou duas vezes.


O pai insistiu dizendo que queria ir para Brasília de qualquer jeito porque chegando lá daria seu jeito de se manter. Acontece que o TFD não funciona desta forma, a pessoa só sai daqui com referência para o atendimento na data agendada e para ficar na Casa de Apoio.


A gerente do TFD, Edná Monteiro percebeu que a criança estava com febre e sugeriu que a levassem para a UPA, ele recusou de imediato, ficou agressivo, jogou o celular na parede e balançou vigorosamente a cadeira em que seu filho estava sentado e a criança só não caiu porque uma assistente social segurou. Por fim, agrediu e ameaçou a gerente que prestou queixa na delegacia por ameaça e agressão, já que ele falou em alto e bom tom que dali a duas semanas voltaria para colocar a cabeça dela em uma bandeja. Isso ele se esqueceu de dizer à reportagem.


Não é a primeira vez que o senhor Wladimir faz protesto, toda vez que entende que o filho precisa viajar, ele monta acampamento na frente do prédio da Sesacre. Na noite de terça preferiu ir para o aeroporto e expor o filho, do que levá-lo para ser atendido por um médico urologista que havia se disposto a atendê-lo a qualquer hora.


A secretária Suely Melo se empenhou pessoalmente desde o domingo para dar toda a assistência necessária à criança, inclusive providenciou abrigo para pai e filho a noite passada em respeito à criança que esta enferma e sendo usada pelo pai. Nesta manha, o menino foi atendido no Hospital da Criança por uma cirurgiã pediatra, dra. Fernanda Lage que não achou necessária uma viagem de urgência, uma vez que a infecção já esta sendo devidamente tratada.


Certos de ter prestado todos os esclarecimentos, estamos à disposição para esclarecer qualquer dúvida.


Assessoria de Comunicação – Sesacre


 


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