A imposição do governador Tião Viana (PT) e do prefeito da capital, Raimundo Angelim (PT), responsáveis pela condução do processo eleitoral na Frente Popular, em apresentar o diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), Marcus Alexandre, como candidato a prefeitura de Rio Branco vem causando revolta de mandatários dos partidos que compõe a coligação.
Os partidos nanicos da coligação ensaiam uma revolta para participar de forma direta da escolha do candidato que disputará a prefeitura da maior cidade do Acre. Os questionamentos não são apenas pelo direito de opinar na escolha do candidato que disputa a sucessão de Angelim. Os membros da coligação criticam a presença constante da estrela do PT, como símbolo de todas as legendas da FPA.
Nos bastidores do poder legislativo estadual os deputados da base de sustentação de Tião Viana, dizem que a escolha de uma pessoa de outro estado para disputar a administração da maior cidade do Acre é um tipo de desprestigio com os políticos locais. Eber Machado (PSDC) é um dos parlamentares que discorda e critica o que ele classifica como “intransigência e imposição do PT”.
Machado não escondeu a insatisfação e acredita que os líderes da coligação ainda não assimilaram o recado das urnas nas últimas eleições, quando Tião Viana, com todo o prestígio e estrutura da FPA, venceu com uma aperta diferença em relação ao candidato de oposição, Tião Bocalom (PSDB).
“A escolha de um pré-candidato que veio de outro estado é uma afronta e desprestígio aos políticos do Acre. Acredito ainda, que colocar apenas a imagem do PT, como o responsável pelas mudanças no Estado é desrespeitar os demais partidos da Frente Popular”, disse Machado em relação às aparições de Marcus Alexandre ao lado da estrela símbolo do PT, nos espaços de mídia do Governo do Acre, nas emissoras de TV.
“Trabalhamos muito para que o PT chegasse ao governo. Não queremos romper com um projeto que vem dando certo para o Acre. Queremos apenas participar dos processos de escolha dos candidatos majoritários da coligação”, diz Machado.
Não é a primeira vez que representante de partidos que integram a FPA, reclama das imposições dos cardeais da coligação. No início do primeiro semestre, a presidente do Partido Verde (PV), Shirley Torres chegou a questionar os métodos de escolha dos petistas e colocar o nome do deputado federal Henrique Afonso, como pré-candidato a prefeitura de Rio Branco.
Mas recebeu pressão e dias depois voltou atrás na decisão de afrontar os líderes petistas e assinou até nota de apoio a unidade da FPA.
Outro partido que abandonou a FPA, alegando falta de espaço político, foi o Partido Progressista (PP), de Gladson Cameli. A coligação que antes contava com 14 partidos, atualmente tem 11.
As baixas podem se intensificar se o PT mantiver a postura de partido dominante e bater o martelo na candidatura de Marcus Alexandre.
Ray Melo, da redação de ac24horas – raymelo.ac@gmail.com
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