Jairo Carioca,
da redação de ac24horas
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A ação truculenta do Estado que utilizou 200 homens armados para o cumprimento do mandado de reintegração de posse do terreno localizado ao lado do Bairro Leonardo Barbosa, no município de Brasileia, no dia 14 de julho do ano passado, será tema de audiência pública da Comissão dos Direitos Humanos do Senado Federal. O índio Adelson Batista Jaminawá e o senhor Abimael Filho foram convidados para testemunhar sobre o caso. Ambos sofreram agressões durante conflitos com a PM. O índio correu o risco de perder uma das vistas, atingida por uma bala de borracha, disparada durante a ação comandada pelo Estado.
O requerimento para a realização da audiência publica que acontece no dia 23 foi feito pelos senadores Eduardo Suplicy e Paulo Paim
que cobram explicações publicas dos gestores envolvidos na ação violenta de reintegração de posse do terreno de cerca de 1 milhão de metros quadrados da favela do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), onde viviam desde 2004 cerca de 6 mil pessoas, levada a cabo pelas bombas de gás e balas de borracha da Polícia Militar na manhã do domingo do último dia 22 de janeiro.
A inclusão do episódio ocorrido em Brasileia na pauta da Comissão é de iniciativa do senador Aloysio Nunes [PSDB-SP] com apoio do senador Sérgio Petecão [PSDB-AC]. Tem como pano de fundo o ranço político entre PT e PSDB. Ao escalar o deputado Major Rocha, do Acre, Nunes quer tirar a pecha de sanguinário de cima dos tucanos. O senador paulista explicou o episódio por telefone no final da tarde de ontem (09).
– Os senadores Suplicy e Paulo Paim estão fazendo um festival em cima desse fato do Pinheirinho que teve como resistentes grupos ligados ao PSTU. Eles precisam conhecer ações como a que aconteceu no Acre, onde o governador petista utilizou policiais militares e tratores para retirar de forma truculenta famílias que ocupavam uma área de invasão – comentou Nunes.
Além da ação que violentou homens e mulheres, o deputado Rocha aproveita para levar à Comissão, a situação como vivem as famílias que foram repatriadas da Bolívia e que estavam na área de conflitos. Em mãos. Fará parte de sua bagagem um relatório feito durante a sua permanência como vice-presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa em visitas feitas aos municípios de Brasileia e Plácido de Castro.
– É uma oportunidade de mostrar como o governo do PT trata os acrianos que já sofreram com o processo de repatriamento, mas também de aprofundar o debate nesse momento em que o pais vive diversos episódios de conflitos – disse o deputado estadual.