Era 1h50 da madrugada desta quarta-feira [7], quando os deputados Major Rocha [PSDB] e Antônia Sales [PMDB] chegaram ao Hospital das Clinicas, em Rio Branco. Eles foram verificar se ocorreram mudanças no atendimento de pacientes que dormem nas filas em busca de consultas, agendamento de exames e retorno: a chamada “sobra de fichas”. A situação era dramática. Gente de todas as idades dividiam espaços em frente o centro considerado referência do SUS.
– O que eles não fazem para conseguir uma vaga. Estou vendo aqui uma falta de respeito, de humanidade. Esses cidadãos não parecem que pagam seus impostos, parecem indigentes, não acredito que eles tem um governador que é médico – disse Antônia Sales.
Os próprios pacientes controlam a ordem de chegada através de senhas fabricadas em suas casas. A organização é para evitar confusões na hora quem começa o atendimento dentro do hospital. Um trabalho que deveria ser feito pelo serviço público.
– Um monte de cadeira e bebedouro trancados enquanto idosos e pessoas com problemas de saúde do lado de fora expostos ao tempo. A pesquisa que mostra o atendimento do SUS no Acre como o melhor do Brasil deve ter sido feita pelo mesmo instituto da campanha eleitoral – comentou Rocha.
Dona Maria Guilhermina foi ao HC pela quinta vez. Moradora do Pólo do Bujari, aos 55 anos, ela sofre de osteoporose e se sujeita a ficar no frio para não interromper o tratamento. Há casos registrados na visita dos deputados de famílias que se revezam. Elenilda Souza chegou cedo da noite de terça-feira (06) para agendar uma consulta para a sua avó.
– Estamos há mais ou menos um mês nesta luta. A minha mãe há dois meses tenta fazer uma cirurgia e não consegue – disse Elenilda.
Há 65 dias dona Eva Vidal do Nascimento tenta agendar uma cirurgia de lábio leporino para o filho. Ela disse que vem segunda e sexta, nos dias marcados para tentar o agendamento e nunca conseguiu. “Minha esperança é que hoje eu saia daqui com essa cirurgia marcada”, disse a dona de casa.
O outro lado:
O superintendente do Hospital das Clinicas [HC], Carlos Eduardo, anunciou o início de um mutirão de cirurgias nas áreas de Clinica Geral e Ortopedia. “A meta é zerar a demanda de cirurgias de joelho até março de 2012”, disse Eduardo. As cirurgias de clinica geral, principalmente de vesícula e hérnia, se estendem até junho. O planejamento é para aliviar a demanda reprimida que vem provocando filas e levando pacientes a dormir do lado de fora do hospital para conseguir vagas como ac24horas mostrou.
– O nosso calcanhar de Aquiles é o grande número de cirurgias e exames para o diagnóstico. Recebemos aqui 45% de pacientes que vem de outros municípios. O HC é o único hospital referência, isso provoca uma demanda muito grande, mas estamos trabalhando para melhorar a cada dia o atendimento – garantiu Eduardo.
Alguns avanços são citados pelo diretor. De 1998, do primeiro ano de gestão do ex-governador Jorge Viana até o início da gestão de Tião Viana, foram ampliadas 13.800 consultas/ano e 35 especialidades. São 5.500 cirurgias realizadas por ano. Quem passa pelo lado de fora do HC não imagina que para atender esse número elevado de atendimentos, 1.200 funcionários, sendo, 220 médicos se revezam em esforço concentrado para humanizar a saúde do Acre.
– Em média são 480 internações por mês. Esses números foram ampliados graças aos investimentos já feitos pelo governador que aumento em 50 novos leitos – disse Eduardo.
Assista vídeo REALIDADE DA SAÚDE DO ACRE
Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com
A apresentadora Ana Hickmann se manifestou pela primeira vez nesta sexta-feira (22/11) sobre o caso…
Após a divulgação de matéria do ac24horas que tornou pública a informação de que a…
A movimentação de vendedores de bebidas começou cedo nos arredores do estádio Arena da Floresta,…
O autônomo Paulo Anunciação Alves, de 51 anos, viajou de Cuiabá, no Mato Grosso, a…
O Ministério Público Federal (MPF) no Acre instaurou na última quinta-feira, 21, um inquérito civil…
A família do Gugu Liberato deu detalhes de como foram os últimos momentos de vida…