Os deputados Jamyl Asfury (DEM) e Moisés Diniz (PCdoB) se posicionaram nesta terça-feira, 06, contrários ao pedido de demolição da antena da Rádio Bonas Novas (RBN) pedido pela prefeitura de Rio Branco. De acordo com Asfury, a questão está sendo tratada apenas como política contra a direção da emissora e, que as autoridades estariam esquecendo o alcance social da emissora gospel, no Acre.
O primeiro parlamentar a se pronunciar foi o democrata, Jamyl Asfury que fez um apelo aos vereadores da capital para tentar reverter à ação de demolição da torre da RBN. “O assunto não pode ser tratado apenas com a visão política. Assim como resolveram a questão da construção da UPA do Segundo Distrito, da rodoviária internacional que seria construída sobre um aqüífero, podem também resolver esta questão”, disse.
Segundo Asfury, a RBN seria um meio de comunicação de utilidade pública e sem fins lucrativos, onde pessoas do meio evangélico acham guarida para expor seus pensamentos religiosos. “A RBN é uma empresa importante para o Acre. Esta emissora tem mais de 50% da audiência das emissoras do Estado, mas neste caso as autoridades não estão olhando para a população e, sim para a questão partidária”, enfatiza.
De acordo com Jamyl, o plano diretor da cidade de Rio Branco, não é uma peça imutável, já que em outros episódios foram feitas alterações, citando a construção da Brigada do Corpo de Bombeiros, rodoviária internacional e a UPA. O parlamentar disse que visitou as instalações da RBN e, na condição de engenheiro civil pode atestar que a construção não oferece riscos aos moradores nas proximidades da emissora.
“É um precedente perigoso, já que emissoras como a TV Rio Branco, TV Aldeia, TV Acre e algumas outras emissoras estão no perímetro urbano, em áreas habitadas de populares. As autoridades não podem agir apenas na emoção política, se assim acontecer até mesmo a liberdade de expressão estaria ameaçada. A RBN é um concessão pública que deve ser respeitada”, afirma Jamyl Asfury.
O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) também demonstrou descontentamento com a ação de demolição movida pela prefeitura de Angelim (PT), contra a RBN, emissora comandada pelos familiares da deputada federal Antônia Lúcia. Diniz defende um amplo estudo sobre as obras de instalação da nova torre da Rádio Boas Novas.
“Vamos ouvir a Ufac, o Crea, fazer um estudo aprofundado para encontrar uma solução técnica. Eu sou contra o fechamento de qualquer rádio e tenho clareza de que a prefeitura não vai tomar nenhuma medida que, mesmo técnica, venha a se caracterizar como perseguição religiosa”, declarou Moisés. “Se houver alguma ilegalidade no processo de construção da obra ou da transferência de local, que estas ilegalidades sejam punidas, menos com o fechamento da emissora”, disse Moisés.
O deputado lembrou que o impasse entre a emissora e a prefeitura é um litígio entre uma empresa e o município de Rio Branco, de maneira que as partes não devem envolver o governo do Estado, pois foge de sua área jurisdicional. “O governador Tião Viana não participa de decisões das prefeituras, fiel ao princípio da divisão das competências administrativas”.
Mas, ao mesmo tempo, Moisés defendeu o debate do problema. “Aqui se discute posições do governo da Bolívia, dos EUA, a crise financeira na Grécia que afeta ao emprego no Jordão, aqui nós discutimos até o futuro do planeta, então porque não discutir uma ação do município de Rio Branco?”, argumentou.
Ray Melo, da redação de ac24horas – [email protected]