Jairo Barbosa – [email protected]
O bom humor da anciã Diva Augusta Mota de Alencar, de 64 anos, contrasta com a situação que a ela enfrenta desde que teve a casa demolida para que fosse construída uma obra do governo, há dois anos.
Abrigada no Box 77 no Sebrae da Avenida Ceará, ela divide o espaço com três filhos e dois netos. No local estão abrigadas cento e três famílias. Desde que foi retirada de casa pelo governo, aguarda a entrega de uma unidade habitacional a que teve direito, depois de negociar com a equipe da Secretaria de Habitação.
Dona Diva vive há vinte e quatro meses em um pequeno apartamento na Rua Rio Grande do Sul, bairro Aeroporto Velho, com as despesas de aluguel custeadas pelo programa “Aluguel Social”. O local para onde foi levada seria um endereço provisório que se arrasta por dois anos?
“Estou aguardando a entrega da minha casa. Disseram que eu ia ficar pouco tempo lá, mas já passaram dois anos e nada”, reclama ela.
Do endereço provisório Dona Diva foi expulsa pelas águas do rio Acre no último domingo. O apartamento alagou e ela e a família foram levados para o abrigo público.
“Aqui o atendimento é ótimo. Comida boa e muita gente para atender nós. Mas nada se compara a casa da gente né?”, indaga ela querendo saber quando terá de volta uma casa para morar.
A idosa ainda contou que perdeu a geladeira enquanto aguardava o auxilio da Defesa Civil. Disse que ligou para a emergência na manhã de sábado, dia 18, mas que só teve o pedido atendido, no dia seguinte.
“Eu liguei, liguei e eles não atendiam. Na hora que me atenderam marcaram pra vir me buscar no outro dia. Como eles demoraram, a água atingiu o apartamento e molhou minha geladeira que agora não presta mais”, contou a desabrigada.