Os leituristas da Eletroacre, contratados pela empresa Control, estão indo ao trabalho em até seis bairros distintos, por conta própria. Os que têm dinheiro, gastam até seis conduções por dia para fazer a leitura de uma média de 470 residências cada um. “Quem não tem dinheiro ou pega emprestado ou vai a pé”, relata o diretor do Sindicato dos Urbanitários, José Janes.
O calote da empresa foi denunciado nesta quarta-feira, 1, ao superintendente regional do Trabalho em Rio Branco, Manoel Rodrigues de Souza Neto. Ele deverá intermediar um acordo entre os trabalhadores, a empresa e a Eletroacre.
De acordo com Janes, os funcionários da Control pertenciam ao quadro da Potência, outra empresa terceirizadora de serviços da Eletroacre. Depois de levarem um calote da Potência, que perdeu o contrato com a distribuidora, os funcionários foram aproveitados pela Control. “Eles passaram o mês de janeiro inteiro pagando as passagens, esperando promessa da Control de fazer a restituição posteriormente. Depois deste tempo todo, a Control veio com uma proposta de pagar a passagem pelo valor antigo, de R$ 1,90. Agora está querendo transportar os leituristas em uma caminhonete, a mesma usada para corte e religação de energia”, relata Janes.
O pior, segundo o sindicalista, é que a maioria dos trabalhadores estuda no período noturno e, se depender da carona da caminhonete não terão como conciliar seus horários com as faculdades. “Vivendo em plena época da tecnologia, onde o homem é substituído pelas máquinas, os homens que ainda trabalham levam o calote de certas empresas”, comenta Janes.
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