Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com
A briga acirrada entre dois grupos que disputam poder dentro do PSDB ganhou um novo capítulo na manhã desta sexta-feira, 20. O confronto e o racha no ninho tucano parecem inevitáveis, já que os atos da executiva estadual do partido começam a serem contestados pelos dirigentes partidários do interior do Estado.
A suposta troca de sopapos entre o tesoureiro do PSDB, advogado José Wilson Leão e o pré-candidato à prefeitura de Tarauacá, Paulo Ximenes, teve como pano de fundo a intervenção da executiva estadual tucana, no diretório municipal de Tarauacá, que destituiu Ximenes e toda executiva e empossou novos dirigentes.
A intervenção capitaneada pelo presidente do PSDB, deputado federal Márcio Bittar, teria ocorrido no dia 09 de abril. O fato teria acontecido, segundo partidários de Ximenes, porque os tucanos teriam a propostas de apoiar a reeleição de Marilete Vitorino (PSD), e o pré-candidato tucano, não teria acenado com a possibilidade de desistência.
Outro ponto que teria abalado o frágil equilíbrio no ninho tucano seria a elaboração de um dossiê. O documento teria sido confeccionado em março de 2011, e atacaria diretamente, os membros do PSDB, que de acordo com militantes tucanos, seriam considerado “empecilhos” para a ascensão de Márcio Bittar, como a estrela do PSDB.
O dossiê elaborado supostamente por Márcio Bittar, [assinado por José Wilson] que diria que Paulo Ximenes e Normando Sales tentaram por diversas vezes achacar os cofres das prefeituras de Feijó e Senador Guiomard também pesou na discussão entre os tucanos. Ximenes teria questionado se Wilson teria provas que ele seria um “ladrão”.
Segundo informações de pessoas que presenciaram a discussão, não teriam acontecido o embate físico. Para os partidários de um dos grupos do PSDB, o que estaria acontecendo seria uma manobra para desarticular candidaturas de desafetos de Márcio Bittar. O mesmo raciocínio foi seguido por Paulo Ximenes, um dos envolvidos.
Intervenção é objeto de ação judicial
Procurado pela reportagem, o pré-candidato Paulo Ximenes destacou que a direção regional do PSDB estaria tentando trabalhar na base da imposição. De acordo com Ximenes, a intervenção na executiva municipal de Tarauacá, aconteceu de forma irregular e ditatorial, já que os membros da executiva estadual não foram consultados.
“O presidente não convocou a executiva estadual. Foi uma intervenção de cunho pessoal”, disse o pré-candidato, que teria entrado na segunda-feira, 16, com um mandado de segurança pedindo a nulidade do ato, por não ter documentos que comprovem a consulta dos 15 membros da executiva estadual, com direito a voto.
“Não teve convocação e deliberação do partido. O presidente do OPSDB não respeitou o direito a ampla defesa. Temos um estatuto que precisa ser respeitado”, declarou Ximenes ao informar que o advogado Ciro Facundo ingressou com a ação, junto ao partido, além de levar o caso à Justiça.
Paulo Ximenes informou ainda, que o ex-ministro Fernando Neves, estaria elaborando uma peça jurídica para as defesa.
Boletim de ocorrência relata agressão
Depois de registrar um boletim de ocorrência, sobre as supostas agressões e ameaças, o advogado José Wilson Leão concedeu entrevistas à imprensa. Para Leão, Ximenes seria um dos homens forte que apoiam a pré-candidatura de Tião Bocalom. O advogado relatou ainda, que existiria um grupo interessado em desestabilizar o partido nas eleições deste ano.
Para o tesoureiro do PSDB, o BO seria um instrumento jurídico necessário para resguardado sua integridade física. Leão disse ainda, que estaria sendo vítima de insultos e ameaças, chegando ao ponto de ser agredido fisicamente por Ximenes. “Esta foi a maneira que encontrei de garantir minha integridade física”.
José Wilson afirma que foi agredido a empurrões no peito. “Ontem ele começou me provocar, e bater no meu peito. Não sei o que deu na cabeça dele de entrar aqui e provocar agressão. Achei por bem resguardar minha integridade física, pois sou pai de família, com filhos e netos que dependem de mim”, diz.