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Oposição quer CPI para investigar rombo no Proacre

Por
Roberto Vaz

Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com


Os deputados de oposição questionaram, nesta quarta-feira, 14, as investigações sobre os desvios dos recursos do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (Proacre), iniciada pela Polícia Civil, no ano passado, que teria resultado na prisão de provisória de cinco pessoas. Os deputados entrarão com um pedido de CPI para investigar a aplicação dos recursos do programa, nos demais municípios acrianos.


A proposta da CPI será apresentada na quinta-feira, 15. Os oposicionistas esperam com a iniciativa, trazer os envolvidos na investigação da Polícia Civil, para prestar esclarecimentos na Aleac. O suposto mentor intelectual, de acordo com o inquérito da polícia, o coordenador do Proacre, no Vale do Juruá, Márcio Klinger será um dos convocados pelos deputados, para fornecer detalhes de como funciona o esquema de desvio dos recursos do Proacre.


Segundo os parlamentares, as autoridades estaduais criaram uma grande expectativa em torno da questão, mas recuaram em investigar as prefeituras que são administradas por partidos aliados a Frente Popular do Acre (FPA). “Foi feito um carnaval em razão da prisão de Randon (PMDB), que irá arcar com seus erros. Não somos a favor da impunidade, mas queremos deixar nossa desconfiança com o processo que envolve vários outros prefeitos”, diz Major Rocha (PSDB).


O líder do governo, Moisés Diniz (PCdoB) se antecipou aos pronunciamos seguintes e mostrou uma relação de prefeitos da situação, que teriam sido punidos por supostos atos ilícitos. Diniz falou da cassação prefeitos da base aliada, que teriam sido tratadas na Casa. “Nós tratamos na tribuna desta casa, como líder do governo, a cassação de prefeitos da base. O prefeito de Tarauacá, Wando Torquato (PP), do Nilson Areal (PP) e Neuzari Pinheiro (PT), com retorno”.


De acordo com o comunista, “cinco prefeitos nossos foram investigados e vossas excelências vêm aqui com essa intolerância. Paulinho Almeida , Neuzari Pinheiro, Juarez Leitão, Nilson Areal e Wando Torquato responderam na Justiça. Que insatisfação é essa com à Justiça? Gostaria de ajudar vocês, mas o local não é este, procurem o Ministério Público. Na tribuna não é o local. Não vou tratar nem a questão do prefeito Randson. Não tratamos estas prisões e cassações como alguns fizeram e está registrado nos anais”, destaca Moisés Diniz.


O parlamentar se referiu ao deputado Gilberto Diniz (PTdoB) que teria ido a tribuna e elogiado à Justiça pela cassação do prefeito Nilson Areal, de Sena Madureira. “Este deputado, que não vou falar o nome, fez rasgados elogios quando a Justiça cassou o prefeito desafeto seu. Um ano depois, à Justiça retornou este prefeito ao cargo e este deputado não deu um pio em relação à Justiça”, disse Moisés Diniz.


A resposta ao governista veio em seguida. O deputado Gilberto Diniz voltou à tribuna e criticou a operação realizada pela Polícia Civil. “A operação que foi desencadeada pela Polícia Civil deixou muita gente de fora. O prefeito Neuzari Pinheiro está complicado com esta situação do Proacre. Sabemos que o Proacre começou aqui, nós aprovando os empréstimos para o Governo do Acre. Dai vemos o dinheiro público ser jogado pelo ralo e os governistas querem que viremos as costas para tudo isso?”, questiona.


O parlamentar de oposição ilustrou com os recursos destinados a uma pequena localidade do interior. “No Itauba realizaram uma festa para deixar R$ 5 milhões. Vamos lá, hoje, não vemos onde este dinheiro foi aplicado. Não se ver sequer uma obra que justifique os gastos. E agora a Aleac é obrigada a colocar uma venda nos olhos e não questionar para onde está indo tanto dinheiro. As torneiras estão abertas, nós deveríamos primeiro correr e fechar as torneiras, antes de se preocupar com os juros do endividamento”,  protesta Gilberto Diniz.


Gilberto Diniz questionou ainda, a participação de nomeados pelas administrações petistas, no esquema que teria desviado R$ 1,2 millhão em municípios do Vale do Juruá. “Não é hora para brigarmos para renegociar dividas, mas seria hora de tentarmos estancar a sangria de dinheiro público. Márcio Klinger tem que vir a esta casa se explicar como foi feito este esquema de desvio de dinheiro. Esta Casa tem que apurar e ver para onde está indo este dinheiro. Vemos o noticiário dos investimentos, mas não sabemos como ele vem sendo aplicado”, finaliza Diniz.


A proposta de CPI foi apoiada pelos demais membros do bloco de oposição. Os deputados querem ainda, ouvir um funcionário público, que teria ingerido veneno de rato. O servidor seria apontado como envolvido em outros desvios de verbas federais e estaduais.


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