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Promotor acredita que escritório do crime estaria auxiliando Hildebrando dentro de presídio

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Roberto Vaz

Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com


O Poder Judiciário vem demonstrando preocupação com as supostas denúncias apresentadas nas cartas atribuídas ao ex-coronel Hildebrando Pascoal. Na manhã desta quinta-feira, 1º, o promotor de Justiça, Leandro Portela concedeu mais uma entrevista coletiva na sede do Ministério Público Estadual (MPE), para apresentar esclarecimentos sobre a questão.


O promotor descartou a veracidade do teor das cartas de Pascoal e apresentou suspeita de que Hildebrando Pascoal estaria sendo auxiliado por um escritório do crime, instalado dentro do presídio estadual. Para Portela, haveria pessoas que prestam serviços ao estado envolvido no envio do material as magistradas. O promotor disse ainda, ter convicção que as cartas seriam de autoria de Pascoal.


Segundo Leandro Portela, o ex-coronel teria privilégios dentro do presídio e teria cesso aos jornais que circulam diariamente no estado, além de obter informações através de outros tipos de mídia. “Mas que prisão é esta, que um homem que deveria está em segurança máxima e isolado pelo seu grau de periculosidade está assim?”, questiona o procurador.



Portela afirmou que vários juízes teriam ligado preocupados com as novas investidas de Hildebrando Pascoal, através de cartas que segundo ele, seriam uma forma de extorsão e ameaça a procuradora de Justiça, Vanda Milani e a desembargadora do Tribunal de Justiça do Acre, Eva Evangelista. O promotor esclareceu que as cartas teriam sido entregues à Justiça, pelas próprias citadas nos documentos.


Os membros do judiciário estariam preocupados com a frase: “eu não tenho mais nada a perder”, dita em uma das cartas por Hildebrando Pascoal. “Nós estamos iniciando diligências, porque isso é brincar com o estado, permitir que um preso tenha acesso a tudo e a qualquer coisa. Eu me pergunto então: e os presos pobres que não tem acesso a nada? Que prisão é essa que existem privilégios? Nós vamos endurecer”, afirma Portela.


O TJ Acre e o MPE Acre teriam colocado seguranças à disposição da procuradora Vanda Milani e da desembargadora Eva Evangelista, já que de acordo com Portela, haveria duas claras ameaças de morte, nas cartas enviadas por Pascoal. “Temos que ser muito cautelosos e não fazer apologia a criminosos”, disse o promotor ao ser questionado sobre as supostas denúncias que envolveriam o MPE.


“Temos que colocar cada um em seu devido lugar. Cada um com sua história e, eu não estou falando de presunção de inocência, estou falando de alguém que foi julgado e condenado, não só no Acre, mas no STJ e STF. Esses processos passaram por todas as instâncias do país e todas confirmaram as condenações. Essa conversa de perseguição política é um argumento de confissão, pois ele não se atém as provas dos autos. O MP trabalha com provas e elementos de provas e, somos extremamente transparentes para investigar tudo. Não importa quem seja a pessoa”, enfatiza Portela.


Para Portela, as denúncias de Hildebrando seriam vazias, já que ele não apresentou nenhum elemento de prova.  “Digo mais, no caminho que nós estamos tomando, vamos provar que a carta é dele. Nós temos outros elementos que podem provar isso. Não vamos falar agora, porque ainda estamos ouvindo algumas pessoas, mas podemos afirmar que as cartas foram lavradas pelo coronel. Eu reitero: ex-coronel! Porque a fonte secou”.


Leandro Portela disse que não haverá investigações sobre a suposta fraude no concurso que teria aprovado a filha da desembargadora Eva Evangelista, como procuradora do MPE. “Não temos nenhum elemento. Nós temos a palavra de um homem que cometeu vários crimes. Os senhores [a imprensa] estão focando o Ministério Público, porque talvez venda mais, mas no mesmo caso temos o Tribunal de Justiça, A Gazeta, o Assem e temos que citar todo mundo. A investigação se tiver seria nesse ponto”.


Existiriam mais três crimes nas cartas enviadas por Hildebrando, de acordo com Portela. Extorsão e duas novas ameaças de morte seriam os novos crimes cometidos pelo ex-coronel Hildebrando Pascoal. “A sensação de impunidade e a sensação de ser superior ao estado continua a mesma. Achar que pode tudo e contra todos e nada lhe acontece, continua”, destaca Anselmo Portela.


FALHAS DO ESTADO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO


“Nós temos que evitar que pessoas sejam assassinadas. Este é o primeiro ponto. O segundo ponto é acabar com este escritório que ele tem montado, de pessoas que trazem cartas levam cartas e entregam jornais, porque ele [Hildebrando] tem comunicação plena. As cartas saíram de dentro da penitenciária. Ele tem acesso a papel, lápis, caneta. Como pode isso? Questiona Anselmo Portela ao afirma que servidores públicos podem ter envolvimento nos supostos privilégios de Hildebrando.


Ao ser indagado sobre qual seria a estrutura do supostos escritório, o promotor disse, que “ele não deve ter estrutura nenhuma. Ele deve ter cuidado especial, ele deve ter fiscalização e ele deve cumprir a pena dele, por ser um preso de alta periculosidade. Porque se tiver acontecendo os privilégios, a coisa é muito mais grave. O que eu tive de informação foi através de um blog, que de manhã, ele estava ansioso e queria os jornais e as notícias de internet, para ver se teve ou não repercussão a matéria que ele publicou, no estado”.


As pessoas que estiverem envolvidas na questão do envio das cartas serão responsabilizadas na ação de extorsão. O estado também poderá ser responsabilizado se houver indícios de participação de servidores públicos na concessão dos supostos privilégios que Hildebrando teria dentro do presídio estadual.


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