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Partidos de oposição, no Acre, fazem reunião, pregam união, mas mantém pré-candidaturas na capital

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Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com


A indefinição dentro dos partidos de oposição continua em relação à disputa na cidade de Rio Branco. Mesmo com os principais líderes do bloco se reunindo em evento para lançamento de um manifesto, na manhã desta segunda-feira, 19, onde se comprometem em caminhar juntos na escolha dos candidatos nos municípios do interior, na capital, todas as pré-candidaturas anunciadas anteriormente foram mantidas.

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Para alguns dirigentes, a possibilidade de uma eleição em dois turnos é o diferencial para o pleito em Rio Branco. O presidente regional do PMDB, deputado federal Flaviano Melo considera democrático, o fato de as legendas de oposição apresentar candidatos na capital. “Todos tem o direito e vão levar suas candidaturas às ruas”, destaca Melo.


Pelos pronunciamentos dos dirigentes partidários do bloco de oposição, a união oposicionista só deverá acontecer no segundo turno. As pré-candidaturas de Airton Rocha (PPS), Jamyl Asfuty (DEM), Tião Bocalom (PSDB), Fernando Melo (PMDB) e o possível nome do PRP deverão permanecer no tabuleiro político, pelo menos por enquanto.


De acordo com militantes presentes ao evento, os oposicionistas estão deixando escapar a real possibilidade de ganhar as eleições no primeiro turno. Alguns consideram o excesso de candidatos um fator que beneficiará à candidatura da Frente Popular, que trabalhará apenas um nome, na disputa eleitoral na capital acriana.


O deputado Márcio Bittar (PSDB), presidente da legenda tucana, destacou como positivo, os partidos apresentarem seus pré-candidatos. “Antes ninguém queria ser candidato da oposição. O quadro agora é inverso e muita gente está querendo lançar candidaturas. Isso é bom para o processo democrático e oxigena a política local”.


Os presidentes de PSDB, PSD, PMDB, PPS, PSC, DEM, PTdoB e PP ainda divergem em alguns pontos. O único dirigente partidário que fez questão de afirmar que a união em torno de um único nome poderia ser trabalhado foi o deputado Gladson Cameli (PP). O dirigente destacou que definirá até a próxima semana se apresentará o vice na chapa de PSDB ou PMDB.


O manifesto deverá ter assinaturas de presidente de 10 partidos de oposição. PTdoB, PPS, DEM, PMDB, PSC, PSD, PRTB, PTC, PSL e PRP – foram os partidos citados pelos principais líderes do bloco de oposição.


A mesa para o evento do bloco de oposição foi composta pelos deputados federais Flaviano Melo (PMDB), Gladson Cameli (PP), Antônia Lúcia (PSC), Márcio Bittar (PSDB), os deputados estaduais Jamyl Asfury (DEM), Denílson Segóvia (PSC), pelo presidente do PTdoB, Mac Mailan, senador Sérgio Petecão (PSD) e o pré-candidato do PPS, Airton Rocha.



O POSICIONAMENTO DOS LÍDERES DA OPOSIÇÃO


“O PSDB vem para esta aliança sem impor nada. Os desafios não são maiores que o de governar o Estado. Isso é um treino. A população quer nos dar o comando político de Rio Branco, só falta estarmos disciplinados e unidos no sentimento de mudanças nutrido pela população do Estado” (Márcio Bittar – PSDB).

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“As conversas estão sendo mantidas em Brasília, há algum tempo. Estamos conversando para unificar a oposição. Hoje reina entre os partidos de oposição uma briga e continuaremos brigando, mas uma briga sadia. Não valeria a pena à divisão da oposição, o povo já disse que quer mudar. Nosso objetivo é dizer à população que os partidos de oposição estão unidos. Temos que deixar interesses e vaidades, para construirmos um projeto real para Rio Branco e demais municípios do Acre” (Sérgio Petecão – PSD).


“Estamos trabalhando uma união, onde todos têm direito a voz. Dentro do PP, já trabalhamos desta forma, com todos opinando, sobre o que é melhor para o partido e para a população. Nós fazemos parte do bloco de oposição e, vamos unidos nas disputas eleitorais deste ano. Claro, que meu posicionamento seria por uma unidade, também da cidade de Rio Branco. Até a próxima semana o PP terá a definição de qual candidatura irá apoiar” (Gladson Cameli – PP).


Abaixo, a íntegra do manifesto assinado pelos partidos de oposição.


MANIFESTO À SOCIEDADE ACREANA


Após quase 16 anos de governo petista, o Acre abriu mão de suas potencialidades e aprofundou seus desequilíbrios sociais e econômicos. O povo acreano pode ousar mais e, neste momento, surge um cenário ideal para renovar esperanças e formular projetos, com parcerias políticas ousadas, voltadas para construir um novo modelo de políticas públicas que promovam o crescimento econômico e o desenvolvimento de nossa gente, que visam zelar nosso patrimônio ambiental e o transforme em um fruto que traga verdadeiras melhorias ao nosso povo.


O Acre é detentor de uma história revolucionária, mas, lamentavelmente, a política do nosso Estado deixou de permitir um confronto franco de ideias e posturas acerca das nossas mazelas sociais.


Vivenciamos uma oligarquia que, para se perpetuar no poder, sustenta-se na imensa estrutura estatal e nas instituições privadas dependentes do governo. Este é o momento de nos reencontrar com nossa história, e entender que existe um único Acre, em que é possível e desejável a convivência dos contrários. Precisamos deixar para trás esse período de opinião única, em que divergências são tratadas como uma ofensa.


Nós, da oposição, oferecemos um plano de governo que pretende fazer as correções necessárias, mantendo o que de bom está em andamento, mudando para melhor o que precisa mudar, mas, principalmente, permitindo que as diversas forças políticas possam conviver, sem medos ou ameaças. A marca do nosso governo deve ser a tolerância.


Não podemos esquecer que a política tem como maior desafio, incluir pessoas. Contemplamos um Acre em que a inclusão ainda é um projeto não alcançado. Este, então, é nosso grande desafio: Oferecer uma alternativa política que inclua o acreano em um processo de desenvolvimento de longa duração, tendo como eixo central três pontos:


1 – Transformar o Governo do Estado em Indutor do Crescimento Econômico – Portanto, no estabelecimento de políticas públicas devemos buscar, incessantemente, o profissionalismo, promovendo a Pesquisa, a Qualificação dos seus quadros técnicos e o Financiamento para a garantia do desenvolvimento do Estado.


2 – Entender a Democracia como instrumento do Desenvolvimento – Também devemos colocar a democracia no centro do debate sobre desenvolvimento, e nesse modelo de gestão o reconhecimento da liberdade da imprensa é ponto central e inegociável. É fundamental, também, garantir que Nenhum Programa de Estado será interrompido, ele será sempre aprimorado. Uma nova forma de administração deve garantir que ninguém mais será perseguido ou ameaçado por conta de sua opção eleitoral.


Não podemos aceitar a perseguição àqueles que pensam ou votam de forma diversa. Governaremos buscando a unidade do Acre e dos acreanos e não a divisão simplista entre bem e mal. Devemos governar para todos, reconhecendo que nossa história, nosso futuro e nossa sociedade não podem ser divididos entre torcidas partidárias. Prefeitos e Governador não precisam ser do mesmo partido. A Transigência e a ponderação serão nosso lema e governaremos sem ódios, rancores ou truculência.


3 – Incluir o Acre e os Acreanos – Nosso projeto político contemplará, em primeiro lugar, a inclusão dos cidadãos. O modelo deve refletir o esforço do nosso Governo na busca de políticas públicas que consigam responder às necessidades, potencialidades e direitos da população historicamente desassistida.


Devemos buscar, também, o comprometimento de lideranças políticas nacionais com uma política de investimento e de crescimento econômico do Acre, de forma a garantir a elevação do nosso IDH, evitando a fuga da nossa maior riqueza, que é o capital humano.


O Acre não pode permanecer incorporado marginalmente ao processo de crescimento econômico brasileiro e o país deve parar de enxergar o acreano como um potencial inimigo da floresta.


Sinteticamente, a conquista do crescimento do Acre exige um estado eficiente, competente e democrático, que possa propor e implementar parcerias para resolver as principais carências da população com alternativas e soluções particulares para situações específicas, ou seja, o Acre deve experimentar um modelo de governança, que privilegie a capacidade de planejar, formular e programar políticas e cumprir funções. E é com esses pontos que nos comprometemos, buscando abrir janelas e portas para arejar o modelo político e reacender as esperanças do Acre.


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