Jairo Carioca,
da redação de ac24horas
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Os moradores do habitacional Vale do Carandá, localizado no bairro da Bahia estão com as ruas invadidas pelas águas que represaram de açudes e igarapés do entorno e de esgoto da estação de tratamento. Quem mora na quadra 23, como a autônoma Erika Fabíola, mãe de três filhos, já pensa em abandonar o local. “Meus filhos estão convivendo com ratos, baratas, cobras e doenças transmitidas pelas águas”, comentou.
Mas não é somente esse o problema enfrentado pelos moradores que receberam as casas novas há apenas dois meses. O teto da maioria das residências está caindo e ocorrem rachaduras de vários tamanhos. Dona Lucerlene Olivieira, disse que teme amanhecer debaixo dos escombros. Ela mora com um filho que é deficiente físico. Em entrevista gravada, afirmou que a maioria dos moradores são idosos e deficientes.
– Quando ganhamos as casas pensamos que viríamos para um vale, mas nos colocaram no inferno, gostaria de ver o governador morando com os seus filhos tomando banho na lama, com água de esgoto – desabafou a dona de casa.
O conjunto está abandonado. Desde que foi inaugurado, nenhuma equipe de limpeza foi enviado ao local. As ruas estão cheia de crateras. Onde ocorre alagamento, o caminhão do lixo deixou de fazer a coleta regular.
Depois da presença de nossa reportagem, técnicos da Secretaria de Habitação do Governo foram enviados para o local. Eles fugiram o tempo todo de nossa reportagem. Um engenheiro do Deracre, Gustavo Mateus, disse que foi enviado pelo departamento para verificar a situação de drenagem. Em avaliação preliminar Mateus afirmou que o problema é ocasionado pela influência da Lâmina de água Uniforme que corta o conjunto. Ele não soube informar se a Estação de Tratamento de Esgoto está funcionando.
– Estou fazendo fotos e devo enviar relatório para o Deracre, mas a princípio, o problema ocorre pela represa do açude – falou o engenheiro.
Com relação à estrutura das casas, o engenheiro afirmou que será de responsabilidade da empresa que executou a obra, a ZL Construtora, Comércio, Limpesa e Conservação Ltda. O engenheiro responsável pela obra é o senhor Paulo de Tarso Avila Paz.
Moradores mais antigos, afirmaram que o local era conhecido como o antigo campo dos gordinhos, formado por vários igarapés e açudes.