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Política habitacional: quando o sonho se torna um pesadelo

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Jairo Carioca,
da redação de ac24horas
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Dona Ângela Maria [foto], moradora do Vale do Jacarandá. Depois de anos morando alugada ou em casas cedidas por parentes, o sonho da casa própria surgiu com o anuncio durante uma solenidade organizada pelo governador Tião Viana em dezembro de 2011. “Era tudo que eu queria”, disse Maria. Era tudo mesmo, por que depois de praticamente quatro meses morando na região que fica atrás da Bahia Nova, dona Maria já pensa em deixar a residência e voltar para o aluguel, tão precária é a qualidade de vida de quem vem sendo contemplado com as casas entregues no atual governo.


– O sonho se transformou nesse pesadelo que vocês estão vendo ai. Não adianta falar para ninguém, não há providências, faz tempo que nossos filhos convivem com esse esgoto na porta de casa – comentou dona Maria.

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Essa é a situação da maioria dos conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Os moradores sofrem com as condições de pavimentação das ruas e, principalmente, com a água do esgoto que transborda pela falta de funcionamento das Estações de Tratamento [ETE] construídas nos habitacionais.


As ruas principais construídas com recursos do BNDES, com os milhões emprestados ao governo do Acre, estão se acabando com o primeiro inverno. Cheias de crateras, a lama que se mistura com as águas podres e transmite doenças para centenas de crianças que brincam de forma inocente no local. A rotina tira o sono das mães de famílias.


– Não sei como é que um governo tem coragem de colocar famílias em uma situação precária como essa. Isso é desumano! – exclamou dona Alice Rodrigues, outra moradora da região.


A coleta de lixo, segundo informações, é um verdadeiro desastre, a metade fica espalhada no meio da rua, além de atrasos e muita vezes esses atrasos são superiores há 24 horas.


Indignado com a situação, o deputado Major Rocha, chamado ao local, elabora um relatório fotográfico que será entregue a promotoria de Urbanização do Ministério Público Estadual. Para o tucano, a situação de abandono dos conjuntos habitacionais mostra o lado desumano do governo.


– E ainda tem coragem de ir para televisão e dizer que serve de todo o coração. O que observamos aqui no Vale do Jacarandá, além da falta de planejamento, são obras feitas nas coxas e entregues de qualquer jeito para o povo mais carente. Uma vergonha – disse o deputado Major Rocha.


A reportagem tenta desde a segunda-feira (2), uma entrevista através da assessoria de imprensa do governo, com o novo secretário de habitação, o ex-superintendente da Caixa Econômica Federal, o senhor Aurélio Cruz.


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