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Mesmo com intensas chuvas, Defesa Civil descarta transbordamento do rio Acre no mês de janeiro

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Ray Melo e Luciano Tavares,
da redação de ac24horas


A chuva que caiu desde as primeiras horas da madrugada desta terça-feira, 03, demonstrou a falta que faz os investimentos em saneamento em Rio Branco. Muitos dos acrianos viveram momentos de aflição em vários bairros da capital. As águas trouxeram prejuízos e assustou toda a população. Os córregos que cortam a cidade transbordaram, inundando muitas casas e comércios na periferia.


Até mesmo em bairros considerados nobres, a falta de drenagem e conservação das canalizações de esgoto prejudicou os moradores. O trânsito em diversos bairros ficou tumultuado devido às inúmeras ruas alagadas e também ao grande número de curiosos que foram ver a enchente. Muitas crianças desavisadas aproveitaram o volume de água para brincar, correndo ricos de contrair doenças.

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Depois da festa de réveillon, os moradores de alguns bairros de Rio Branco tiveram que conviver com a aflição de ver seus bens indo literalmente por água a baixo. O Corpo de Bombeiros da capital montou quatro equipes em conjunto com funcionários da prefeitura da capital, para tentar atender as ocorrências e remoção de famílias atingidas pelo transbordamento dos córregos. De acordo com os Bombeiros, dois deslizamentos foram registrados.


Na superstição dos mais experientes, uma forte chuva nos primeiros dias do ano, evidencia que poderá haver uma enchente de grandes proporções. Em Rio Branco, os sinais podem significar que os investimentos de iniciativas do Governo Federal, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que destinou mais de R$ 179 milhões – para saneamento e esgotamento sanitário, não foi aplicado como deveria.


De 2007 a 2010, segundo informações do portal de prestação de contas do PAC – Governo do Acre teria contratado R$ 35,4 milhões para esgotamento sanitário – R$ 103,6 milhões para saneamento integrado e a prefeitura contratou R$ 40 milhões. A maioria das obras de saneamento está paralisada e o prefeito Raimundo Angelim (PT) jogou a toalha na questão do abastecimento de água, devolvendo o Saerb ao governo.


FALTA DE DRENAGEM


Moradores de cinco bairros de Rio Branco fizeram chamadas ao Corpo de Bombeiros. De acordo com os plantonistas, mesmo na maioria dos bairros atingidos pelas águas do rio Acre, os moradores se recusam a deixar suas casas. Uma das situações mais grave seria das pessoas que residem no Bahia Velha e bairro Vitória. No Vitória, as criticas são pelo serviço de drenagem realizado no local. Para os populares a prefeitura da capital não teria concluído as obras.


O mesmo bueiro que causou transtorno a população do bairro Vitória, voltou a preocupar. O serviço de drenagem não foi o suficiente para desobstruir o canal. Muito lixo, restos de mobília, pneus velhos e pedaços de madeira foram retirados do local. No Bahia Velha, os moradores foram atendidos pelos bombeiros militares, mas se recusaram  deixar as casas inundadas sem a garantia de um novo local para residirem.


Na maioria dos chamados, de acordo com os bombeiros, os moradores queriam que fosse acionada a prefeitura para resolver o problema. Na maioria dos bairros atingidos pelo alagamento, a causa seria a obstrução de bueiros e pequenos córregos de áreas ocupadas de forma desordenada. Os assistentes sociais da prefeitura estão mobilizados e cadastrando os moradores que desejam sair das áreas alagadas.


DESBARRANCAMENTOS


As primeiras informações do Corpo de Bombeiros dão conta de dois deslizamentos provocados pelo volume de águas. No Preventório, um quarteirão e uma casa tiveram que ser evacuados. Na Cidade Nova, a cratera que passou a fazer parte do cotidiano dos moradores do bairro, ameaça engolir as residências mais próximas. Há vários anos a administração municipal promete resolver a questão, mas nos últimos sete anos, nada foi feito. 



DEFESA CIVIL DESCARTA TRANSBORDAMENTO DO RIO


Segundo informações do Somar Meteorologia, entidade especializada na previsão do tempo, o registro ultrapassa 20,6 milímetros de chuva. Mesmo com o volume considerável de água, o coordenador municipal da Defesa Civil, Gilvan Vasconcelos descarta a possibilidade de transbordamento do Rio Acre, no mês de janeiro. Vasconcelos afirma que três cheias do Rio Acre, foram registradas no mês de janeiro, ocorrendo em 1971, 1991 e 1999.

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Para se antecipar a uma eventual enchente do rio Acre, a prefeitura de Rio Branco criou o plano de contingência, que envolve todos os seus setores. “Cada secretário fica responsável por uma demanda. Tem a sua atribuição. Caso o rio chegue à cota de alerta ele é avisado. A gente passa uma mensagem. Caso o rio ultrapasse a cota de transbordamento o secretário já está em condições de atender a demanda”, informa Gilvan Vasconcelos.


CHUVAS E PROTESTOS


Os moradores do bairro São Francisco, interditaram a rua principal que dá acesso aquela comunidade em protesto pela ausência do poder público no lugar. Com a chuva que castigou a população do bairro e  toda cidade de Rio Branco, desde a madrugada de hoje, ruas e casas ficaram inundadas, por causa de um córrego que transbordou. A obra que foi abandonada, segundo os moradores é de responsabilidade do Governo do Acre.


Os internautas acrianos resolveram mostrar através de fotografias, nas redes sociais, como os serviços de drenagem feitos pela prefeitura de Rio Branco e o Departamento de Estradas e Rodagens – Deracre são ineficazes quando chove na capital acriana. Nas fotos, é possível se ter uma dimensão de como ficou a maioria dos bairros alagados com a chuva que atinge a capital desde a madrugada.


BAIXADA DO SOL


Na Rua Adalberto Sena, no bairro João Paulo, várias casas foram invadidas pela água. Dona Márcia Auxiliadora, por exemplo, perdeu um rack e para proteger seus outros móveis teve que pendurá-los. “Não é a primeira vez que isso acontece. A gente trabalha e tá aí o que acontece”, diz.


Os moradores da rua culpam o governo pela quantidade de água acumulada no acesso. É que segundo eles, as manilhas colocadas no local não suportam a quantidade de água, por isso as caixas de esgoto transbordaram. “O trabalho foi mal feito. Colocaram manilhas finas e a água transbordou”, disse o vendedor Francisco Bezerra da Silva, que teve seu terreno invadido pela água.



RAMAL DA JUDIA


Os efeitos da forte chuva que cai em Rio Branco desde a madrugada desta terça-feira podem ser vistos na região do bairro Judia, periferia da capital do Acre. Os quintais de várias residências ficaram cobertos pela água. Na área havia pelo menos duzentas e cinqüenta famílias, mas cerca de 60% dos moradores foram retirados pelo governo e estão morando em imóveis alugados pela Secretaria de Desenvolvimento Social, enquanto aguardam a entrega das casas populares.


Na rua da Judia, no II Distrito, o igarapé de mesmo nome transbordou e a água espalhou pelos quintais. No local a maioria das casas foi construída no modelo de palafitas ( erguidas a 2 metros do solo) e por enquanto estão livres de uma possível inundação.  Os moradores precisaram improvisar trapiches para sair de casa.




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