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Antônia Lúcia nega ser titular da linha do PSDB que foi alvo de grampo da Polícia Federal

Por
Thais Farias

A arapongagem realizada no Acre, com um festival de grampos telefônicos ilegais começou a repercutir em nível nacional. As conversas telefônicas interceptadas, segundo denúncia da deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), de forma irregular no diretório estadual do PSDB poderão resultar em abertura de procedimento disciplinar contra os delegados da PF responsáveis pela investigação da parlamentar acriana, que fez a denúncia do caso.


Conversas telefônicas de integrantes do PSDB do Acre com pessoas do diretório nacional da sigla, com funcionários do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e com empresários do estado foram gravadas pela Polícia Federal durante a campanha de 2010. O alvo oficial da investigação era a então candidata a deputada federal Antônia Lúcia, eleita pelo PSC. Diálogos dos tucanos também foram registrados, embora eles não tenham sido incluídos na autorização da Justiça.


Em denúncia enviada à Corregedoria da Polícia Federal, a deputada Antônia Lúcia afirma que “há conversas envolvendo o PSDB local e nacional” que, segundo ela, constam nos autos como registros gravados a partir de seu telefone. Ela queixa-se de que seu número foi usado para que a polícia ampliasse o escopo dos grampos para monitorar adversários políticos de Tião Viana (PT-AC), candidato vitorioso ao governo do Acre. “Acredito que eles (os grampos) estão a serviço de Tião Viana, porque não tem gravação nenhuma de candidato do grupo dele”, acusa.


A Polícia Federal informou por meio de nota que o grampo foi feito com autorização judicial, que “o número (de telefone) da investigada estava sendo usado no PSDB” e que “poucas interceptações” foram feitas até se descobrir que o partido e não a candidata estava sendo ouvido. “Os arquivos são áudios de pessoas que ligaram para as linhas que possuíam interceptação autorizada judicialmente. Ou seja, todos que ligam para uma linha interceptada ou de propriedade de um investigado acabam sendo naturalmente gravados, embora não sejam parte do crime e muito menos investigados”, afirma a nota.


Segundo a PF, até o momento a corregedoria não abriu procedimento disciplinar contra os delegados responsáveis pela investigação e que analisa a reclamação da parlamentar. “Existe apenas um pedido de informações feito pela denunciante e que está sob análise para futura instauração ou arquivamento definitivo do caso.” A deputada nega ser titular da linha de telefone usada pelo PSDB.


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Thais Farias

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