A aprovação do projeto que transfere para o estado o gerenciamento do sistema de água e esgoto na capital do Acre serviu apenas para ratificar o que na prática já acontece ha alguns meses. O governo do estado já assumiu algumas dívidas do SAERB que a partir de agora será administrado pelo estado.
Desde que foi criado em 1997, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco, o SAERB sempre operou no vermelho. É uma autarquia que gasta além do que arrecada e precisa de repasses mensais para sobreviver. Neste ano de 2011, o SAERB arrecadou R$ 18 milhões, mas as despesas atingiram a casa dos R$ 32 milhões. No final do mês de janeiro do próximo ano essa “herança maldita” vai recair nas contas do governo de Tião Viana.
Mas isso não é nenhuma novidade. Há onze anos o governo do estado sabe que o SAERB é uma autarquia financeiramente negativa, mas só agora decidiu ajudar o município. Na coletiva que concederam na manha desta quinta feira, o prefeito Raimundo Angelim e o governador Tião Viana (PT), explicaram o por que da transição.
Angelim disse que a gota dágua foram os constantes repasses que o município era obrigado a repassar para tirar a autarquia do vermelho. O prefeito disse que a prefeitura não tem recursos para manter o SAERB funcionado e por isso pediu socorro ao governo.
“Nós não temos mais condições para avançar na melhoria do sistema de água e esgoto. Nunca passou pela minha cabeça qualquer processo de privatização, mas passou da hora de resolver isso”, disse o prefeito.
Parte da insustentabilidade financeira do órgão, na visão do prefeito, está relacionada aos 50% de inadimplência dos consumidores. Nessa contas também devem ser incluídos os altos salários pagos aos diversos cargos criados na diretoria do SAERB.
O governador Tião Viana foi mais duro. Adotou a estratégia de que a melhor defesa é o ataque e disparou contra a oposição. Citou Mauri Sérgio, Flaviano Melo e Tião Bocalom. Aliás, quando se referiu ao pré candidato á prefeito da capital, Tião disse que o tucano foi desastres no setor de abastecimento de água quando administrou a cidade de Acrelândia.
“Todo mundo lembra do Flaviano Melo e do Mauri Sérgio inventando aquelas maquinas de distribuir água. A gente não trata com políticos corruptos. O ato de municipalizar que foi feito pelo senhor Mauri Sérgio, foi um ato grave. O Angelim tentou resolver isso mas não conseguiu. Só agora a gente vai tentar recuperar o tempo perdido”, criticou o governador.
Prefeito e governador ainda lembraram que a expansão no numero de unidades consumidoras, com a entrega de centenas de casas nos programas de moradia também contribuíram para decisão de reversão do SAERB entre município e estado.
Tião aliás, assumiu o compromisso de resolver em definitivo o problema da falta dágua e da instalação das redes de esgoto. Para ele tudo é uma questão de tempo.
“Pedi nessa parceria um prazo de um ano para melhorar o sistema. Saneamento básico é um ponto central de responsabilidade do governo. Nós vamos resolver essa problemática”, prometeu.
Com R$ mais de 600 milhões liberados pelo PAC I e com previsão de contar com outros R$ 300 milhões na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, o governo possui garantais reais para resolver o crônico problema de abastecimento de água para os 342 mil habitantes de Rio Branco.
Jairo Barbosa – jbjurua@gmail.com
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