Jairo Barbosa – [email protected]
O empresário Cláudio Almeida, proprietário da fábrica de charque onde foi preso o fiscal sanitário Carlos Afonso Lima da Silva, de 43 anos, no momento em que cobrava R$ 300 de propina para liberar um alvará de funcionamento, disse nesta quinta-feira, que antes de procurar a polícia levou o caso ao conhecimento do secretário de saúde Osvaldo Leal e para o gerente de Vigilância Sanitária do município, Edson Carneiro Filho, que segundo ele, apenas o orientaram a registrar um boletim de ocorrência.
“Eu tive uma reunião com eles dois, mas apenas recebi a orientação para registrar um boletim de ocorrência. Espera uma atitude mais concreta, diante do grave problema que revelei para ambos”, disse o secretário.
Almeida contou que o assédio do fiscal começou no mês de dezembro, quando ele estava viajando para Minas Gerais. Ele relatou que o fiscal procurou a fábrica que funciona na estrada do Mutúm, onde Carlos Afonso teria feito a primeira oferta ilegal para renovar o alvará de funcionamento.
“Eu estava em belo Horizonte, quando o fiscal foi na fábrica e procurou minha esposa. Falei com ele por telefone, e ele disse que liberaria o documento mediante uma “ajuda”. Disse a ele que a gente conversava quando eu retornasse a Rio Branco. Ele esteve outras vezes lá na fábrica e nesse intervalo de tempo, eu procurei o secretário para relatar a situação. Como vi que ele não se interessou pelo caso, fui á policia para provar que o fiscal estava tentando me subornar”, contou Almeida.
Com apoio do delegado Robert Alencar, da Delegacia de Flagrantes, o empresário conseguiu desmascarar o fiscal no momento em que ele recebeu e embolsou R$ 300, quantia exigida para liberar um alvará provisório de funcionamento.
Gerente da Vigilância Sanitária nega reunião com secretário e empresário
Edson Carneiro Filho, que ocupa a função de Gerente da Vigilância Sanitária Municipal, negou que tenha participado de uma reunião com o empresário Cláudio Almeida e o Secretário de Saúde, Osvaldo Leal, conforme afirmou o empresário.
Carneiro admitiu, no entanto, que esteve com o empresário cerca de cinco dias antes da prisão do fiscal Carlos Afonso, preso em flagrante quando recebia propina para liberar um alvará de funcionamento para o empresário.
O Gerente confirmou que de fato tomou conhecimento da denúncia do empresário bem antes de sua prisão, e disse que adotou as medidas que o caso exige, orientando o empresário a formular oficialmente a denúncia contra o fiscal, mas que, segundo ele, o empresário não retornou para sequenciar o processo.
“Eu estive reunido sim com o empresário dias antes da prisão do fiscal, mas nunca estive reunido com ele e o secretário ao mesmo tempo. Orientei o sr. Cláudio a oficializar a denúncia, inclusive perguntei se ele tinhA testemunhas para o caso. Nós aguardamos o retorno dele, mas isso não aconteceu”, defendeu-se ele, negando que tenha sido omisso na apuração da denúncia.
O Fiscal Carlos Afonso foi preso por exigir propina para emitir um alvará de funcionamento para uma fábrica de charque que pertence a Cláudio Almeida. Depois de relatar o assédio do fiscal ao gerente da Vigilância, o empresário decidiu procurar o auxilio da polícia, que prendeu o funcionário público em flagrante quando este recebeu R$ 300 de propina.
Secretário não foI encontrados
Na Assessoria de Imprensa da prefeitura, Olicyno Duarte, que ocupa a função de assessor, desligou o telefone quando soube que a reportagem tentava falar com Osvaldo Leal.