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Moradores se recusam a deixar áreas alagadas com medo de casas serem saqueadas por “Piratas” durante a noite

Por
Roberto Vaz

Além dos transtornos causados pelas águas, moradores de áreas alagadiças de Rio Branco começam a enfrentar a ação de piratas do alagamento. As pessoas estão se recusando a deixar as casas tomadas pela enchente com medo de terem as casas saqueadas pelos criminosos.


Próximo a Quarta Ponte, as famílias não querem deixa as casas com medo de saques e, de não poder retornar ao local, depois da enchente. A moradora Francisca Paiva, 46, informou que a casa de um vizinho teria sido arrombada e toda fiação de energia teria sido roubada.


“Não queremos sair de nossas casas. Sabemos que podemos não retornar quando as águas baixarem. Outra questão são os arrombamentos das casas. Algumas pessoas saíram e tiveram fios de energia, telhas e madeira roubadas. Não podemos perder o pouco que temos”, diz Francisca.


Dono de um pequeno comércio, numa casa de madeira de dois pisos, Antônio Brandão, 48, conta com uma canoa para deixa a residência. O térreo da casa está tomado por quase um metro de água, mas ela prefere permanecer e esperar a água baixar.


“Tudo que tenho está aqui. Sei que se eu sair os bandidos leva até a madeira da casa. Também tenho medo de perder meu local de trabalho. A prefeitura quer tirar as pessoas e levar para locais alugados, mas como vou trabalhar? Moro e trabalho neste local”, enfatiza Antônio.


A casa Jorge Meireles, 36, já está com o primeiro 20 centímetros de água em cima do piso, mas ele também não pretende sair do local. Ele colocou móveis e pertences em andaimes improvisados, onde passa a noite.


“Não vou sair, porque tenho medo de saques. Quando tem enchentes e a gente sai de casa, temos que reconstruir tudo. A ajuda que temos é apenas de transporte e um local seco, quando voltamos temos que comprar fios e louça sanitária”, afirma Meireles.


Além da ação dos piratas do alagamento, os moradores não querem sair temendo que a prefeitura de Rio Branco, não permita a reocupação da área que está envolvida em um litígio. As autoridades municipais querem retirar os populares, mas a contrapartida seria apenas o pagamento de aluguel social.


Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com



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